Depois de um lançamento altamente conturbado, será que Cyberpunk 2077 finalmente vale a pena?
Cyberpunk 2077 possui uma história interessante, e que se destaca devido ao carisma de seus personagens, expressões corporais e faciais que os humanizam, trazendo ainda uma localização excepcional – Português do Brasil – que faz cada personagem ser único e inconfundível. Principalmente a nossa protagonista, que consegue impor sua presença, mesmo num jogo em primeira pessoa (na maior parte). Tudo isso faz você se importar.
Mas é claro que um cenário caprichado ajuda, e Night City – a cidade que dá vida ao jogo – é rica em detalhes. A ambientação torna tudo muito real, pois não são objetos e decorações jogados ao acaso, e sim sabiamente distribuídos, criando a sensação de que alguém mora ali, trabalha, etc. É imersivo.
Fora isso, a jogabilidade também não fica atrás. Talvez os carros não tenham uma boa dirigibilidade, mas nada que realmente atrapalhe. O foco está nas batalhas e na personalização, existem diversas maneiras de você desenvolver a V – nossa protagonista – e lutar como bem entender. Isso faz você criar toda uma expectativa para ganhar novas armas, adquirir dinheiro para fazer alterações corporais, desenvolver determinadas builds e tudo o mais. Você tem liberdade para jogar do seu jeito, e se desenvolver do seu jeito, não só pra se tornar eficiente, mas também esteticamente “maneiro”.
Voltando para os veículos – que a propósito, são os únicos que você pode alternar para terceira pessoa – sua dirigibilidade não é exatamente ruim, mas simples demais, como se a física não fosse utilizada de forma correta aqui. No entanto, com o cenário ao redor e uma boa música tocando no rádio, o jogador acaba por se acostumar e curtir o momento. A trilha sonora de Cyberpunk 2077 por sinal é bastante rica, trazendo não apenas uma ótima escolha de faixas musicais, como também bons efeitos sonoros.
Curiosidade: Algo bacana no PlayStation 5, é que os gatilhos do DualSense foram utilizados, oferecendo uma certa pressão quando estamos dirigindo, por exemplo. Mas nem de longe, oferece tudo o que poderia oferecer do nosso querido controle.
Já os temíveis bugs e problemas de performance que atormentaram os mais diversos jogadores em seu lançamento, já não existem mais. Quer dizer, você pode até encontrar alguma coisa, como cenas em que os personagens levantam uma garrafa de cerva, e tomam o ar, já que a garrafa ficou no chão. Porém esses momentos são raros, não estragam sua aventura, e muito menos impedem o seu progresso no jogo.
Cyberpunk 2077 realmente, cortou muito conteúdo, e ao jogar, você vê todo aquele potencial desperdiçado. Mas ainda assim traz uma narrativa coerente que se sustenta por si só, e vale sim ser jogada. Na verdade, se ele tivesse cumprido suas promessas, talvez tivesse roubado um GOTY em 2020. De qualquer maneira, não deixe de jogar, e se me permitir se intrometer na sua experiência, escolha a garota, a dublagem dela é superior.
Dica: Caso esteja na dúvida por não saber se o jogo faz seu estilo, assista Cyberpunk: Mercenários na Netflix. A animação além de ser uma das melhores de 2022, ainda proporciona uma boa ideia do que vamos encontrar em Night City.
Não nos abandone ainda, tem muita coisa legal acontecendo, dê uma olhada aqui.
