Thymesia | Confira nossa review

Thymesia é um começo, e que grande começo.

thymesia
Ficha Técnica
Desenvolvido por: OverBorder
Publicado por: Team17
Gênero: Action RPG, Soul’s Like
Série: Thymesia
Lançamento: 18 de agosto de 2022
Classificação indicativa: 14 anos
Modos: 1 jogador
Disponível para: PC, Xbox Series e PS5

 

Soul’s Like, esse nome é algo que me assombra. Entre vários jogos que testei, sempre corri atrás de um Soul’s Like que me divertisse e sinceramente nada me desceu. Falando assim fica obvio uma coisa, embora eu seja atraído pelo gênero, simplesmente, não gosto de Soul’s Like.

Nessa situação entra Thymesia, um jogo que mira em Soul’s Like, mas acerta em outros gêneros como Hack’n Slash, Action Adventure, etc. Uma mistura de coisas que tinha absolutamente tudo para dar errado, mas, não deu. Com suas misturas e ideias vindas do pequeno estúdio OverBorder formado por apenas 7 pessoas, Thymesia é um tiro no escuro, mas que acertou precisamente a diversão que várias mecânicas de diferentes gêneros podem entregar dentro de um “Soul’s Like”. Enfim, vamos por partes.

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Uma história perdida.

Você é Corvus, um doutor que de alguma maneira está relacionado a calamidade em forma de praga que assolou o reino de Hermes, mas, não se lembra de absolutamente nada. O que aconteceu? Como aconteceu? Por que aconteceu? E como o protagonista está ligado a isso? Bom, não sei, e essa é a graça. A história é contada por meio do cenário, dos personagens, itens e inimigos que você encontra na jornada. Jornada essa que dependendo de como você joga, pode ter seus finais alterados. A história, caso você deseje ir atrás, é extremamente interessante e sinceramente, não há muito o que eu possa comentar sobre sem que seja considerado spoiler.

Existem muitos mistérios no reino de Hermes e explorar é realmente interessante. A realidade é que a escala do mapa semi-aberto de Thymesia é pequena, implicando em muito vai e vem caso você queira descobrir cada detalhe da história. O level design é bom e não é difícil aprender os caminhos e memorizá-los mesmo sem a presença de um minimapa como já é prática nos jogos do gênero. Além da exploração, como a história é contada depende muito de outro aspecto do jogo, o estilo de arte.

O estilo de arte que carrega o mundo.

O estilo de arte é uma coisa que saltou meus olhos. Os desenvolvedores da OverBorder realmente conseguiram capturar a essência de um reino decadente e destruído. As casas, plantas, inimigos, a música quieta e quase não presente de fundo, choros, gritos. Tudo consegue passar a sensação de medo e perigo para o reino de Hermes.

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O estilo de arte salta os olhos.

Sendo direto, graficamente falando, Thymesia não entrega nada fora do comum, inclusive com alguns problemas de renderização no Xbox Series S onde joguei a campanha. Porém, não entregar nada fora do comum não significa entregar algo ruim. Thymesia é lindo, não pelos seus gráficos que sim, são bons, mas principalmente por sua ambientação e todo o conjunto que o estilo de arte entrega, que brilha até mesmo na forma como o combate acontece.

Um Soul’s Like com gameplay Hack’n Slash?

Bom, não exatamente. Thymesia tem uma mescla dos elementos que compõem Sekiro: Shadows Die Twice e Bloodborne, a gameplay é muito rápida e extremamente focada na mecânica de parry. De cara tenho que dizer que o parry do jogo é um tanto complicado de começo, eu mesmo, só comecei a desenvolver bem a mecânica quando a upei no máximo, fazendo com que o tempo para aparar os golpes recebidos fossem maiores. Após isso, o combate se desenvolveu muito bem.

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O flow do combate é único.

Corvus tem uma espada que usa para o ataque principal e um ataque de garra que retira a barra branca e verde dos inimigos respectivamente.  A barra branca se refere a uma linha de defesa que pode se regenerar, a verde, é a vida real do inimigo, que não pode ser regenerada, e o inimigo só morre quando toda a vida verde é esgotada.

O jogo também tem uma mecânica de armas da peste. Ataques adquiridos por usar o ataque de garra carregado nos inimigos para copiar seus golpes especiais (onde o mesmo só pode ser usado uma vez por Corvus) e por meio do farm de inimigos que eventualmente dropam itens com o propósito de desbloquear o uso de armas da peste de maneira indefinida (com o custo da barra de energia do personagem). Esse balanço entre ataque de espada, garra, e armas da peste, cria um combate muito rápido e divertido onde o jogador tem que estar atento aos inimigos e seus respectivos padrões.

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Parte da árvore de habilidades de Thymesia.

Fora isso, com o ato de derrotar os inimigos, Corvus ganha XP para subir o nível e upar 3 linhas: dano e parry com espada, vida, ou dano com armas da peste. Todos eles dependem muito de como o jogador quer jogar e como o ele vai distribuir os pontos de habilidade adquiridos na árvore de talentos, permitindo diversas formas de jogo, inclusive uma que troca o parry por uma defesa, mudando muito o flow do combate. Resumindo, é realmente ótimo, e após dominar a gameplay, fica até bonito de ver.

Thymesia: Vale a pena?

A OverBorder conseguiu entregar um jogo interessante, mas obviamente, com alguns defeitos. A otimização no Xbox Series S é boa, mas não perfeita. O jogo é curto, eu levei 12 horas para terminar todas as missões principais e algumas secundárias, o que acaba implicando em poucos cenários e inimigos repetidos que muitas vezes só mudam alguns detalhes visuais e a quantidade de vida e dano deles, dependendo do quão forte são ou se são inimigos especiais que liberam ao morrer, um item capaz de melhorar as porções de Corvus.

A realidade é que Thymesia foi para mim uma experiência muito divertida, justamente por isso, acabou com aquele gostinho de quero mais. A equipe de apenas 7 pessoas com certeza entregou tudo que tinha e isso me faz valorizar muito o que o jogo é, e o quão bem ele executa suas ideias. No mais, posso dizer que a equipe da OverBorder tem um grande potencial, pois com pouco entregaram um jogo curto, porém, completo. Uma boa história, ótima gameplay, bela ambientação, etc. Mesmo com seus defeitos, eu acho que Thymesia realmente vale o valor cobrado por ser uma boa experiência e até uma porta de entrada para aqueles que não são jogadores de Soul’s Like, como eu, a testar o gênero. Thymesia, assim como qualquer Soul’s Like, não é para todos, mas com certeza é bem mais abrangente que a maioria dos jogos de seu gênero e eu com certeza estou muito animado para ver o que a OverBorder pode entregar no futuro.

LEMBRETE: todas as imagens do artigo foram capturadas no Xbox Series S e comprimidas por software, ou seja, não representam a qualidade real do jogo e servem somente como ilustração.

O Teoria Geek agradece a Team17 pela chave de Xbox Series fornecida para a produção dessa análise.