
Desenvolvido por: Neople |
---|
Publicado por: NEXON |
Gênero::RPG de ação |
Série:The First Berserker |
Lançamento: 27 de março |
Classificação indicativa: 16 anos/em> |
Modos: Um jogador |
Disponível para: PS5, Xbox Series S|X e PC |
História
The First Berserker: Khazan se apoia em uma narrativa sombria e violenta para construir sua identidade. Situado no universo expandido de Dungeon & Fighter (DNF), o jogo segue Khazan, o lendário guerreiro que, após ser acusado de traição, sofre uma queda brutal de honra e poder. O jogo mergulha profundamente na jornada de redenção de Khazan — um homem que já foi considerado o herói de seu povo, agora visto como inimigo público número um.
A trama se desenvolve através de cutscenes bem produzidas, diálogos com carga dramática e documentos espalhados pelos cenários, que ajudam a construir a lore do mundo. Ainda que o enredo siga alguns clichês típicos de histórias de vingança, a forma como ele é contado — sempre com foco na brutalidade e nas consequências da guerra — mantém o jogador interessado. O universo de Khazan é cruel, e o jogo não tenta suavizar isso. A dor do protagonista, sua raiva e sua sede por respostas são constantemente refletidas no ambiente e nas interações com os NPCs.
A narrativa não é excessivamente longa, mas também não se apressa. Ela é bem ritmada, e mesmo que o foco principal seja o combate, há momentos de respiro que ajudam a aprofundar a história pessoal de Khazan. Para quem curte narrativas mais densas e violentas, The First Berserker entrega um enredo coeso, com boas reviravoltas e uma progressão emocional satisfatória.
Gameplay
O combate é, sem dúvida, o coração pulsante do jogo. The First Berserker: Khazan é um RPG de ação que mistura elementos de hack and slash, com um foco pesado em combates corpo a corpo intensos. Khazan não é um herói ágil — ele é uma força bruta imparável, e o jogo faz questão de te lembrar disso a cada golpe.
O sistema de combate é responsivo e impactante. Cada movimento carrega peso, e os combos são brutais e satisfatórios de executar. Ao contrário de outros jogos do gênero que prezam pela fluidez e velocidade, Khazan aposta em uma abordagem mais “pesada”, onde o timing e o posicionamento importam mais do que reflexos rápidos. É um combate quase “coreografado”, onde você sente a violência de cada impacto.
Os inimigos variam bem, e o jogo se esforça para manter o combate interessante ao longo da campanha, introduzindo novas ameaças constantemente. Os chefes, em especial, são um dos pontos altos: eles exigem estratégia, paciência e leitura de padrões. Muitos contam com fases de combate múltiplas e mecânicas próprias, o que evita a monotonia.
Além disso, há um sistema de fúria (rage) que te recompensa por manter o ritmo ofensivo, incentivando o jogador a se manter agressivo. Esse sistema encaixa perfeitamente com a proposta do jogo: você é Khazan, o Berserker, e parar não é uma opção.
Sistemas de Progressão
Em termos de progressão, o jogo acerta ao oferecer escolhas significativas sem se tornar excessivamente complexo. O sistema de evolução de Khazan é dividido em três pilares principais: habilidades, equipamentos e talentos passivos.
As habilidades são desbloqueadas e aprimoradas com pontos adquiridos ao subir de nível. Cada nova habilidade muda a forma como você lida com os inimigos, seja adicionando ataques em área, movimentos de controle ou ataques de alto dano focado. É possível montar builds mais agressivas, defensivas ou equilibradas, conforme o estilo do jogador.
Já o sistema de equipamentos funciona de maneira semelhante a outros RPGs, com itens que afetam atributos como força, defesa, velocidade de ataque e regeneração de fúria. Há itens raros com habilidades especiais e efeitos únicos, que permitem uma boa customização. A coleta e aprimoramento de equipamento é incentivada por baús, crafting e inimigos mais difíceis em áreas opcionais.
Por fim, a árvore de talentos passivos oferece melhorias adicionais — como aumento de dano crítico, redução de tempo de recarga e aumento de resistência — que ajudam a definir o estilo do personagem sem complicar demais o sistema. O jogo não quer que você passe horas no menu: ele quer que você volte a quebrar crânios o quanto antes.
Gráficos e Trilha Sonora
Visualmente, The First Berserker: Khazan impressiona com uma direção de arte agressiva e estilizada. O jogo mistura realismo com elementos sombrios e quase grotescos, com personagens musculosos, armaduras pesadas e ambientes tomados por guerra e destruição. Há um foco grande em sangue, metal, e uma paleta de cores sombria que combina perfeitamente com o tom da narrativa.
Os cenários são diversos e visualmente impactantes, com castelos devastados, florestas corrompidas, calabouços infestados e arenas brutais. O uso de iluminação é inteligente, criando atmosferas tensas e opressoras, especialmente em áreas mais avançadas.
A trilha sonora é outro destaque. Composta por faixas orquestradas intensas, guitarras pesadas e sons ambientais densos, ela acompanha perfeitamente cada momento do jogo. Durante os combates, a música sobe em intensidade, acompanhando o ritmo frenético da luta. Fora do combate, há temas mais atmosféricos, que contribuem para o clima sombrio do mundo.
Os efeitos sonoros são sólidos: os sons de impacto dos golpes, o rugido das criaturas e o grito de Khazan ao usar suas habilidades criam uma sensação visceral que completa a imersão. É um jogo que soa tão brutal quanto parece.
Aspectos Técnicos e Acessibilidade
No aspecto técnico, The First Berserker é bem otimizado. Mesmo em hardwares mais modestos, o jogo roda com estabilidade e mantém uma taxa de quadros consistente. As animações são suaves, e os loadings são curtos, o que é importante para manter o ritmo.
Em consoles, a performance também é satisfatória, com modos de qualidade e performance que permitem escolher entre gráficos melhores ou maior fluidez. Durante o nosso teste, não foram observados bugs graves ou quedas de performance em momentos críticos.
A parte de acessibilidade, no entanto, é um pouco básica. O jogo oferece opções como remapeamento de controles, ajuste de legendas e algumas configurações de cor, mas falta mais profundidade para atender jogadores com deficiências visuais ou auditivas. Uma opção de narração de menus, por exemplo, ou modos de daltonismo mais robustos seriam bem-vindos.
Outro ponto que poderia ser melhorado é a dificuldade dinâmica. O jogo é desafiador por padrão, e embora isso seja intencional, faltam modos de dificuldade ajustáveis para quem busca uma experiência mais acessível ou mais intensa.
The First Berserker: Khazan: Vale a pena?
The First Berserker: Khazan é, acima de tudo, um jogo com identidade. Ele sabe exatamente o que quer oferecer: uma jornada brutal, direta e sangrenta de vingança e redenção, com um sistema de combate viciante e personagens marcantes. Não tenta agradar a todos — ele é feito para quem gosta de ação intensa, mundos sombrios e protagonistas que resolvem tudo no braço (ou no machado, no caso).
Para fãs do universo de Dungeon & Fighter, é um prato cheio, expandindo a lore de forma mais séria e madura. Para quem nunca teve contato com DNF, não se preocupe: o jogo se sustenta sozinho e introduz seu universo de forma acessível.
Embora não seja um RPG de mundo aberto cheio de escolhas ou uma experiência narrativa super sofisticada, Khazan entrega o que promete — e com estilo. Seus sistemas são bem amarrados, seu combate é memorável, e sua atmosfera é poderosa.
Veredito final: se você gosta de ação visceral com uma história de fundo forte e uma boa dose de desafio, The First Berserker: Khazan definitivamente vale seu tempo. É uma das experiências mais cruas e intensas do gênero nos últimos anos — e, honestamente, isso é um baita elogio.

O Teoria Geek agradece a Nexon pela cópia de imprensa disponibilizada gratuitamente para PC para a elaboração desta análise.