“The Trip” (2021), que com certeza irá dividir a opinião de muitos, mas não há como negar que desta mistura tenha saído algo no mínimo bem criativo.
Título: The Trip |
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Ano de Produção: 2021 |
Dirigido Por: Tommy Wirkola |
Estreia: 15 de outubro de 2021 |
Duração: 1h 54min |
Classificação: 18 anos |
Gênero: Ação/Suspense |
País de Origem: EUA |
Sinopse: Em The Trip, ansiosos para terminar seu matrimônio ao matarem um ao outro, um casal decide ir para uma remota cabana para terminar o que planejaram. Mas logo percebem que para sobreviver eles terão que se ajudar mais uma vez. |
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Uma obra com boas influencias
Quentin Tarantino fez escola, ao criar filmes com humor sombrio, violência e diálogos afiados e que se casam com a cultura pop. Já os irmãos Coen realizaram obras sobre personagens comuns que se metem em situações, por vezes, absurdas. Agora, imaginamos pegar essas duas visões autorais distintas uma da outra e se tem o filme norueguês “The Trip” (2021), que com certeza irá dividir a opinião de muitos, mas não há como negar que desta mistura tenha saído algo no mínimo bem criativo.
Direção e narrativa
Dirigido por Tommy Wirkola, do filme “João e Maria – Caçadores de Bruxas” (2013), o filme foca em um casal da area do cinema, que ansiosos para terminar o matrimônio decidem matar um ao outro. Para isso eles vão em uma remota cabana para terminar o que planejaram um contra o outro. Mas logo percebem que para sobreviver eles terão que se ajudar mais uma vez, pois o imprevisível acontece.
O primeiro ato lembra um pouco “Sr. & Sra. Smith” (2005), já que é sobre um casal que está em crise e que decide dar um ponto final na situação. Curiosamente, o prólogo faz uma verdadeira piada dos formatos das novelas que quase sempre retratam esses conflitos de casais nas tramas. Aliás, o humor ácido irá transcorrer ao longo da projeção, mas misturado com violência extrema, com direito a muito sangue e quase virando um verdadeiro filme de terror.
Elenco e Personagens
Se por um lado Tommy Wirkola exagera nesta dose, do outro, ele consegue a proeza de criar pontos de virada imprevisíveis dentro da trama e conseguindo obter a nossa atenção facilmente do começo ao final dela. Infelizmente a primeira grande virada de mesa da trama acaba se tornando meio que arrastada, mas sendo compensado pelos seus novos personagens, que mais parecem que saíram de algum filme dos irmãos Coen. Aliás, é preciso dar um salve de palmas pela maneira que o realizador inseriu esses personagens dentro do conflito do casal, pois me pegou de forma bem desprevenida.
Curiosamente, os personagens secundários que vão surgindo dentro da trama são inseridos de uma forma bem Tarantinesca. Em um determinado ponto da trama, por exemplo, o filme volta no tempo e nos colocando pela perspectiva desses personagens, sobre onde eles vieram e indo em direção ao ponto em que a trama havia parado. Pode não ser muito original, mas ao menos essa fórmula ainda funciona hoje em dia.
Do elenco, fico muito feliz em rever novamente o desempenho de Noomi Rapace na tela. Conhecida mundialmente pela primeira versão do conto “O Homem Que Não Amava as Mulheres” (2009), Rapace não teve uma carreira muito promissora em solo americano e, portanto, ao vermos ela atuar em um filme Norueguês se percebe que ela está muito mais à vontade na construção de sua personagem. Porém, é preciso reconhecer que Aksel Hennie não fica muito atrás, pois o seu personagem Lars aprende da pior maneira possível de que, se é para melhorar de vida, que se sacrifique por ela.
Aliás, o filme não deixa de ser uma crítica acida sobre os bastidores do cinema, da qual a fábrica dos sonhos cria os seus astros, mas dos quais os mesmos não deixam de serem humanos e falhos. Além disso, o filme não tem heróis ou vilões, mas sim pessoas comuns que tentam sobreviver em uma selva de pedra selvagem que hoje é comandada pelo sistema capitalista e da qual a mesma dita as regras sobre aqueles que irão ou não ser afortunados ao longo da vida. O final poderá até frustrar alguns, mas do qual o mesmo nos diz que aqueles personagens continuaram vivendo somente das aparências, pois não conseguem mais fazer nada além disso na vida.
Veredicto
“The Trip” é uma salada pronta de várias referências, mas da qual a mesma nos conquista graças aos seus desdobramentos da trama.
Onde Assistir: Netflix.
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