Queen Charlotte: Uma História Bridgerton | Confira nossa crítica

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Quando disseram que iriam fazer Queen Charlotte, spin off de Bridgerton, eu pensei: não tem necessidade. Ledo engano!

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Ficha Técnica
Título: Queen Charlotte: Uma história Bridgerton
Ano de Produção: 2022
Dirigido Por: Tom Verica
Estreia: 4 de maio de 2023
Duração: 348 min.
Classificação: 16 anos 
Gênero: Drama. Romance. 
País de Origem: Estados Unidos. 
Sinopse: Nesta minissérie que antecede Bridgerton, o casamento da rainha Charlotte com o rei George é muito mais que uma história de amor: é uma transformação na alta sociedade.

História Real?!

Queen Charlotte se passa anos antes da 1ª temporada de Bridgerton e se intercala com a linha temporal após a 2ª temporada. No entanto, a trama tem enfoque nas matriarcas da série: Lady Violet, Lady Danbury e, claro, Queen Charlotte que dá o seu nome à série. 

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Prometida aos 17 anos ao Rei George III da Grã-Bretanha, como parte de um acordo com Alemanha, Charlotte teve que se adaptar a uma nova realidade. Mas, fiquem tranquilos! Embora ambos os personagens tenham existido, a minissérie procura não focar na História da Grã-Bretanha. Isto ela deixou para os livros e os historiadores que efetivamente sabem sobre o assunto. 

Aqui, a criadora e roteirista Shonda Rhimes deu o seu toque, já tão conhecido em criações como Grey’Anatomy, à história de amor do casal protagonista. Mas, sem cair nos clichês dos subgêneros dos romances conhecidos de Julia Quinn, como Enemies to Lovers, Friends to Lovers, entre outros.

Isso porque, ela trata de um casal que terá que aprender, a duras penas, a sobreviver sozinho. Isto em meio às especulações do parlamento, da rainha-mãe, dos súditos, dos servos do palácio e, óbvio, da misteriosa doença do rei. 

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Essa última um divisor e um fio condutor de toda a trama que soube trabalhar, principalmente, sobre o desconhecimento de como tratá-la naquela época. Fico imaginando quantas pessoas não sofreram do mesmo mal e tiveram que se submeter a esses meios nada ortodoxos, que mais intensificaram os seus já presentes traumas.  

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Tanto a veterana, Golda Rosheuvel, quanto a estreante, India Ria, deram um baile de interpretação nesse spin off de Bridgerton.

Rosheuvel, por já está familiarizada com a sua personagem, há mais de 3 anos e India, por conseguir transmitir todos os gestos, os olhares, o timbre na voz e a expressão presentes na sua predecessora. Quem não conhecesse ambas as atrizes, poderia confundi-las facilmente como pessoas da mesma família.

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E isso tornou o contraste das mudanças de linha temporal muito mais eficaz. Aliás, mesmo artifício utilizado na abertura da série, que está linda e já mostra ao leitor que se trata da mesma pessoa, mas com vivências e responsabilidades diferentes. 

Lady Danbury

Além da trama principal, acredito que este é um dos enredos mais ricos da série: a história de Agatha, a nossa querida e sarcástica Lady Danbury.

Uma vez Lady Danbury disse, na série original, que a história de amor do rei e da rainha mudou a alta sociedade. É justamente isso que é retratado no arco da nossa querida viúva sarcástica. 

Agatha e o marido, embora sejam um casal extremamente rico, não faziam parte da corte da Grã-Bretanha, tudo em razão do racismo. E as consequências e o que isso ocasiona aos demais membros da corte é o que enriquece a história encabeçada pelos Danbury.

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Outra questão tratada em seu arco é o papel da mulher na sociedade daquela época. Quem assiste, a princípio, acredita que Agatha aceitou o seu status de mulher submissa. No entanto, com o seu desenrolar, percebe que se trata de uma mulher astuta e que sabe jogar a seu favor, movendo, ainda que sejam meros peões, suas peças de tabuleiro.

E o que falar das duas atrizes que interpretam o papel? Mais uma vez, devo tirar o chapéu para a escolha desse elenco, pois foi outro acerto.

A veterana, Adjoa Andoh, trouxe mais uma camada até antes não vista à Lady Danbury, papel que já está acostumada, mas que claramente, há muito a se aproveitar. Já a estreante Arsema Thomas deve ter passado um ano morando com Adjoa, porque são exatamente os mesmos traços. 

Violet Ledger  

Para quem não entendeu, esse ainda é o sobrenome de solteira de Violet, antes de se tornar uma Bridgerton.  Aliás, quem não conhece os livros de Quinn, pode achar que Violet Bridgerton somente é uma casamenteira para seus filhos. Mas, não se engane, a viúva da família numerosa, também, tem sua boa história para contar. 

Principalmente, no que se refere à ideia de que a mulher depois de uma certa idade, também, tem desejos e pode considerar amar de novo. 

Um ponto interessante que a minissérie nos presenteou foi a perspicácia de Violet e sua discrição tanto na idade em que conhecemos como também, quando ainda era uma adolescente. 

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É uma personagem com uma grande potencial para ter, igualmente, um spin off com o nome dela. 

Da mesma forma que suas colegas de elenco, as intérpretes da viúva Violet, Ruth Gemmell e da jovem Violet, Connie Jenkins-Grei, estão excepcionais em seus papéis e são capazes de encabeçar uma série focada somente nelas. 

Elenco que deu certo

Preferi tratar das três personagens, porque ao redor delas é como as tramas e subtramas se desenvolvem. Mas não posso deixar de falar do ator que faz o Jovem Rei George que soube se entregar e trazer as diferentes nuances do personagem — créditos a Corey Mylchreest, pelo seu “encantador” rei da Grã-Bretanha. 

Outro destaque é Michelle Fairley que trouxe a imponência, frieza e doçura necessárias à rainha-mãe, que me fizeram lembrar de uma saudosa Catelyn Stark

E não podia esquecer dos queridos Hugh Sachs e Sam Clemmett que nos presentearam com a história de Brimsley, mostrando que além de servo da rainha, que sempre tem que ficar 5 passos atrás, o personagem pode sim criar laços com a realeza, se preocupando e prezando pelo bem-estar da família real. 

Trilha Sonora 

Quanto a esse quesito, pode ficar tranquilos, pois está impecável. Principalmente, com a escolha das músicas. Uma vez que Shonda Rhimes trouxe à trama de uma protagonista negra, somente cantoras negras, como Beyoncé, Alicia Keys e a, emocionalmente, diva Whitney Houston

Veredicto: Queen Charlotte – Uma história Bridgerton

É irônico o quão uma minissérie não tão esperada conseguiu ser melhor e extremamente importante para dar gás ao seu material original.

Com tramas e subtramas muitos mais maduras que sua predecessora, Queen Charlotte evidencia que o universo Bridgerton é bastante rico e pode tratar sobre questões mais densas.

Com um texto coeso e bem amarrado, uma trilha sonora emocionante e um cast talentoso e carismático, Queen Charlotte encanta.

Além de evidenciar que Shonda Rhimes já entendeu o que tem em suas mãos e sabe como lapidar mais DIAMANTES em suas próximas produções ou temporadas. 

Até mais, e Obrigado pelos Peixes!

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