Oppenheimer | Confira nossa crítica

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A história real de Oppenheimer, uma das celebridades mais controversas do mundo, agora contada de forma épica por um dos diretores mais aclamados do mundo.

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Ficha Técnica
Título: Oppenheimer
Ano de Produção: 2023
Dirigido Por: Christopher Nolan
Estreia: 20 de julho de 2023
Duração: 185 minutos
Classificação: 18 anos
Gênero: Biografia. Drama. Guerra. História. 
País de Origem: Estados Unidos da América. Reino Unido da Grã-Bretanha.  Irlanda do Norte
Sinopse: A história do cientista americano J. Robert Oppenheimer e o seu papel no desenvolvimento da bomba atômica.

O Primor da Tragédia

Christopher Nolan traz agora em seu currículo mais um filme com alta qualidade técnica. Desta vez, sobre uma das maiores invenções bélicas que o mundo foi capaz de conceber e a história do “Pai da bomba Atômica”, e o que sua criação desencadeou.

Nolan prometeu efeitos práticos e nenhum CGI e, ainda assim, consegui nos presentear com um filme que encanta e assusta, tamanho o perfeccionismo visto em sua produção. O roteiro usa e abusa de idas e voltas na linha do tempo, para que a audiência obtenha as respostas para cada pergunta, individualmente. Mas, curiosamente e diferente de TENET, aqui, esse exagero conseguiu fazer muito mais sentido.

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O Som da Morte

A trilha sonora composta para o filme consegue caprichar no que condizem passar os sentimentos do personagem e, ao mesmo tempo, provoca as sensações mais adversas, para que a angústia das vítimas esteja presente como se fosse parte do público.

O som (e a ausência dele, em certos momentos), chega a ser tão caprichado, que é bem capaz de vir uma indicação ao Oscar de Melhor Trilha Original, ou seja, cada minuto tem seu impacto, durante todas as 3 horas de filme.

Política versus Ciência

Como já é esperado, o filme tem como foco a ciência da física nuclear e, em maior parte, política, contudo, de uma forma didática sem ser cansativa. Aliás, o longa inicia de forma lenta, nos primeiros 10 minutos e depois pega um ritmo, no qual não é exaustivo, mesmo com suas 3 horas de duração.

A abordagem de assuntos delicados segue de forma ácida, deixando claro a aversão dos personagens em relação às ambas extremidades políticas de sua época. Críticas contra a manipulação da corrupção e a favor da ciência, se mostram de forma bem concisa e estruturada no roteiro, evidenciando que ainda é possível fazer um bom filme com esses temas.

Amores e Dissabores

As relações afetivas, sejam de amizades e coleguismo, seja da vida pessoal amorosa de Oppenheimer, são retratadas como essenciais para suas escolhas e arrependimentos, isso em cada fase de sua carreira.

Florence Pugh entrega uma Jean Tatlock intensa, com boa química ao lado de Cillian Murphy, em seu relacionamento conturbado junguiano. Já Emily Blunt traz alma à Kitty Oppenheimer, com seu jeito debochado e direto. Cabem aqui, aliás, algumas (dentre várias) possíveis indicações ao Oscar.

Guerra contra o Tempo

O filme retrata bastante a pressa em se criar a bomba atômica e, em paralelo, as consequências sofridas pelo próprio Oppenheimer, tanto de impactos positivos quanto negativos, deixando bem explícitos os sentimentos de euforia, culpa, orgulho, dentre outros.

É interessante ver vários pontos de vista da história ocorrendo quase que simultaneamente, com momentos em que o foco se mantém nas pessoas à volta do protagonista, o que traz mais da humanidade e dos defeitos de cada um.

Detalhes Importam

Robert Downey Jr. está melhor como “vilão” do que o próprio Cillian Murphy como “herói/protagonista”, diga-se de passagem. O filme até poderia ser mais curto, entretanto, creio que a quantidade de informações colocadas ali, acabaram sendo essenciais para o desenrolar da história.

Talvez o ponto alto da história (a “Bomba A”, por si mesma) acabe sendo o único ponto que chega perto de decepcionar. Afinal, pela propaganda toda que foi feita (e até pelos cartazes de divulgação), você imagina algo bem maior do que realmente acaba sendo mostrado em tela.

Conclusão

O filme tem muitas qualidades, entretanto, apenas peca em relação ao ápice, talvez por querer usar tantos efeitos práticos. Também, pudera, já que seria perigoso em demasiado, filmar uma bomba atômica explodindo de verdade. No mais, é um ótimo “filme cabeça”, e um prato cheio para quem gosta de papo científico e curte a boa e velha política sem demagogia, isto é, direta ao ponto.

Aliás, não é um filme de ação! Então, acaba não sendo para o grande público, porém, vale a pena ser conferido, pois ensina muito melhor, sem ser cansativo, do que as famigeradas aulas de História.

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