The Quarry aposta demais na narrativa, e acaba esquecendo de enriquecer sua gameplay.
Desenvolvido por: Supermassive Games |
---|
Publicado por: 2K |
Gênero: Narrativa interativa |
Série: The Quarry |
Lançamento: 10 de junho de 2022 |
Classificação indicativa: 18 anos |
Modos: 1-8 Jogadores |
Disponível para: PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X|S e PC |
Não foi dessa vez que a Supermassive Games conseguiu apagar o brilho de seu grande sucesso de 2015, Until Dawn. Mesmo a dublagem em PT-BR nos oferecendo uma bela imersão, os diálogos demoram a se tornar interessantes. No entanto, toda a ambientação, iluminação e uma grande curiosidade irão te prender até chegar ao fim da sua história.
Narrativa interativa
Vamos chamar de sua história, porque cada pequena ou grande escolha pode alterar completamente nossa campanha, assim como acertar ou não os eventos rápidos, de reação ou respiração – onde é necessário segurar um botão ou mover o analógico esquerdo na direção correta.
A jogabilidade perde então um pouco de seu brilho, ao optar por uma forma de respiração tão simples – segurar o X até a vermelhidão sair da tela. Os momentos que deveriam nos causar mais tensão e nos forçar a sentir o medo do personagem, deixaram de existir. A habilidade se torna quase desnecessária, o que facilita a compreensão da cena, mas peca em não oferecer um desafio ao jogador padrão.
Em jogos anteriores você precisava acertar determinados botões para desacelerar seu coração ou ainda manter o controle estático para não se mexer e entregar sua posição.
São mesmo, adolescentes?
Os personagens jogáveis são formados por um grupo de 9 adolescentes que estavam trabalhando como monitores em um acampamento de verão em Hackett’s Quarry. Era hora de ir embora, mas um “incidente” os força a ficar no local, e a partir de então, após uma longa introdução dos nossos protagonistas, tudo começa a ficar bem assustador ao nos depararmos com criaturas cobertas de sangue.
Porém talvez esse seja o problema que encontrei nos diálogos, o terror não parece ser levado a sério por aquela turma. Existe bom humor, otimismo e autocontrole demais. Apostando em um elenco de vários atores conhecidos, era de se esperar uma atuação mais emocionante e profunda, ainda mais se levarmos em conta as ótimas expressões faciais existentes aqui.
Um terror diferente
Não espere pular da cadeira, The Quarry não deve conseguir te assustar, mas para ser justa, se você errar algumas escolhas ou botões, as cenas podem ser bem perturbadoras e deixar o pessoal atrás da tela perplexo. No entanto se você conseguir passar, não demora para ter uma piadinha daquelas bem idiotas que vão te arrancar uma risada. É divertido!
O jogo divide bem as partes de exploração e narrativa conforme saímos das cenas de introdução, equilibrando a calmaria com os momentos de ação. Esses últimos por sinal, possuem passagens de cair o queixo.
Durante a exploração podemos encontrar itens cruciais para definir nosso caminho, cartas de tarô, evidências do que está acontecendo ali e várias pistas que vão revelando o mistério por trás da história principal.
Aspectos técnicos
A trilha sonora diverte e remete a filmes típicos de adolescentes, criando um clima imersivo. Principalmente quando combinado a ambientação formada principalmente por trilhas, vegetação e tudo o mais que um acampamento em meio a uma floresta isolada tem direito.
Já a jogabilidade como é possível de se calcular, está muito mais limitada e simplificada, focando na narrativa e interação. Dessa forma, fica faltando um skip para melhorar a dinâmica, pois o jogo sempre nos obriga a assistir todas as cenas independentemente de já a termos assistido ou não.
Durante a gameplay você pode se incomodar ocasionalmente com a câmera, seu posicionamento é meio estranho ao focar o ambiente e não o adolescente controlado e ainda é possível encontrar algumas partes do jogo não tão atrativas visualmente quanto outras, gerando um certo desequilíbrio. Mas de forma geral, tudo funciona bem.
Além da campanha individual
Vale ressaltar que o jogo possui um modo filme, para aqueles que só querem assistir a essa bela “série” de 10 episódios com escolhas pré-definidas, e também um modo cooperativo offline para jogar com outras pessoas dividindo o controle – o modo multiplayer chega no próximo mês.
Uma grande novidade fica a cargo da função rebobinar, presente desde o início na versão deluxe e após o término da primeira campanha na versão padrão. Essa função permite ao jogador resetar o jogo até o momento em que a escolha que culminou em sua morte foi feita, essa opção pode salvar sua vida por 3 vezes.
The Quarry: Vale a pena?
The Quarry então, consegue ser visualmente muito bonito, e por que não? Viciante. A narrativa nos entretém o suficiente e o mais importante de tudo, exige do jogador um grande raciocínio para sobreviver.
Dessa forma por mais que a Supermassive tenha facilitado em alguns quesitos, não pense que manter essa galera toda viva será fácil! O jogo é super recomendado para quem curtiu Until Dawn ou os contos da antologia Dark Pictures, mas também é uma ótima porta de entrada para conhecer o gênero com seus humildes 186 finais distintos.
Teoria Geek agradece a 2K pela chave de PlayStation 5 fornecida para a produção dessa análise.
Confira mais matérias como essa clicando aqui!