O fungo retratado em The Last Of Us existe na realidade! Isso mesmo, ele não é apenas ficcional.
Em The Last of Us, jogo criado em 2013, que virou série da HBO este ano (2023), o fungo Cordyceps é o responsável pelo surgimento das criaturas, sendo retratado como um parasita capaz de transformar os seres humanos em seres violentos e sanguinários.
Assustador, não é mesmo!?
Embora seja, o Cordyceps existe e é um fungo antigo em nosso planeta. Contudo, é somente capaz de afetar insetos e outros tipos de artrópodes, logo, incapaz de afetar seres humanos.
Conheça algumas características do Cordyceps:
- Faz parte do gênero de fungos entomopatogênicos: aqueles que matam ou incapacitam insetos;
- Integra o filo Ascomycota, que se destaca por ser um endoparasita de artrópodes, isto é, parasitas que vivem no interior dos corpos de invertebrados;
- Infectam a vítimas com seus esporos, mantendo os hospedeiros vivos por um certo período para produção de ascomas e ascóporos;
- Após essa produção, ele completa seu ciclo reprodutivo e acaba matando seus hospedeiros;
- São capazes de parasitar formigas provocando alterações em seu comportamento (conhecidas como formigas zumbis); e
- Integram a medicina tradicional chinesa, a exemplo do “Ophiocordyceps sinensis“.
O fungo na série:
Em resumo, a história ocorre 20 anos após a civilização ter sido vítima da contaminação desse fungo. Fazendo com que os infectados perdessem quaisquer resquícios de humanidade, ficando cada vez mais agressivos e sanguinários, considerando a dominação de todas as habilidades motoras e cognitivas.
Isto é, a proliferação na trama ocorre por meio de esporos ou do contato com outros infectados, inclusive por mordidas, como vemos em sua grande maioria. É importante deixar claro que, na trama da série da HBO, não temos a contaminação por esporos. Contudo, na obra estrelada por Pedro Pascal e Bella Ramsey, a mutação é muito mais potente que o seu conteúdo original.
Em The Last Of Us, é possível verificar vários estágios de infecção oriundos do mesmo fungo. Confira abaixo:
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Corredores (runners): são as pessoas que foram infectadas recentemente e apresentam características como: intensa velocidade, ataques lentos, aumento da agressividade e tendência de atacar as pessoas em hordas. O fungo domina partes do cérebro humano “zumbificando” os infectados;
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Perseguidores (stalkers): são as pessoas que foram infectadas entre duas semanas e um ano possuindo o fungo mais visível. Há um comprometimento do sistema nervoso um pouco maior e passam a perseguir as presas na escuridão, escondendo-se e esperando o momento certo para atacar. Alguns deles, inclusive, se prendem a paredes, permitindo que o fungo se desenvolva ainda mais e mantenha o hospedeiro vivo até a aparição de uma determinada presa;
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Estaladores (clickers): os mais famosos – são aqueles cujo período de infecção ultrapassou um ano onde o fungo já dominou boa parte do corpo. O crescimento dele, principalmente na cabeça faz com que os infectados fiquem cegos, se orientando a partir da audição. São consideravelmente mais perigosos que os Corredores e os Perseguidores, visto que o fungo aumenta a força física;
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Baiacus (bloaters): são aqueles infectados há anos. Ocorre quando a infecção transforma o corpo em uma massa, com a pele completamente revestida pelo fungo, tornando-se lentos e cegos por completo – mas fortes. A disseminação do fungo funciona como armadura, ainda que os deixem vulneráveis ao fogo;
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Trôpegos (shamblers): último estágio de infecção foi introduzido em ‘The Last of Us: Part II’ e representa as pessoas infectadas por vários anos, tipicamente habitando áreas ricas em recursos aquáticos. Conseguem agarrar as presas e exalar grandes nuvens de esporos, que causam queimaduras ácidas na pele das vítimas. Quando mortos, os esporos explodem, disseminando o Cordyceps no ar.
Em entrevista ao Collider, o cocriador da série e diretor do game original, Neil Druckmann, afirma:
“Queríamos deixar a série o mais ‘pé no chão’ possível. O jogo já fazia isso muito bem, ainda mais em um gênero em que seria fácil demais apenas apresentarmos zumbis do nada. O Cordyceps é um conceito fascinante e absolutamente real.”
Ainda em sua fala, Druckmann explicou que o contexto do lançamento da série, logo após a pandemia de COVID-19, influenciou a retratação do apocalipse:
“Era importante ressaltar que o público tem mais conhecimento sobre pandemias do que há 5, 10 anos. […] Pensei muito em como há a passagem do fungo de um infectado para o outro, e como isso funciona como uma rede interconectada. É assustador pensar que essa parte da natureza estaria trabalhando contra nós de forma tão unificada, foi um conceito que eu adorei.”
Cordyceps na realidade:
Formigas zumbis:
Nesse caso, e o mais comum, a contaminação pelo fungo ocorre por esporos que entram em contato direto com a superfície externa da formiga.
O fungo se desenvolve dentro do seu corpo, consumindo estruturas musculares. Durante esse momento, a formiga mantém suas atividades normalmente. Ele continua desenvolvendo-se até atingir o sistema nervoso central, o que ocorre cerca de uma ou duas semanas após a infecção.
A partir daí, a formiga começa a se movimentar de maneira diferente, apresentando movimentos trêmulos e frequentemente caindo dos arbustos que tenta subir (provenientes das convulsões provocadas pelo fungo). O inseto então morre após fixar suas mandíbulas na lateral de uma folha ou em outras partes do vegetal.
Após cerca de uma a duas semanas de sua morte, observa-se a formação do ascoma para fora do corpo do animal. Os esporos são então produzidos e liberados para o ambiente, podendo, novamente, infectar novas formigas.
Medicina tradicional:
Mais conhecido na medicina tradicional japonesa, coreana, indiana e chinesa. Nesta última, é reconhecida como o item mais caro, sendo vendido em pacotes que contêm a larva e o ascoma do fungo
O fungo pode ser consumido de diferentes formas, como em sopas e chás. É indicado para problemas como anemia e impotência sexual, sendo conhecido, também, por reforçar a imunidade, retardar o processo de envelhecimento, ajudar na recuperação pós-cirúrgica e por apresentar ação antitumoral.
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