Dragon Ball Super: Super Hero | Confira nossa crítica

Ficha Técnica
Título: Dragon Ball Super: Super Hero
Ano de Produção: 2022
Dirigido Por: Tetsuro Kodama
Estreia: 18 de agosto de 2022
Duração: 99 minutos
Classificação: Resposta em itático e cinza claro
Gênero: Shonen, Luta
País de Origem: Japão
Sinopse: O exército Red Ribbon havia sido destruído por Son Goku… Mas certos indivíduos decidiram levar adiante sua missão e criaram os androides supremos: Gamma 1 e Gamma 2. Estes dois androides – que se intitulam “super-heróis” – decidem atacar Piccolo e Gohan! Qual será o objetivo do Novo Exército Red Ribbon? Quando o perigo é iminente, é então que desperta o Super-Herói.

Assim como Naruto e One Piece, Dragon Ball é uma franquia com uma quantidade exorbitante de filmes de animes, sendo este o vigésimo primeiro da série. Dragon Ball Super: Super Hero, trata-se do segundo filme da franquia Dragon Ball Super, precedido por Dragon Ball Super: Broly. Nesta nova animação, a primeira investida da Toei Animation em um longa da saga predominantemente em computação gráfica, quem assume a direção do longa é Tetsuro Kodama, responsável pelas sequências em computação gráfica do filme anterior.

Depois que a Toei Animation se tornou alvo de um ataque de ransomware no início do ano, o filme, originalmente previsto para abril, acabou sendo adiado em cerca de 2 meses, no Japão, e no Brasil e restante do mundo. Devido a esse adiamento, acabou sendo lançado bem próximo do Dia dos Pais, o que conferiu um ar mais especial ao longa, visto que o filme celebra uma das figuras paternas mais populares dos animes, o namekuseijin Piccolo, e sua relação com seu “filho adotivo” Gohan, reforçando o meme de que o pai de Gohan não é Goku.

Com o progredir dos anos, personagens que já foram foco de holofotes em dados momentos de sagas passadas foram perdendo espaço para a dominância do protagonismo de Goku e Vegeta hoje em Dragon Ball Super, o que acaba por saturar a obra e tornar os desfechos das sagas bastantes previsíveis. E é justamente personagens coadjuvantes como Piccolo e Gohan que tomam o protagonismo dessa vez, dando um ar de aventura filler à obra. São pouquíssimas as cenas com Goku, Vegeta, Beerus, Whis e Broly, ficando restritos a simples cameos, sem qualquer relação com a trama principal.

A trama é centrada no ressurgimento do exército Red Ribbon (destruído por Son Goku ainda criança), agora sob o comando do filho do falecido Comandante Red, Magenta, CEO da Farmacêutica Red, empresa de faixada que Magenta utilizava na intenção de reerguer o exército. Magenta e seu oficial assistente Carmine procuram recrutar o neto do Dr. Gero, o cientista prodígio Dr. Hedo, um jovem obcecado por super-heróis e justiça. Hedo aceita ajudar o Red Ribbon depois de Magenta manipulá-lo a acreditar que a Corporação Cápsula  era a vilã da história e buscava a dominação global, fazendo uso de alienígenas, robôs e demônios que já aterrorizaram a Terra, como Majin Boo e Piccolo Daimaoh. Hedo então, empolgado em exercer justiça, cria os andróides Gamma 1 e Gamma 2, visualmente inspirados nos heróis nipônicos de tokusatsus, como Ultraman, para combater os “vilões” da Corporação Cápsula.

Destaque também para o tom familiar e geracional que o filme apresenta, girando em torno de heróis e vilões que estão navegando pelos legados e ambições de seus pais e avós (ausentes). Relações paterno-filiais estão presentes a todo momento, seja no carinho de Piccolo com Pan, a filha de Gohan; as broncas, o cuidado e a proteção que Piccolo tem com Gohan; ou até mesmo os simples retratos do Comandante Red e Coronel Violet, na mesa de Magenta.

O ponto mais chamativo do filme, que pode afastar de início os mais saudosistas, trata-se do visual adotado, com o filme predominantemente feito em computação gráfica com um aspecto de cel shading, remetendo ao visual dos games de Dragon Ball desde a era 128 bits. Apesar de ser uma escolha inusitada para uma marca que se consagrou por mais de 30 anos com animação 2D, com poucos minutos de filme o espectador já se acostuma com o que é oferecido na telona. As batalhas ocorrem com explosões de energia e cores vibrantes, com cenários de fundo expansivos, mas nada como a imensidão de lutas galáticas a nível de Dragon Ball Super, e tudo acaba basicamente contido a nível global. Mas Kodama usa todos os truques de animação para fazer um espaço pequeno parecer um lugar enorme, algo apropriado para a telona. A curiosidade, porém, fica extremamente tentada ao se presenciar, na introdução do filme, trechos refeitos das sagas anteriores da franquia em 2d com uma qualidade absurda. Sem dúvidas, um remake de todo o anime das sagas clássica e Z, diferente do “remaster” que foi Dragon Ball Kai, seria algo que viria muito bem a calhar, como uma forma de modernizar a franquia.

Quanto à dublagem nacional, a produção não decepciona em nada, já seguindo o padrão de qualidade da Unidub. Algumas vozes acabaram sendo substituídas, infelizmente, por conta de problemas de saúde ou conflitos de agenda, sendo elas dos personagens Beerus, Androide #18 e Pan, mas ainda assim, os substitutos cumprem a tarefa sem deixar nada a desejar e o resultado final é a mesma sensação de reencontrar velhos amigos que te acompanham já por mais de 20 anos.

Dragon Ball Super: SUPER HERO: Vale a pena?

Dragon Ball Super: Super Hero é um filme que serve tanto para quem já é fã de longa data da obra máxima de Akira Toriyama e deseja rever velhos amigos, como também como uma porta de entrada menos tumultuada do que sagas passadas para aqueles que desejam pelo menos conhecer algo desse universo tão fantástico. Não é uma aventura megalomaníaca com vilões extraordinariamente poderosos, mas isso acaba até mesmo contribuindo para uma revigorada no universo do anime, resgatando personagens deixados de lado pelos criadores, como Piccolo e Gohan, mas sempre venerados pela comunidade de fãs, nivelando-os aos divinamente poderosos Goku e Vegeta. Uma aventura recomendada para toda a família, que cumpre ao que se propõe, sem criar falsas expectativas!


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