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Wild Hearts | Confira nossa review!

Wild Hearts

Wild Hearts é uma joia bruta, implorando para ser polida.

Ficha Técnica
Desenvolvido por: Omega Force
Publicado por: Eletronic Arts Inc.
Gênero: Ação e Aventura
Série: Wild Hearts
Lançamento: 16 de Fevereiro de 2023
Classificação indicativa: 14 Anos
Modos: 1 Jogador SOLO ou 3 jogadores COOP
Disponível para: Xbox Series X|S, PS5 e PC 

 

Wild Hearts é um dos casos de jogos que simplesmente dividem meu coração ao meio. Como analisar um jogo que tem boas ideias, diversas boas execuções, mas que ainda parece uma plataforma de testes? O que eu quero dizer com isso é que, Wild Hearts, consegue ser extremamente divertido. Sendo claramente baseado na franquia Monster Hunter, Wild Hearts foi para mim, extremamente mais dinâmico e divertido, o combate, as mecânicas e a história, tudo desenrola com um bom ritmo. Essas características claramente indicariam que Wild Hearts se trata de um grande jogo, e realmente, é um ótimo jogo, desde que você tenha uma máquina que consiga rodar de maneira descente, e isso, é um problema que não pode acontecer. Mas então, vamos começar pela parte boa!

Wild Hearts é um bom jogo de caçada?

Sendo direto, sim. Muito do que Wild Hearts faz é bom, se tratando do seu estilo de jogo, Wild Heart tem diversas mecânicas que o colocam entre os melhores Hunting Games que já pude jogar. Inimigos grandes e com muita mecânica estão por toda parte do mapa semiaberto e extremamente diversificado visualmente de Wild Hearts.

(Ilustração: Créditos/EA Games)

No jogo, logo de cara o usuário tem acesso a diversas opções de armas, sendo que cada uma tem uma gameplay própria. Junto a cada arma existe uma árvore de habilidades grande e complexa onde o jogador pode evoluir com base nos matérias que coleta explorando e nos inimigos específicos que matou. Além das armas existe uma boa variedade de armaduras, tanto mecanicamente quanto visualmente, possibilitando diversas builds e maneiras diferentes de se jogar e enfrentar os maiores monstros. Tudo isso junto com o ótimo sistema de criação para personagens, faz com que Wild Hearts seja muito competente no que se propõe. Cair na repetição foi algo que simplesmente não aconteceu comigo, boa parte disso se deve ao quão divertido é a parte principal do jogo, seus monstros.

Kemono e Karakuri!

Os Kemono, nome dados aos monstros do mundo de Wild Hearts, são de longe a parte principal e mais bem trabalhada do jogo. Cada Kemono tem um visual muito único, semelhante com alguma criatura da vida real, porém, com um elemento a mais, como vinhas em seu corpo, seiva, veneno, etc… O visual de cada um implica diretamente na forma como ele luta. Os combates contra Kemonos são longos e satisfatórios podendo durar de 3 minutos a 1 hora dependendo do quão forte é o inimigo e do quão eficaz o jogador é em enfrentá-lo. Ao causar boas quantidades de dano, alguns pontos fracos são expostos, o jogador pode então se agarrar na criatura e tentar chegar ate o ponto fraco para um golpe mais poderoso de maneira um tanto semelhante com o clássico Shadow of the Colossus, mas não tão marcante.

(Ilustração: Créditos/EA Games)

A segunda mecânica principal em Wild Hearts com certeza são os Karakuris, uma espécie de sistema de construção que o jogador usa ao longo de toda a exploração e combate do jogo. Entre as diversas funções então a construção de acampamentos, fogueiras, torres de caça para achar Kemono, caixas para auxiliar em escalada e no combate, paredes para se defender ou trampolins para pegar altura. Os Karakuri são recarregados por meio de um minério que pode ser adquirido no mapa ou nos combates, sendo derrubados pelos Kemono quando recebem um ataque poderoso. Graças a mecânica dos Karakuri o combate se torna bem mais dinâmico que outros jogos do gênero, exigindo certo reflexo e estratégia para saber o melhor momento de usar as habilidades.

História que não acompanha a gameplay!

Muito embora tenha diversos pontos altos, a história em Wild Hearts parece ser aquele tipo de campanha que funciona apenas como um plano de fundo para a gameplay. Diversos elementos são introduzidos, porém, nenhum foi tão bem aprofundado quanto poderia. Não se trata de uma história de ruim, apenas comum. Ainda assim, a grande variedade visual e os combates ao longo de todo o jogo ajudam a manter o jogador interessado no que vem a seguir, fica claro que o foco de Wild Hearts não está em sua narrativa.

Agora, a parte realista.

Tendo dito tudo que achei de bom em Wild Hearts, preciso partir para os defeitos que vi no meu tempo de jogo. Mesmo com uma trilha sonora não memorável, Wild Hearts como já dito, em suma, é um jogo bom, com uma história comum e extremamente divertido, mas isso, apenas quando ele funciona. Durante minhas horas em Wild Hearts, jogando no Xbox Series S, tive uma, se não a pior experiência de otimização que vi na vida.

“No lugar de folhas e grama existe uma cobertura com aspecto de musgo!”

Em resumo, Wild Hearts funciona, sua versão de Xbox Series X, PS5, ou em um bom PC é perfeitamente jogável, tendo alguns problemas de otimização, porém, quando se trata de um PC mais fraco, e principalmente de sua versão no Xbox Series S, Wild Hearts apresenta uma das experiências mais vergonhosas. Entre os defeitos que pude ver estão: Resolução extremamente baixa dando um aspecto de borrão para o jogo, falta de alguns modelos, a inexistência de sombras em boa parte do jogo e a falta de oclusão de ambiente nos cenários.

“Resolução extremamente baixa dando um aspecto de borrão para o jogo”

Diversos elementos que deveriam estar lá simplesmente não estão, resultando em situações em que no lugar de folhas e grama existe uma cobertura com aspecto de musgo. Diversas texturas não existem na versão de Series S, assim como alguns modelos no cenário possibilitando situações onde o personagem parece estar flutuando. O chão está lá, mas não visualmente. Além disso, pop-in e travamentos seguem ao longo de toda a experiência de Wild Hearts, fazendo com que muito da exploração divertida que existe, suma, sendo trocada por uma experiência frustrante e sinceramente degradante.

“O chão está lá, mas não visualmente”

Com isso vale ressaltar, que nem assim o jogo roda bem, tendo sua taxa de quadros travada a no máximo 30 FPS, sendo que a mesma, em sua maior parte, está claramente abaixo dos 24 frames, o que piora ainda mais nos combates ou situações onde efeitos de partícula aparecem na tela. Resumidamente falando, Wild Hearts em aparelhos mais fracos é simplesmente injogável. O jogo abre, mas não faz mais do que isso, sendo uma experiência que com certeza não vai agradar nenhum jogador de plataformas que não sejam categorizadas como top de linha.

Por conta disso, avaliar Wild Hearts acaba se tornando complicado, pois até mesmo para avançar no jogo, tive diversas dificuldades causadas pelos travamentos e constantes bugs ao longo da experiência. Essa situação, sinceramente, é triste, visto que em núcleo, Wild Hearts é um jogo bom, mas que se torna extremamente inaproveitável por conta do fato de que simplesmente não funciona. Como dito no início, as ideias boas estão lá, mas o jogo parece ter sido apressado. Muitas coisas boas existem, como a grande variedade visual, mas que não pode ser aproveitada, pois simplesmente os problemas técnicos impedem qualquer experiência positiva. Assim posso reafirmar, que Wild Hearts se trata de uma joia bruta, escondida, que parece implorar para ser lapidada.

Wild Hearts | Vale a pena?

Acredito que a resposta para essa pergunta se tornou óbvia. Wild Hearts se trata sim de um bom jogo, e caso você como usuário tenha uma plataforma poderosa, vale sim a recomendação em uma boa promoção ou no teste de 10 horas por meio da assinatura do EA Play. Porém, caso seu aparelho seja um Series S ou um PC mais fraco, Wild Hearts é simplesmente injogável, a ponto de que seria irresponsável e antiprofissional da minha parte, recomendá-lo. Como alguém que gostou das ideias apresentadas no jogo, espero que no futuro Wild Hearts receba algum tipo de atualização, que melhore sua experiência geral, mas, no dia de hoje, infelizmente, o jogo não funciona, parecendo mais uma tech demo em beta de um projeto grandioso e divertido que deveria lançar daqui a alguns anos após muito polimento. Em ideia, Wild Hearts é uma clara nota 8, sendo criativo, divertido e mecanicamente interessante, mas, em execução, ele acaba sendo uma nota 6 por não conseguir entregar o que promete em uma qualidade digna para o usuário final, tendo como base também o preço cobrado de R$350, não fazendo jus a qualidade técnica final apresentada ao jogador.

LEMBRETE: Todas as imagens do ultimo tópico do artigo foram capturadas no Xbox Series S, mas dessa vez, não foi necessário comprimir por software, ou seja, representam a qualidade real do jogo.

Eu não escolhi esse caminho. O caminho, ele me escolheu. Leia mais aqui!

 

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