The Sandman (Episódio Extra) | Confira nossa crítica (Sem Spoilers)

Em 19 de agosto, a Netflix liberou um episódio extra de The Sandman, que resume categoricamente do que se trata a HQ.

Vale lembrar que este post tratará, apenas, deste episódio. Se você quiser conferir a crítica da 1ª temporada, então, clique aqui.

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Ficha Técnica
Título: The Sandman – Sonho de Mil Gatos/Calíope
Ano de Produção: 2021
Dirigido Por: Hisko Hulsing (Sonho de Mil Gatos) e Louise Hooper (Calíope)
Estreia: 19 de agosto de 2022
Duração: 1h4min
Classificação: +18
Gênero: Drama, Fantasia e Terro
País de Origem: Estados Unidos
Sinopse: O episódio é uma coleção com duas histórias: um gato siamês sonhando com um novo mundo e um escritor, com uma necessidade desesperada de inspiração, cruzam-se com Morpheus.

Sandman não é um herói

Em primeiro lugar, não espere de The Sandman aquilo que não é! Isto é, um herói que em cada episódio vai lutando contra um terrível vilão (afaste-se dessa visão maniqueísta, para entender o contexto da história).

Na realidade, é necessário entender que The Sandman é uma antologia, em que o personagem Morpheus aparece como se fosse um “apresentador” das diversas histórias cujo Sonhar e o Mundo Desperto são os palcos.

Digamos que é a representação de todo o estudo da mitologia feita por Neil Gaiman. Afinal, em uma mitologia, os deuses podem ser ou não protagonistas das histórias. É só você lembrar, por exemplo, do protagonismo de Zeus, contra o seu pai Cronos; ou da influência coadjuvante dos deuses gregos, nas baladas de Homero.

E é justamente isso o que acontece em Sonho de Mil Gatos (Parte 1) e Calíope (Parte 2), no qual o Perpétuo do Sonhar age como coadjuvante, influenciando ou ajudando os personagens de ambas as histórias.

Sonho de Mil Gatos

A parte 1 adapta a história homônima da HQ de maneira bastante acertada e fiel. Principalmente, em transportar a história pra as telas, por meio de animação 2D/3D. Afinal, que estranho seria ver gatos falantes ao melhor estilo de Cats ou, ainda, como um live action da Disney, como o Rei Leão.

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Eu confesso que ao ver as imagens vazadas que circularam na internet, eu torci o nariz. Contudo, depois de ver o conjunto da obra nas telas, percebi o quão perfeito foi essa animação. Isto é, foi uma imersão na própria HQ que a inspira.

Igualmente, outra coisa que você vai gostar são as diversas participações especiais, como o próprio Neil Gaiman, James McAvoy, David Tennant, Michael Sheen, Arthur Darvill, Sandra Oh, Melissanthi Mahut, Nina Wadia, Amita Suman, Nonso Anozie, Diane Morgan e claro, Tom Sturridge. Será que vocês são capazes de saber quem é quem?! Lanço o desafio!

Em resumo, a história de Mil Gatos pode ser angustiante, para quem cuida de gatos como eu, devido a uma fatídica cena perturbadora da maldade humana, mas ela é uma ótima fábula de que os sonhos moldam o mundo (Stephanie Meyer que o diga – fãs de Crepúsculo, vocês entenderam a referência?).

Calíope

Já a parte 2, conta a história da musa Calíope no universo das HQs de The Sandman e como ela ficou presa por um humano por mais de 60 anos. Acreditem, não é uma coincidência com O Sono dos Justos (Neil Gaiman sabe o que faz em suas histórias).

Calíope

Assim como Sem Parar (24 horas), a história de Calíope é aterrorizante. Isso porque, estamos diante de um retrato infeliz da humanidade. Em outras palavras, o quanto o ser humano pode ser cruel em busca de seus objetivos.

Calíope (Melissanthi Mahut) é filha de Zeus e uma das musas inspiradoras da Mitologia Grega. Acredita-se que foi a própria inspiração de Homero em suas Ilíada e Odisseia.

No entanto, não vou focar na personagem que dá nome à história e nem em sua importância na vida de Morpheus, uma vez que seria um enorme spoiler.

Na verdade, o que quero é mostrar o ensinamento que o conto traz. Melhor dizendo, ainda que de maneira menos explícita que nas HQs, mas com representações eficazes para você compreender o que de fato aconteceu, o episódio de Calíope me fez recordar à triste e chocante história da artista Marina Abramovic e a obra Ritmo 0 de 1975 (googla aí, mas já aviso que é gatilho).

Afinal, ao assistir ao episódio e todo o abuso sofrido pela personagem em “prol” do sucesso de Richard Madoc (Arthur Darvill), é necessário parar, pensar e processar o que foi visto e nos questionar sobre a famigerada frase: “será que os fins realmente justificam os meios“. Eu creio e espero que não!

Veredicto: The Sandman (Episódio Extra)

Baseado em duas histórias independentes que fazem parte do arco Terra dos Sonhos, o episódio 11 está no mesmo patamar dos incríveis episódios 5 e 6 da 1ª temporada de The Sandman. Devo dizer que ele a fecha, com chave de ouro.

Com efeito, escancara até aonde o ser humano pode chegar, para conseguir o que quer, numa explicação quase direta da razão do Coríntio e seus icônicos olhos serem a representação do reflexo de uma grande parte da humanidade.

E que confirmem, logo, a 2ª Temporada!

Até mais, e Obrigado Pelos Peixes!

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