Caros leitores, há tanto a ser dito sobre a 2ª Temporada de Bridgerton, da Netflix, que essa autora não teria como contar tudo em só um post.
No entanto, há um consenso em relação à temporada: ela dividiu opiniões. Tanto é que eu pensei estar diante da própria árvore genealógica da Família Bridgerton.
Agora, peguem o seu chá, porque direi minhas considerações sobre os acontecimentos que levaram ao relacionamento entre o Visconde Anthony Bridgerton e Lady Kate Sharma.
Atenção! O texto contém spoilers!
Título: Bridgerton (2ª Temporada) |
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Ano de Produção: 2022 |
Dirigido Por: Alex Pillai, Tom Verica e Tricia Brock |
Estreia: 25 de março de 2022 |
Duração: 480 minutos |
Classificação: 16+ |
Gênero: Comédia, Drama e Romance |
País de Origem: Estados Unidos |
Sinopse: Impulsionado por seu dever de defender o nome da família, a busca de Anthony (Jonathan Bailey) por uma debutante que atenda aos seus padrões impossíveis parece malfadada até que Kate Sharma (Simone Ashley) e sua irmã mais nova Edwina Sharma (Charithra Chandran) chegam da Índia. Quando Anthony começa a cortejar Edwina, Kate descobre as verdadeiras intenções dele — um amor verdadeiro não estava no topo de suas prioridades — e decide fazer tudo o que pode para interromper esta união. Mas, ao fazer isso, as lutas verbais de Kate e Anthony apenas os aproximam, complicando a situação para ambos os lados. |
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Superem! O Duque de Hastings não aparece…
Conforme já era esperado, Simon Basset (interpretado por Regé-Jean Page) não voltaria à série e, realmente, não voltou.
Após essa notícia, muitos do fandom ficaram possessos. Contudo, tal fato é explicado pela própria lógica dos livros de Julia Quinn, onde cada obra conta a história de um integrante da família Bridgerton. Lógica que também está sendo “preservada” na série.
Sim, eu sei que o duque é mencionado ou aparece de forma pequena em outros livros, inclusive em O Visconde que me Amava, mas o próprio intérprete do duque não renovou para as demais temporadas.
E, quando questionado se aparecerá nas próximas, ele respondeu: “Você sabe que eu não poderia te dizer! Não há algo maravilhoso em se surpreender com o que você não estava suspeitando?”
Quem sabe em uma Series Finale, ele dá o ar de sua Graça, não?!
E a Duquesa de Hastings?
Por curiosidade, Daphne Bridgerton foi a primeira personagem a aparecer na 2ª temporada, o que eu achei super perspicaz do roteiro, justamente, por amarrar o telespectador com os acontecimentos da 1ª Temporada.
Embora o seu papel seja menor, a presença da personagem interpretada por Phoebe Dynevor nos mostra que ela se tornou o eixo da família.
É notório o quanto a personagem evoluiu e está mais confiante e isso pode ser visto nos diálogos em que ela tem com Anthony. Se antes ela escutava (ou não) os conselhos do irmão, agora é ele, meio que a contragosto, que a escuta (e é cada sermão, digno de aplausos).
Apresento-lhes a Família Sharma…
Com a nova temporada, também conhecemos Mary (Shelley Con), Kate (Simone Ashley) e Edwina Sharma (Charithra Chandran) e não podemos esquecer de Newton (o cachorro de Kate). A família Sharma é da Índia e vem em busca de um pretendente para a irmã mais nova, Edwina Sharma.
Com isso, Shonda Rhimes (Grey’s Anatomy) traz, novamente, a diversidade cultural à série. Mesmo que seja de forma sutil, alguns aspectos da cultura indiana são trazidos à temporada, como a forma em que Kate e Edwina se chamam: “Bon e Didi”, apelidos carinhosos que significam irmã mais nova e irmã mais velha em hindi, por exemplo.
E junto da família, novos conflitos são apresentados, como o questionável triângulo amoroso entre as irmãs Kate, Edwina Sharma e Anthony Bridgerton. É claro que a gente sabe que isso é uma manobra dos roteiristas para criar um conflito na série, mas sinto que a fórmula já está batida, principalmente, relacionada à disputa entre irmãs (já deu, né?!).
Outra questão bastante interessante abordada na atual temporada é a questão familiar tanto das Sharma quanto dos Bridgertons e até mesmo, dos Featherington. Isto é, a cargo de quem fica a incumbência da responsabilidade da família, diante de um luto, ou de um escândalo, ou por não se sentir merecedor dela.
Conflito que, aliás, ultrapassa o famoso contexto casamenteiro retratado no seriado e que pode ser contextualizado nos dias de hoje.
De Volta ao Convívio dos Bridgerton
Embora cada temporada foque em um Bridgerton, é inegável que para a série tomar fôlego para as 3ª e 4ª já confirmadas, ela necessita evoluir a trama dos demais integrantes da família.
E nesse caso, merecem destaque os arcos da nossa querida “esmeralda”, Lady Eloise (Claudia Jessie); do perdido, Lord Colin (Luke Newton) e do hilário, Lord Benedict (Luke Thompson).
Outro plot interessante foi o da matriarca dos Bridgerton, Violet (Ruth Gemmell), em relação ao luto ao seu marido Edmund (Rupert Evans) e de ter sido responsável, ainda que indiretamente, por alguns traumas de seu primogênito.
No entanto, eu senti que foi além do aceitável tanto foco em diversos arcos, pois pareceu que os roteiristas se esqueceram um pouco do casal principal, deixando para resolver tudo entre eles em menos de 8 minutos do último episódio.
XOXO, Lady Whistledown
Uma das maiores polêmicas em torno da série foi ter revelado a identidade de Lady Whistledown, logo no final da primeira temporada. Indo, aliás, contra a maré de séries como Gossip Girl, por exemplo.
Já eu não achei isso um problema! É por essa razão, que podemos ver a maior preocupação de Penelope Featherington (Nicola Coughlan): manter secreta a identidade do seu alter ego, revelando até uma faceta empreendedora e fascinante da personagem.
Nesta segunda temporada, nós vemos o conflito da mais nova dos Featherington, como se fosse a de um super herói em balancear duas personalidades completamente diferentes.
De um lado, uma pessoa extremamente frágil com suas inseguranças, sempre vivendo à margem da sociedade, sofrendo ofensas pesadas (ou babacas) até do rapaz que gosta. E de outro, seus super poderes, que, no caso, é a sua pena, em que sua opinião é esperada por toda a corte.
Conflitos esses que abalaram até a sua relação de amizade com Eloise Bridgerton, a qual espero que se resolva nas demais temporadas. Afinal, imaginem como seria hilário as futuras postagens de Lady Whistledown com essas duas juntas.
E o Casal Protagonista?
Propositalmente, eu coloquei o casal principal como último assunto a ser abordado, justamente, porque achei que muito se resolveu, sobre eles, apenas no final.
É inegável a química de Anthony Bridgerton e Kate Sharma. Química, aliás, que já estava sendo comentada já nas primeiras imagens de divulgação do casal protagonista (e que confesso, em minha humilde opinião, ser maior que a do casal da primeira trama. Não me cancelem, por favor! Rs).
Kathony é o típico casal “enemies to lovers”, ou seja, dizem se “odiar”, mas que na verdade, “se amam”. Ou, numa tradução mais popular, é o típico casal “cão e gato”.
Ambos compartilham das mesmas personalidades competitivas, controladoras e desafiadoras, na qual a personagem de Kate até se sobressai e dá um “banho de água fria” no visconde (e que banho!).
No entanto, embora eu entenda que o objetivo do roteiro, em se afastar totalmente da narrativa literária (como é o caso da controvérsia cena da abelha), era o de criar uma construção de uma relação sólida, acredito que poderiam ter agraciado os fãs com mais cenas do casal principal.
Logo, estou torcendo para o casal volte com tudo nas demais temporadas (aliás, os atores meio que já confirmaram em off sobre isso), ainda que saibamos que a participação será bem menor.
Veredicto: 2ª Temporada de Bridgerton
Com a compreensível diminuição de cenas quentes (tão comentadas em sua predecessora), a fim de enriquecer mais o enredo e torná-lo menos apelativo; com mais questionamentos sobre a responsabilidade familiar e o papel do homem e da mulher na sociedade regencial inglesa; e com um maior grau de complexidade dos seus personagens, a 2ª Temporada de Bridgerton veio para ficar no coração daqueles que amam os integrantes dessa família.
Aliás, a temporada trouxe uma nova revelação: Bridgerton está seguindo, basicamente, o mesmo que aconteceu com outras adaptações literárias, como The Witcher ou Game of Thrones. Isto é, ainda que a essência dos personagens e da história permaneçam, elas podem tomar rumos diferentes dos conteúdos dos livros de Julia Quinn. Se os fãs das obras literárias vão gostar? Isso é uma outra história. E que seja dada a largada!
Menções Honrosas
MH 1: Simone Ashley e Jonathan Bailey, vocês estão com dores nas costas? Porque, praticamente, carregaram a temporada toda consigo.
MH2: As interações de Rainha Charlotte (Golda Rosheuvel), Lady Danbury (Adjoa Andoh) e Violet Bridgerton (Ruth Gemmell).
MH3: Benedict Bridgerton tomando um “certo” chá.