Para os fãs de aventura e magia, a Disney nos preparou um prato cheio, mesclado com uma dose de nostalgia resultando num afago maravilhoso no coração da velha guarda. Nosso querido feiticeiro Willow Ufgood que decidiu embarcar numa missão aparentemente impossível para ele 20 anos atrás, retorna determinado a derrotar o mal mais uma vez.
Título: Willow |
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Ano de Produção: 2021 |
Dirigido Por: Philippa Lowthorpe, Debs Paterson, Stephen Woolfenden, Jamie Childs |
Estreia: 30 de novembro de 2022 |
Duração: 8 episódios (418 minutos) |
Classificação: 14 anos |
Gênero: Fantasia, Ação, Aventura |
País de Origem: Estados Unidos da América |
Sinopse: Baseada no filme de 1988, Willow é uma série de aventura e fantasia criada por George Lucas. Willow Ufgood, o feiticeiro lendário, retorna em uma nova série que se passa muitos anos depois da história do filme original. Willow lidera um grupo de heróis desajustados numa missão de resgate perigosa através de um mundo que vai além da imaginação. |
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Sobre a Trama
A trama acontece 20 anos após Willow (Warwick Davis), Madmartigan (Val Kilmer) e Sorsha (Joanne Whalley) terem derrotado a poderosa Rainha Bavmorda e salvo a pequena Elora Danan, futura sacerdotisa de Tir Asleen. No palácio de Sorsha, seu filho é sequestrado, levando sua irmã gêmea em uma missão de resgate em companhia de um grupo para lá de… Esquisito. Pois bem, os “corajosos” guerreiros saem nesta jornada encarando diversas batalhas em lugares sombrios e repletos de inimigos.
Em meio a trama, descobrimos que Willow tem tido visões há anos sobre o futuro de Elora e do retorno do mal que ele e seus amigos um dia pareceram vencer. Com o medo de que isso de fato aconteça, o feiticeiro aceita entrar para o grupo auxiliando os personagens no que estava ao seu alcance.
Magia de Willow
Como uma completa fã de tudo que envolva a magia, eu fico boba toda vez que ela dá as caras nas produções. E aqui não foi diferente. Com o passar dos episódios, tanto o Willow como a Elora agora crescida, têm momentos em que conseguem demonstrar toda a sua magia. E acreditem, quês cenas bonitas!
Desde pequenos encantamentos e poções para grandes batalhas, o seriado conseguiu oferecer com qualidade. Apesar de pouco mostrado, ainda assim é de se admirar, afinal, conforme o que a trama pede, tudo precisava se desenrolar com um ritmo mais devagar. Mas relaxem, sem spoilers por aqui.
Gráficos
Além do requerido pelas cenas de demonstração de magia, Willow trouxe cenários incríveis e alguns monstros que precisavam da “magia” do CGI. Eu achei tudo muito bem feito. É claro que não se pode comparar uma produção desta com algo maior como a Marvel (anos anteriores, certo?), Mandaloriano e afins, ainda há um salto gigantesco se colocarmos na balança. Mas ninguém quer uma balança aqui, então bato o martelo com: tudo está muito bonito para a proposta apresentada.
Aproveitando o caminho, preciso confessar que senti um afago no coração ao ver alguns dos monstros sem a facilidade do CGI. Sim, meus caros, temos monstros feitos na “raça”, maquiagem e fantasia SIM, exijo aplausos para isso (risos)! Eu adoro essa simplicidade, apesar de que a julgar pelo trabalho, planejamento e dedicação, acho que a palavra “simples” não se encaixaria muito bem. Sim, dá para ver bem que é estilo “fantasia” em algumas cenas, mas ainda acho que se encaixou bem para trama de certa forma.
Enfim! O equilíbrio perfeito se encontra neste seriado, trazendo uma mescla perfeita da “era atual” com a nossa (ou minha talvez) querida e saudosa “era antiga”.
Humor Forçado?
Infelizmente para o tópico que mais me incomoda, eu geralmente já vou preparada para voadora. Se isso é bom? Ah, complicado, porque um pouco de esperança de um BOM humor eu sempre tenho lá no fundinho da minha alma. Porém, por aqui, a coisa foi feia.
Existe um pouquinho de piadas em todos os personagens, porém, obviamente o foco das piadas sem dúvidas seria em cima do personagem Boorman. Um homem grandalhão com pinta de brutamontes, mas que no final de contas é um bocó com piadas terríveis. Em algumas tramas, poucas, bem poucas, isso até acaba funcionando, mas aqui ficou um horror. Não teve uma piada que esse personagem fez que eu sequer deixei de revirar os olhos, bem ruinzinho mesmo. O personagem que serviria como a “quebrada da tensão” definitivamente não colou.
De resto, o mais comediante além do básico nos demais como mencionei, seria o Willow. Mas nele as piadinhas são naturais, no estilo bem fiel ao filme de 1988. Claro que tem coisa “bobinha”, mas e qual filme de aventura familiar não tem? Para ele e os demais, consigo passar um pano. Mas só para eles.
Antigos Personagens
Aaaaahh, como eu sou suspeita para falar! Eu reclamo do povo querendo mexer em tramas bem desenvolvidas e de qualidade que já estão conosco, mas quando fazem BEM FEITO… O coração chega a errar a batida! Ver os mesmos personagens de anos atrás e ainda por cima sendo interpretados pelos mesmos atores, não tem como manter as estruturas em pé. É muito lindo de ver quando BEM FEITO (ficou claro o BEM FEITO, certo?).
Sem spoilers, vou comentar abertamente apenas do Willow e da Sorsha que estão no cartaz. Até porque, os demais são apenas citados ou fazem uma aparição rapidinha apenas. É claro que o feiticeiro teve mais foco e foi extremamente fiel a personalidade do personagem anteriormente trabalhado no longa! Podiam ter aproveitado ele para mostrar um pouquinho mais de magia? Com certeza, eu acho que faltou um pouquinho dele ter seu momento de “brilhar”. Mas quando ele resolve fazer isso, é muito bom!
A Sorsha apareceu mais no início, sendo a chatinha que era antigamente também, ou seja, a fidelidade também se manteve (risos). Claro, agora ela manda em tudo, tem dois filhos para servir como exemplo e é responsável por muitas outras pessoas. Dá para entender ela ser rabugenta e extremamente preocupada… Mas algumas decisões dela, não foram legais. Porém, ver a atriz retornar no papel ainda é um encanto aos olhos muito bem aceito.
Novos Personagens
Eu quero começar com o centro de tudo: Elora Danan (Ellie Bamber). Sim, sim, ela esteve no filme como personagem essencial para trama toda, PORÉM, ela era apenas um bebê com um futuro grande demais para um ser humaninho que nem sabíamos o estilo de caráter que iria possuir. Então, agora com ela adulta, vou considerá-la na ponte entre os antigos e novos personagens.
Esta personagem foi a com maior crescimento na trama. Alguns outros tiveram isso, mas não foi bem feito. Mas com a feiticeira mais poderosa, àquela que seria capaz de derrotar todo o mal, foi tudo amarradinho e caprichado. De início ela desperta nosso interesse apenas por ser a “tão TÃO” da trama. De início ela é meio bobinha, mas nada que não tenha sido justificado e trabalho depois. Conforme tudo se desenrola, criamos um interesse real e de fato queremos ver seu desenvolvimento, suas decisões e tudo mais que a personagem pode mostrar. Nota 10 para esta aqui, entregou o esperado.
Princesa Kit Tanthalos (Ruby Cruz), filha mais nova de Sorsha e quem inicia o grupo de resgate do irmão. Para essa quase me faltam palavras… Mimada, arrogante, egoísta, invejosa e culpa a todos por tudo, jamais olhando o próprio umbigo. Ela é dona da razão e nasceu mesmo para ser um encosto irritante na série. Sim, ela tem seu crescimento também o que é ÓTIMO. Mas isso só acontece nos “45 do segundo tempo”, ou seja, o ranço já foi instalado com sucesso e não temos tempo e muito menos vontade de mudar essa opinião. Ela é essencial para o final da trama, mas até chegar lá… É muito CHATO. Talvez e eu digo com ênfase um TALVEZ, ela fique melhor numa segunda temporada. Mas não estou nem um pouco curiosa para descobrir isso.
Jade (Erin Kellyman), uma jovem guerreira, melhor amiga de Kit e também seu interesse amoroso. Essa sim, é uma ótima personagem. Determinada e focada, ela entrega cenas muito boas. Uma pena que a maioria delas é com a Kit, então a coisa “boa” com a “ruim” acabam ficando equilibradas. Às vezes, Jade é deixada meio de lado e serve como planta, mas como guerreira acho que o papel dela é mais ficar na dela mesmo, observando e esperando a hora de avançar. Mas no geral, é uma ótima personagem que espero ter mais espaço em uma possível continuação da série.
Príncipe Graydon (Tony Revolori), agora talvez eu seja alvejada… Mas eu gostei dele. Pois é, pois é, ele é uma caca inútil no começo, mas paciência. Confiei que o personagem teria um crescimento na trama e foi o que aconteceu. Infelizmente não tão bem trabalhado quanto foi com a Elora, mas foi legal mesmo assim. Me apeguei ao jeitinho bobo (ênfase no BOBO, que fique bem claro) e tímido dele no início. Este foi um personagem que desde o início foi colocado ali para realmente se desenvolver e apesar de raso e rápido, eu gostei. Sei que isso dividirá e muito as opiniões, mas esta é a minha.
E chegamos ao Boorman (Amar Chadha-Patel), o personagem que mencionei acima que serviria como alívio cômico e fracassou miseravelmente. Resumindo, ele é um ladrão e lhe oferecem a liberdade para ajudar o grupo da Kit a resgatar o príncipe. Esse é o músculo principal da equipe, descendo o braço em todos que precisa. Mas de resto são só piadas ruins com comentários bestas e desnecessários. Espero que isso mude na continuação.
Para encerrar, temos o Príncipe Airk (Dempsey Bryk), irmão da Kit, que aparece pouco em cena e quando aparece, não serve para muita coisa. De início apenas se mostra mimado e mulherengo e no final… É complicado falar sem apontar nenhum spoiler. Mas este não teve crescimento nenhum, até porque não houve tempo para ele. Talvez futuramente sendo melhor trabalhado, poderia ser bacana.
Temos Romance?
SIM! Mas pouquíssimo…
Já de cara vou dizer que não é spoiler porque o “olho-no-olho” na primeira cena é impossível de não notar. Como mencionei, Jade é o crush da Kit e vice-versa, ou seja, aqui temos o primeiro casal com uma representatividade bem bacana. Além delas, temos quase que um triângulo amoroso que não dá tempo de ser explorado, mas que eu queria muito ver no que poderia dar no futuro. Não vou dar nome aos “bois” para não “spoilar” ninguém, mas no geral mesmo, a gente vê o amor no ar, mas a série não se agarra muito a este caminho.
Relação Elora e Willow
Me recuso a terminar essa crítica sem dar um destaque à relação do Willow com a Elora.
É claro que os olhos do feiticeiro quase chegam a brilhar quando vêem a menina crescida diante dele. O desejo de protegê-la e ensiná-la mostra o quão grande é o carinho que ele criou pelo bebê de quem salvou a vida 20 anos atrás. A trama aposta também em pequenas lembranças dele a reencontrando ainda criança e, gente, é muito fofo.
Pelo lado da Elora, é claro que o Willow é um estranho, já que cresceu meio que… Longe dele. Então da parte dela o laço vai se desenvolvendo aos poucos e a confiança e lealdade sendo lentamente construídas. É muito bonitinho, uma relação de pai e filha é bem colocada entre eles. Muito gostoso de assistir.
Segunda Temporada de Willow?
Aqui eu vou soltar o verbo dizendo: SIM! E NÃO SÓ SEGUNDA, MAS UMA TERCEIRA!
Quer dizer, muita calma nessa hora, claro. A série por si só deixou um gancho gigantescamente escancarado para continuar. E na última cena, como um presentinho para o público, ela deixa bem clara a intenção de chegar até uma terceira temporada (imagem acima). Porém, contudo, entretanto, sem confirmações oficiais ainda. O seriado está dividindo o público, então temos que aguardar para de fato criar expectativas para o futuro da trama.
Conclusão: Willow
Hora da verdade!
Vou começar com os fãs da nostalgia: assistam! É uma série gostosinha de ver, traz aquele sabor na medida certa da “juventude” e entrega uma aventura bem light em conjunto. Mas não precisa ter pressa, a série em nenhum momento vai te despertar um “Oh, meu Deus! Nunca esperei por isso!”. É uma trama levinha, para assistir aos poucos ou maratonar com a família toda num sábado chuvoso.
Precisava dessa continuação baseada no filme? Não, mas já que está aí, vamos aproveitar (risos).
E para os fãs no geral, minha fala acima quase resume tudo. A trama promete aventura, ação e fantasia, e entrega. Tem personagens bons, assim como personagens ruins… Às vezes parece que a coisa não anda por serem episódios muito longos, algo que achei bem desnecessário. Para a proposta, não precisavam de 8 episódios com cada um tendo uma hora de duração. Se tivessem aproveitado melhor esse tempo, tudo bem, sem reclamações, mas houveram momentinhos aqui e ali que eu fiquei entediada. E não, não precisa necessariamente assistir ao filme para entender tudo se você não quiser. As coisas vão se explicando justamente para guiar o pessoal que não é fã da obra de 1988. Porém, é claro que a experiência será bem melhor se você começar por lá.
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