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The Batman | Confira nossa resenha (COM SPOILERS)

The Batman de Matt Reeves e Robert Pattison é definitivamente o filme mais fiel ao personagem da história nas telonas.

Batman
Ficha Técnica
Título: The Batman
Ano de Produção: 2020
Dirigido Por: Matt Reeves
Estreia: 03/03/2022
Duração: 2h55min
Classificação: 14 anos
Gênero: Drama, policial e ação
País de Origem: Estados Unidos
Sinopse: Batman (The Batman, no original) segue o segundo ano de Bruce Wayne (Robert Pattinson) como o herói de Gotham, causando medo nos corações dos criminosos, levando-o para as sombras de Gotham City. 

 

Antes de mais nada já vou explicando: Sim, os filmes do Nolan são espetaculares, trouxeram o personagem de uma seara ridícula de filmes para algo maravilhoso. Contudo muito do personagem foi deixado de fora em nome de algumas escolhas que fizeram sentido naquela obra.

Ou seja, felizes somos nós que tivemos a chance de assistir ambos. Contentes são aqueles que não só esperavam um bom filme de herói, essa categoria subjugada quase, mas um bom filme. Ponto.

Escolhas e atuações

A principal qualidade de The Batman é explorar o lado detetive do morcego. Os fãs de quadrinho sempre valorizaram esse perfil por ser o principal diferencial do herói. E agora ele está impresso na tela. Os fãs dos quadrinhos e da franquia Arkham se emocionam ao assistir.

The Batman foi recentemente comparado a filmes do diretor David Fincher, um Sev7n em Gotham City diziam, e posso dizer que concordo. O filme é um neo noir com uma fotografia linda e que usa muito bem as quatro principais personalidades do longa: Batman, Mulher Gato, Gordon e Charada.

O elenco é espetacular. Paul Dano, em especial, faz mais uma atuação maravilhosa na sua carreira, você fica com raiva dele, ele é doente e visceral. Robert Pattison entrega um personagem que lembra o Batman de “Ano Um”, ainda muito reflexivo e tentando entender de fato o seu papel na jornada que trilha.

Construção

O filme se furta de cair em clichês e explicar o que todos já sabem, portanto, a história começa no segundo ano de “vida” do Batman. A relação do herói com a policia de Gotham e Gordon já existe e é muito bem construída. Em determinado momento a sinceridade entre os dois tem um passo a mais quando Gordon enfrenta o Batman, isso representa o personagem, ele não tem medo, é honesto e não enverga.

The Batman trabalha visualmente a cidade de Gotham como um lugar feio, escuro, seja nos ambientes externos como internos. Tem muitos capangas e vilões maravilhosamente representados como Falcone e Pinguim. Fora aquele caos urbano característico da cidade.

História

The Batman é sobretudo um thriller investigativo. Não é mais uma história de origem do herói, e sim de inicio de jornada, tudo o que se sabe do personagem é conhecido através dos diálogos e fatos que vão se desenrolando através da história. Todos os eventos do filme acontecem durante a semana do dia 31 de outubro até 6 de novembro, uma referência ao clássico “Longo dia das bruxas”.

Ao mesmo tempo o roteiro tenta se ligar com o presente ao escolher uma face mais real do Charada. O personagem é participante de comunidades obscuras da internet, planeja ataques e age sozinho. Filmes como Zodíaco ou até mesmo Prisioners, com o próprio Paul Dano, trabalham vilões “comuns” e não muito extravagantes e bobos como o Charada de Jim Carrey.

Nesse sentido a história se concentra em um Charada terrorista que escancara podres da cidade como a corrupção policial e até política quando expõe as tradicionais famílias Wayne e Arkham. Em contrapartida do caótico Coringa onde tudo parece loucura, aqui a motivação tem explicação e a raiva é justificada. Não seus atos de terror, é claro.

Na tentativa de entender os próximos passos do terrorista, Batman e Gordon trabalham em unidade descobrindo pistas e procurando falhas no corrupto sistema de Gotham. Com a ajuda da Mulher Gato o Batman entra de cabeça no submundo da cidade e passa a tentar adivinhar os tortuosos caminhos do vilão enquanto segue a “brincadeira” construída pelo mesmo.

Batman, um herói de fato.

Depois de chegar a uma etapa importante do seu plano, Charada praticamente se entrega. A partir desse momento os fatos desencadeiam para uma tragédia que destrói a cidade completamente. A tensão sobe, as dificuldades aparecem e no auge da tensão Batman percebe que tudo aquilo era vingança.

O personagem realiza que assim como ele tantos outros são afetados pela sede do revanchismo. É nesse momento que o filme tem uma virada de sentido, um choque de realidade do protagonista. Diante do estado da cidade, ele percebe que a vingança leva a ruína e para isso a única resposta é a esperança.

Nesse sentido Matt Reeves é muito feliz ao botar em cena o Batman guiando cidadãos ao caminho da luz e transacionando essa imagem para a cidade. Fica subentendido que agora o Batman guiará todos, não lutará mais pela sua motivação pessoal, mas por um bem maior. A esperança é a razão de tudo.

Escolhas do diretor

Além da fotografia supracitada é de se agradecer ao Matt Reeves por escolhas tão cuidadosas em detalhes. Os diálogos trazem pontos muito legais sobre o passado de Bruce, Alfred, Mulher Gato, e Gordon. Mas é de ficar embasbacado com a qualidade da trilha sonora e com a coragem de criar em cima de uma história tão consagrada.

Eventualmente há momentos em que o diretor vai além do que já conhecemos sobre a família Wayne e esse é um dos tantos caminhos para continuações.

Continuações?

O filme deixa muito em aberto. A relação entre Batman e Mulher Gato. O pinguim se mantendo na cidade. E até mesmo o coringa aparece de surpresa ao fim do filme. Tudo isso é um mar de possibilidades para um universo lindo que se construiu maravilhosamente nesse filme e deixa margem para novas histórias.

Rumores apontam uma série original do HBO para o Pinguim de Colin Farell ao melhor estilo família sopranos.

Tá, mas vale a pena?

Com toda a certeza. Sou muito fã do herói e posso dizer que finalmente me senti realizado ao sair de uma sessão de cinema do morcegão. É claro que outras obras foram muito boas e entregaram vilões e roteiros maravilhosos. Contudo nenhuma outra foi capaz de mostrar tanto o Batman. O disfarce é o Bruce Wayne, o verdadeiro é o de capuz preto. Aqui temos uma obra que trabalha o detetive acima de tudo, o cara com traumas e um homem tentando entender sua grandeza e sua função como herói. Reeves, Craig e Tomlin finalmente colocaram as facetas mais amadas do personagem em cena. E serei eternamente grato por isso.

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