Desenvolvido por: Nightdive Studios |
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Publicado por: Prime Matter |
Gênero: FPS, ação, aventura |
Série: System Shock |
Lançamento: 30 de maio de 2023 (PC), 21 de maio de 2024 (consoles) |
Classificação indicativa: 16 anos |
Modos: Single-player |
Disponível para: PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series S/X e PC |
A deusa malévola na forma de IA que foi a peça central e a criação mais orgulhosa do System Shock de 1994, SHODAN, agora retorna, quase 30 anos depois do lançamento original e quase 1 ano após o lançamento do remake para PC, reconstruída na Unreal Engine 4 pela Nightdive Studios. Mas será que vale a pena enfrentá-la novamente? Vamos conferir!
Remake fiel
Tanto System Shock quanto SHODAN são lendários, símbolos icônicos de uma época e filosofia no design de jogos. Tocar em algo tão imaculado assim, pode resultar em fracasso, na maioria das vezes. Felizmente, o System Shock da Nightdive ainda é aquele jogo de 1994. É um projeto que visa atualizar, embelezar e suavizar algumas arestas. Existem algumas novas adições, mas deixa intacta a maior parte do melhor e do pior do jogo original.
Sobre o game
A ambientação do System Shock é um clássico do cyberpunk, tão fácil de entender hoje quanto era há 29 anos. Você é um hacker que é pego tentando entrar furtivamente nos servidores da TriOptimum Corporation. É então que um executivo corporativo tem uma oferta para você: use seus talentos para quebrar as restrições éticas de SHODAN.
Então o jogo começa e você acorda em uma das baias médicas da Citadel Station após uma convalescença pós-operatória de seis meses. É uma alegria passear pelos corredores da Cidadela no remake, assim como eram no original, e a exploração irá recompensá-lo com novas armas, novos ciberware, novas reservas de seus suprimentos cada vez menores de munição ou, o mais precioso de tudo, lixo literal, que você pode trocar por créditos nas recicladoras do jogo para comprar mods (uma nova adição para o remake) para sua lista crescente de armas.
Ainda sobre a ambientação, a Estação Citadel onde outrora existia aqueles corredores claros, instáveis e planos, agora também possuem uma fisicalidade plenamente realizada, toda escura e taciturna, feita de materiais que fazem barulho ou se perdem quando os tiros passam por eles.
Os inimigos baseados em sprites e a interface de usuário que comia toda a tela do jogo original foram substituídos por autômatos tridimensionais e um inventário mais fácil de usar do que a lista de compras do original.
Explorando o cyberespaço
A estação é apenas uma parte do System Shock, sendo a outra a ideia um ciberespaço tremendamente no estilo do conceito de ciberespaço dos anos 90. Aqui, porém, no lugar do wireframe esparso e confuso do primeiro jogo, a Nightdive criou um modo colorido e rápido. Aqui a música eletrônica toca e a relatividade implacável de cima e baixo provavelmente fará com que você se sinta um pouco enjoado ao se esquivar de padrões em espiral de projéteis de energia de multidões densas de inimigos. Não é perfeito, mas o estúdio fez um ótimo trabalho ao atualizar este segmento do jogo e simplificá-lo, mantendo suas vibrações intactas.
Aspectos negativos
Um dos elementos de design do jogo original que a Nightdive manteve inalterado é a quantidade cansativa de backtracking. A Cidadela era um labirinto naquela época e é um labirinto agora, uma confusão de ziguezagues e vai e vem. No início, essa exploração é até divertida, mas torna-se trabalhosa quando você tem que navegar pelos labirintos de novo, e de novo, e de novo. Por exemplo: a Estação Citadel é construída verticalmente em nove andares, e ninguém em nenhum momento decidiu construir apenas um elevador que vai para cada um deles.
Devido à fidelidade meticulosa ao projeto original temos também outro problema que poderia ter sido corrigido: a completa ausência de uma tela de objetivo ou marcadores de missão. Em vez disso, você precisa prestar atenção aos registros que coleta e aos e-mails que recebe para descobrir o que fazer a seguir.
Isso não é muito difícil, mas muitas vezes você se distrairá com puzzles, combate ou qualquer outra coisa que estiver acontecendo na tela. Entretanto, essas são coisas que ocasionalmente irão irritá-lo ou criar atrito desnecessário, e não o tipo de problema que ameaça seriamente estragar sua experiência.
System Shock (Remake): Vale a Pena?
Tecnicamente limpo e, em sua maior parte, bonito de se ver, esta reimaginação de um clássico é impulsionada por sua história, mas sofre com os princípios outrora pioneiros do lendário original. Ainda assim, System Shock resistiu ao teste do tempo, o que é mostrado neste esforço de remake que não precisou fazer muito em termos de atualização de seus principais recursos para trazê-lo aos jogadores modernos. Se você conferiu o original, leva um tempo para acostumar com os novos visuais, mas a experiência se mantém do ponto de vista da jogabilidade. Apesar de ainda termos que superar o obstáculo representado por uma jogabilidade que permaneceu ancorada no passado, mas – feito isso – nos deparamos com um imaginário cyberpunk marcante. A imersão surge naturalmente ao longo desta experiência enquanto você hackeia e luta contra uma IA revoltada para salvar a Terra como um autêntico herói de ficção científica dos anos 90. Este remake, acaba sendo uma carta de amor aos fãs de sua versão original e ao mesmo tempo uma oportunidade de redescobrir um autêntico clássico dos videojogos para um novo público de entusiastas.
Depois de tudo o que passamos juntos. De tudo o que eu fiz. Não pode ser em vão. Permaneça conosco.