Ghostwire: Tokyo | Confira nossa review

Ghostwire: Tokyo possui um excelente conjunto de qualidades, porém deixa a desejar quando a premissa era de que seria uma “imersão de próxima geração”.

Ghostwire capa
Ficha Técnica
Desenvolvido por: Tango Gameworks
Publicado por: Bethesda Softworks
Gênero: Ação e Aventura
Série: Ghostwire
Lançamento: 25 de Março de 2022
Classificação indicativa: 14 anos
Modos: 1 Jogador
Disponível para: PlayStation 5 e PC

 

Ghostwire: Tokyo foi desenvolvido pela Tango Gameworks, estúdio responsável pela criação da série The Evil Within. Porém, mesmo utilizando de elementos sobrenaturais e até um pouco assustadores, o novo título situado em Tóquio é muito mais voltado para ação do que para o terror, além do diferencial de contar com uma câmera em 1ª pessoa.


Senta que lá vem história.
Você conhece a Tango Gameworks?

A Tango K.K foi fundada em 2010 pelo nosso amado Shinji Mikami – criador da série de sucesso mundial Resident Evil. Porém o estúdio passou por dificuldades financeiras logo em seu início e não demorou a ser comprado pela ZeniMax Media – dona da Bethesda Softworks. A Tango então foi fundida com a ZeniMax Asia K.K., tornando-se uma divisão com o nome Tango Gameworks. Já em 2020 a própria ZeniMax Media foi adquirida pela Microsoft.


Agora voltando a Ghostwire: Tokyo que recebeu exclusividade temporária no PlayStation 5 e PC, prepare seu Yakisoba e sente-se que a review já vai começar.

Cadê todo mundo?

Em Ghostwire: Tokyo encontramos uma Tóquio um pouco diferente, inabitada. Forças sobrenaturais invadiram a cidade com a ajuda de um ocultista pra lá de sinistro. Olhamos ao redor daquele ambiente outrora repleto de pessoas caminhando por todos os lados e só o que conseguimos perceber são roupas, muitas roupas, atiradas ao chão. As pessoas simplesmente desapareceram.

A narrativa se inicia com Akito acordando no meio da rua e se deparando com esse novo cenário, mas ele não está sozinho! Uma entidade espectral chamada KK irá se apossar de seu corpo, ou melhor, dividi-lo com você. Essa possessão será um pouco desconfortável, mas irá lhe garantir poderes etéreos bem divertidos e poderosos para lidar com os Yokais distribuídos pelo local.

Ghostwire: Tokyo
Na imagem você pode ver Akito, possuído pelo espírito de KK.

Yokais? Pois é, as pessoas sumiram, mas espíritos vingativos surgiram por ali. KK está atrás de vingança também e precisa utilizar o corpo de Akito para isso, já Akito só quer saber do bem estar de Mari – sua irmã hospitalizada. Mas, quem é KK? Do que ele quer se vingar? Por que os Yokais estão na cidade? Onde estão as pessoas? Bom, essa é a curiosidade gostosa que permeia nossa aventura.

Fantasmas amistosos

A dublagem do jogo está toda em japonês, no entanto, existe uma localização em PT-BR que nos garantiu uma interface e legendas para acompanhar devidamente essa história. Inclusive gosto sempre de destacar a acessibilidade presente no jogo, que garante a possibilidade de aumentar o tamanho das fontes e assim termos uma leitura mais tranquila.

GWT Tengu in-body
Alguns Tengus foram posicionados acima de prédios, permitindo uma subida rápida para o terraço. Viagens rápidas também estão presentes para facilitar tanta exploração.

Além de toda a história principal, existem muitas missões secundárias dadas por espíritos que não conseguiram partir devido a ter algum assunto pendente – isso sempre me faz lembrar do filme Gasparzinho, o Fantasminha Camarada (1995). Essas missões enriquecem demais o jogo, pois podem acrescentar detalhes na trama principal, nos divertir um bocado e claro, aumentar a vida útil do jogo – que por sinal tem uma história curta, porém satisfatória.

Yokais

Na tradução literal do japonês, Yokai pode significar demônio, assombração, monstro e Deus – palavras que com toda certeza definem bem as criaturas que teremos de enfrentar. Espíritos vingativos que são, basta nos verem para partirem para o ataque e alguns podem realmente dar trabalho. Deixa eu escrever sobre alguns desses “visitantes” para vocês:

  • Caminhantes da Chuva: São homens vestidos com terno e graveta, utilizando guarda-chuva e sem portar um rosto. Essas criaturas utilizam o guarda-chuva como forma de defesa, apresentam algumas variações e realmente incomodam quando em grande quantidade.
  • Kuchisakes: São mulheres assustadoras, vestidas de branco, mascaradas e portadoras de uma grande tesoura. Reza a lenda que seu sorriso é desfigurado, e ela quer punir suas vítimas com a mesma punição.
  • Teru Teru Bozu: Esses deviam ser bonecos de pano ou papel feitos a mão e utilizados como amuletos. Mas aqui eles são cruéis, pairam sobre sua cabeça e atacam veementemente.
Ghostwire: Tokyo
Essa é a aparência de uma Kuchisake, assustadora não é mesmo?

Diversos outros personagens do folclore japonês dão as caras aqui, e criam uma atmosfera bem atrativa para os fãs do país. Mas a diversão principal fica a cargo dos chefes, esses conseguem ser mais criativos e divertidos de eliminar – mesmo que sejam poucos.

Tecelagem Etérea

Como enfrentar espíritos se somos feitos de carne? É aí que entra o poder de KK, que nos garante a habilidade de manusear o éter garantindo alguns poderes elementais: vento, água e fogo.

  • Vento: ataques rápidos e precisos em abundância, indicados para manter distância do oponente. Mas são ataques mais fracos.
  • Água: ataques medianos, em força, rapidez e quantidade, são indicados para combater a curta distância.
  • Fogo: o seu ataque mais poderoso e em menor quantidade, indicado para eliminar grupos de inimigos e causar muito estrago.
GWT Shine Dancer in-body
Defesas na hora certa também podem proporcionar mais éter.

O éter não é infinito, você precisa buscá-lo pelo cenário quebrando objetos sobrenaturais ou derrotando inimigos. Mas aí você pode estar se perguntando, e o que Akito faz se não tiver seus poderes? Bom, ele pode dar umas porradas quase que insignificantes com suas próprias mãos ou ainda utilizar um arco e flecha durante emergências.

Os Combates

Yokais são mortos ao arrancarmos seus núcleos, e para isso devemos prezar por um ataque constante no local onde eles estão – geralmente no meio do peito – e arrancá-los quando surgir uma oportunidade. A imersão proporcionada pelo DualSense torna esse feito muito divertido, pois sentimos todos os movimentos em nossas mãos.

Entretanto, a fluidez da batalha deixa a desejar e está longe de nos oferecer um combate viciante. No decorrer da campanha, mesmo com as habilidades adquiridas e aprimoradas pela vasta árvore de evolução, o combate fica apenas na zona do aceitável.

Ghostwire: Tokyo
É possível arrancar diversos núcleos simultaneamente se esses estiverem expostos.

As habilidades podem ser adquiridas ao obter pontos de técnica. Os pontos de técnica podem ser obtidos de mais de uma forma, mas o mais comum é passar de nível. Sendo sua experiência do jogo contabilizada por derrotar inimigos e libertar espíritos.

Ambientação

Tóquio foi muito bem representada, e nos garante um belo tour por selvas de concreto, vielas e até alguns templos tradicionais. Os objetos e decorações interiores também revelam muito do estilo de seus habitantes.

Contudo o que mais me chamou a atenção foram os coletáveis, não só as relíquias que revelam boa parte da cultura local, como também arquivos de texto e panfletos que mostram o dia a dia dos japoneses. Até mesmo as comidas e bebidas necessárias para recuperarmos nossa vida foram tipicamente construídas.

GWT Akito Dog in-body
Alimentar um Akito pode lhe revelar dinheiro e até estátuas Jizo que aumentam sua munição.

Existem ainda alguns objetos como talismãs, amuletos e outras coisas mais que não vou entrar em detalhes, mas que contribuem para dar vida a uma cidade, mesmo sem seus habitantes.

Título de próxima geração?

Infelizmente preciso revelar que esperava mais, não da história e nem da ambientação é claro. Mas da potência da nova geração! Ghostwire: Tokyo possui um modo de qualidade e outro de desempenho, o que basicamente lhe dá o direito de jogar com 60FPS ou utilizar o Ray Tracing e todo seu esplendor.

Ghostwire: Tokyo
Os reflexos ficam absurdamente reais com o modo qualidade ativo.

No entanto, mesmo com o Ray Tracing ligado e melhorando o visual do jogo, ele só se torna realmente bonito por conta de sua ambientação de qualidade. Os gráficos mesmo, poderiam e deveriam ser melhores. Já a trilha sonora é sensacional, emoldurando com perfeição toda a narrativa e gerando um ótimo clima ambiente.

Por outro lado, mais uma vez o DualSense brilha e sentimos uma riqueza de sensações ao utilizar seu feedback tátil e efeitos sonoros. Sendo um jogo em primeira pessoa com muita utilização das mãos, é possível muitas vezes sentir toda essa movimentação do personagem. Além do uso do touchpad em algumas atividades, o fone e até uma leve vibração peculiar ao estarmos próximos de um colecionável – tornando o jogo muito mais acessível.

Ghostwire: Tokyo: Vale a pena?

Sim, é uma verdadeira obra de amor à Tóquio e soma muitas qualidades que sobrepõe aos seus defeitos. Ghostwire: Tokyo possui uma campanha curta, mas com uma grande lição e que poderá aumentar satisfatoriamente de tamanho se você for em busca de todos os objetivos secundários. Não jogue correndo, aproveite cada detalhe e expanda seus horizontes com todo o aprendizado que esse jogo tem a oferecer.

Ghostwire: Tokyo ainda conta com um modo foto, para você registrar os melhores momentos e permite que você tire selfies de Akito – o que irá tornar alguns cosméticos úteis e divertir os fotógrafos virtuais espalhados pelo mundo.

O Teoria Geek agradece a Bethesda pela chave de PlayStation 5 fornecida para a produção dessa análise.

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