Um dos maiores nomes do segmento literário, infelizmente, teve a sua falência decretada pela justiça. A Livraria Cultura, sinônimo de excelência no setor, sucumbe vítima da péssima gestão à qual acabou exposta! Entretanto, não foi só esse o fator preponderante para a derrocada de tão importante empresa.
Brasil: um país de tolos
Certamente o nome da livraria não poderia ser melhor, para ilustrar uma situação que não acomete apenas a ela.
O setor como um todo sofre com o total descaso das autoridades na hora de incluir, no currículo escolar, matérias ligadas à literatura. Incentivando, assim, os alunos a pegarem gosto pela leitura! Havendo nos últimos anos, inclusive, posicionamentos de autoridades no sentido contrário. Bem como sufocamento do orçamento destinado para esse fim.
No entanto, verdade seja dita: as famílias também detém muita culpa acerca de tal problema! Poucas são aquelas que se empenham em transmitir tão valioso hábito aos seus rebentos. Lendo para eles desde pequenos ou apoiando quando a criança demonstra interesse pelo assunto.
Num pais que, historicamente, valoriza muito pouco os livros. Apesar do seu maior governante, o Imperador Dom Pedro II, ter sido um ávido leitor! O trabalho para reverter essa situação será árduo e trilhado degrau a degrau.
O “Vilão” E-commerce
Tratada por muitos como a principal culpada pela decadência das livrarias físicas, a venda online de livros não possui tanta responsabilidade quanto dizem. Afinal, quem manda colocarem preços tão elevados que, mesmo contabilizando o frete, muitas vezes acaba compensando a compra pela internet?
O maior exemplo disso é a Bienal Internacional de São Paulo, na qual estive ano passado e fiquei bastante assustado com os valores dos volumes. Principalmente em se tratando de um evento daquela magnitude, onde as pessoas vão supondo encontrar descontos atrativos. Os quais são achados somente nas bancas destinadas a essa função, detendo apenas obras em suas versões mais simples.
Infortunadamente, a ganância dos donos desses estabelecimentos os cegou para a nova realidade. Ou não! Pois todos os grandes nomes do segmento também vendem através de seus sites. Como a própria Livraria Cultura, aliás!
Sendo assim, acabamos caindo no mesmo problema do tópico anterior: a total falta de tradição do brasileiro em ler.
Sementes Literárias
Tal qual peixes nadando rio acima, vários escritores nacionais sobrevivem, a duras penas, nesse insalubre ramo. De Eduardo Spohr até esse principiante que vos fala! Conhecendo eu vários igual a mim, deveras talentosos, os quais ainda buscam seu lugar ao sol.
Esse movimento planta sementes, ao ter contato direto com o público brasileiro. Algo mais difícil para nomes consagrados como J.K. Rowling, Stephen King ou Dan Brown.
Todavia, de nada adiantará tal esforço se não houverem politicas publicas, em todas as esferas, auxiliando no processo. Bem como a mudança do pensamento da população! Que hoje vê projetos nesse sentido, a exemplo da Lei Rouanet, com olhar distorcido e preconceituoso.
Enfim, apesar dos pesares, ainda devemos ter esperança! Levando as palavras de George R. R. Martin, àqueles não adeptos dessa prática extremamente saudável: “Um leitor vive mil vidas antes de morrer. O homem que nunca lê, vive apenas uma”.
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