The Last of Us | Confira nossa crítica

The Last of Us

A adaptação em série da tão aclamada franquia The Last of Us chegou ao fim! Será que a HBO entregou tudo que os fãs esperavam? Se você é gamer, ou não, deve ter ficado muito curioso com a série. Acompanhe abaixo a nossa crítica, lembrando que ela tem spoilers!

The Last of Us
Ficha Técnica
Título: The Last of Us
Ano de Produção: 2023
Dirigido Por: Ali Abbasi, Craig Mazin, Jasmila Zbanic, Kantemir Balagov, Neil Druckman e Peter Hoar
Estreia: 15 de janeiro de 2023
Duração: 522 minutos
Classificação: 16 anos
Gênero: Ação, drama e Ficção
País de Origem: Estados Unidos
Sinopse: Em resumo, devido a uma doença de origem fúngica, a civilização como a conhecemos é destruída. Em um mundo pós apocalíptico, Joel deve levar Ellie para fora da zona de quarentena com um grande objetivo.

Apenas uma adaptação?

A adaptação em série de The Last of Us veio para romper barreiras e, ainda, enquanto a série ainda estava em produção, os fãs ficaram enlouquecidos com medo de mais uma franquia de games renomada e amada caísse num limbo de mais uma série/filme mal feita. Com as campanhas de marketing muito bem posicionadas, atores renomados sendo selecionados e um primeiro trailer de tirar o fôlego, todos ficaram mais tranquilos e o hype começou!

Mas, afinal, a HBO entregou o que queríamos? Sem sombra de dúvida, em comparação com outras adaptações de games que temos no mercado, The Last of Us se tornou um ponto fora da curva em relação à qualidade entregue, com um conteúdo fiel (em partes) à obra original e competência, mas a série não é perfeita!

Em meio a críticas e elogios, a primeira temporada de The Last of Us chegou ao fim e já estamos esperando a próxima temporada. E, claramente, gostaríamos que os erros sejam corrigidos na sequência, aguardando, dessa forma, por mais dessa franquia que tanto amamos.

The Last of Us a série

Mudanças que fazem sentido

Na série de The Last of Us houveram algumas mudanças narrativas que fazem muito mais sentido no contexto histórico do que os motivos e intenções que nos são apresentados no jogo. Não que isso seja ruim para o game, mas enquanto vivemos a história dos dois, na pele do Joel, essas “motivações fortes” nem fazem tanta falta. Lembrando que o público e a forma de narrativa para jogos e séries também são diferentes, as alterações pareceram necessárias para essa nova forma de contar a história de The Last of Us.

Mudanças de motivação como, por exemplo, Joel e Tess quererem uma bateria de carro para ir à busca de Tommy, ao invés de simplesmente estarem querendo armas, como é apresentado no jogo, faz muito mais sentido na narrativa da série.

Ellie e Tess em The Last os Us a série

The Last os Us é sobre…

Afinal, na série de The Last of Us estamos num mundo pós apocalíptico?

É fato que os dois primeiros episódios da série nos trazem ainda mais para um hype totalmente positivo na série, por ela de fato entregar a experiência que o jogo também entrega, talvez até um pouco mais em certos pontos (pouquíssimos pontos, aliás). Mas, apesar do que todos afirmam, que The Last of Us é uma história sobre relacionamentos, eu concordo em partes.

Primeiramente, os personagens estão inseridos num mundo semi destruído e devastado por causa de uma doença agressiva, então é esperado que se veja mais dessa doença na série, ou seja, mais infectados, porque afinal, foram eles que deixaram o mundo como ele está agora. Enquanto no início faltou confronto entre humanos, do terceiro episódio em diante (excluindo o episódio cinco) faltou infectados. O mundo se perdeu por conta dos infectados e também dos seres humanos, algo que não soube ser bem dosado na série (foi pelo custo?).

The Last of Us é sobre relacionamento”, estamos em um mundo acabado, pós apocalíptico devido a uma doença, mas é claro que as pessoas vão continuar se relacionando umas com as outras, ou seja, criando relações. No jogo, temos o relacionamento entre Joel e Ellie como sendo um relacionamento pai e filha, mas em nenhum momento se perdeu o foco e objetivo da jornada e a realidade do mundo não deixou de ser apresentada, diferentemente, da série em que podemos parar para nos perguntar várias vezes “Aonde e por que estamos indo mesmo? Ah é, tentar salvar o mundo com uma possível cura”.

Tommy e Joel no sexto episódio de The Last of Us

A série acrescenta conteúdo ao jogo!

A série de The Last of Us realmente acrescentou pedaços que eu gostaria de ter visto no jogo, a cena da mãe da Ellie, por exemplo. E como já citado, anteriormente, algumas motivações e intenções tornaram a narrativa mais crível e forte (até certo ponto). Mas num todo, não acredito que tenha agregado tanto assim ao que já se existe no game.

Afinal, se você o jogou completamente e teve acesso às histórias paralelas que podemos acompanhar por meio de cartas e bilhetes durante a jornada, dentre outras coisas, entende que o game já cria uma experiência completa e sem igual, sendo difícil ter um acréscimo significativo à obra por si só. Inclusive, acredito que seria mais satisfatório, se a série fosse um pouco mais longa e incluíssem algumas das histórias paralelas nela, além de mais cenas de ação e suspense. Isto é, a tornariam mais completa e acabariam com algumas das muitas críticas que vários fãs têm citado.

Nascimento de Ellie em The Last of Us

Colocaram isso, e não isso.

A série de The Last of Us, diferentemente do jogo (falando somente da parte 01, é claro), decide se apegar a temas atuais que servem para criar estranhamento, além de polêmica, a uma grande parcela do público. Já em contraponto, deixa de apresentar inúmeras partes importantes da narrativa original. Para fazer ambos, seria necessário mais tempo, isto é, não estou dizendo que partes que existem na série deveriam ser excluídas ou trocadas pelas que existem no jogo. Entretanto, se houvessem mais episódios, ambos poderiam ter sido feitos de maneira mais harmônica e funcional, além de ser possível se aprofundar melhor nos personagens e desenvolvê-los mais do que foi feito, o que de fato era necessário.

“A série de The Last of Us é uma adaptação, não uma cópia!”. Eu concordo, até porque se fosse para criarem algo extremamente fiel ao jogo, sem tirar e nem por, era mais fácil não fazer. Ou seja, somente jogue o jogo! Contudo, em certo ponto, a série deixou a desejar em comparação ao jogo, pois além de ter alterado, em parte, sua essência, colocou coisas desnecessárias e excluiu as necessárias.

Henry e Sam em The Last of US

A série mais aclamada dos tempos

A série de The Last of Us, obviamente, é a mais aclamada dos últimos tempos. Até porque, carrega um nome de peso vindo do mundo dos games. Mas, apesar do vários pontos negativos já levantados, a série também tem muitos positivos.

Aliás, não podemos deixar de falar primeiramente do incríveis atores escalados para os papéis, não somente os principais, mas os secundários, também. Para não se estender vamos focar aqui em Pedro Pascal (Joel) e Bela Ramsey (Ellie). Que, aliás, fizeram um trabalho impecável em viver os dois personagens principais da série, entregando tudo que era necessário nos momentos certos. É impossível deixar de falar o quanto Bela Ramsey nos surpreendeu com tanta emoção e garra vivendo Ellie.

Ademais, fotografia e trilha sonora da série nos levam para dentro desse mundo em que os personagens vivem, criando uma sensação total de imersão. E manterem a dublagem original dos games nos personagens da série, sem sombra de dúvida, foi um grande acerto.

Devemos pontuar que não se usou CGI para criação dos infectados, mas atores caracterizados, o que foi um grande trabalho na maioria das cenas criadas. Além disso, houve a participação de muitos fãs da franquia em meio ao atores e entre os que participaram da criação da obra. O que a torna ainda melhor por ter pessoas envolvidas que entendem da história.

Por fim, não podemos deixar de citar a participação de Ashley Jonson e Troy Baker (responsáveis pelo Motion Capture de Ellie e Joel no jogo) atuando como dois personagens muito importantes: sendo Ashley, a mãe de Ellie e Troy, o personagem James (que acompanha David no oitavo episódio).

Troy Baker como James em The Last of Us

Afinal, a série de The Last of Us vale a pena?

A série de The Last of Us serve para cativar um público que não é gamer, ou que não conhece a franquia (apesar de eu achar difícil um gamer não conhecê-la). E, com isso, trazer mais público para perto e até mesmo alavancar as vendas (por que não?). E, apesar de a série deixar a desejar, para nós que conhecemos a obra original (ou não, sua opinião pode ser diferente, é claro), para àqueles não a conhecem, pode ser extremamente satisfatória, até porque não existe o teor de comparação.

The Last of Us não é ruim, principalmente, quando comparada a outras adaptações, mas ela ainda não é perfeita. E, mais uma vez, ela não precisaria ser ao totalmente fiel ao jogo para se tornar perfeita, mas sim, de um pouco mais do que entrega, além de algumas mudanças, pontualmente, citadas acima e, óbvio, mais tempo de tela.


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