Super Mario Bros. O Filme | Confira nossa crítica

Em meio a muitas tentativas de adaptações de jogos para telas de cinema e TV, Super Mario Bros. O Filme consegue surpreender e superar todas as expectativas com qualidade e com a quantidade de detalhes mínimos, que foram a garantia para chegar a um produto tão bom, que pode ser o início de algo muito maior.

Henrique Yatta assistiu ao filme e te conta o que achou:

Uma história familiar que se torna um épico

Os irmãos Mario e Luigi tentam a vida abrindo seu próprio negócio de encanadores no Brooklyn, mesmo sendo desacreditados até por amigos e pela própria família. E em uma tentativa de resolver um problema de encanamento da cidade, para ganhar pontos com os cidadãos, acabam entrando pelo cano (literalmente) e indo parar em outra dimensão.

Agora, suas vidas estão prestes a mudar para sempre, em uma grande aventura que os aguarda num reino cheio de cogumelos e tijolos para todos os lados.

Novos amigos, alguns inimigos e muita insanidade à vista, a cada passo que dão, a caminho de seu destino final.

Do lixo ao luxo

Pela primeira vez na franquia, contando todas as mídias (games, animações, quadrinhos etc.), conhecemos, finalmente, a família dos irmãos Mario.

Família essa que se reúne para almoçar, seja com os mais jovens, seja com os mais idosos, em uma grande mesa, numa casa pequena.

Quanto ao Mario, este é menosprezado e humilhado o tempo todo, tanto pelos desafetos quanto pela própria família e, cansado disso, está determinado (e, aliás, nunca desiste) a procurar seus sonhos.

Já Luigi é o queridinho da família, mesmo sendo muito medroso! No entanto, é muito fiel ao seu irmão, pois ambos sempre foram inseparáveis desde a infância, época em que Mario sempre o protegia dos valentões. A propósito, este é um belo contraponto, na história. Isso porque, mostra os dois irmãos como o Ying & Yang de personalidades.

É interessante ver que Mario se sacrifica pelo seu irmão, inclusive, quando ingere cogumelos de poder, ainda que odeie o alimento (afinal, sempre os retira do seu prato, um a um, antes de comer).

Em resumo, o filme traz Mario, ainda, em treinamento, ou seja “de Zero a Herói” —evoluindo como pessoa e como salvador da pátria. E, ouso dizer, numa evolução nítida e nem um pouco cansativa!

A Poderosa Princesa Peach

Já nos trailers víamos a princesa como uma mulher forte e determinada. Mas, nessa história, ela é muito mais do que apenas isso.

Aqui, conhecemos mais a fundo quem ela é e, finalmente, temos um norte sobre como uma humana se tornou a monarca do reino dos cogumelos, com direito a explicações que emocionam facilmente pessoas de qualquer idade.

Ademais, essa referências vão desde a sua primeira aparição nos jogos e, consequentemente, abrindo brechas para menções em produções na qual foi protagonista (como Super Princess Peach, de Nintendo DS).

O Poder do Amor

Não importa se você ama o poder ou sente o amor romântico, afinal, toda forma de amor te dá forças e esse filme consegue mostrar vários pontos sobre o assunto.

Sejam flertes implícitos ou atos bem explícitos de afeto (sempre com bastante exagero, como é de se esperar dos personagens que o fazem), o poder do amor está ali. E você sente algo próximo do que os personagens sentem, em cada cena, de tão conectados que eles estão com o público durante a exibição.

É um filme que vai te fazer chorar como uma cachoeira e, em seguida, te fazer gargalhar como se não houvesse amanhã, com cada surpresa.

O longa possui um ritmo tão bom, que você passa as duas horas de duração sentindo que se passaram poucos minutos. Ou seja, você sai do cinema querendo mais!

Mesmo sem grandes poderes, você tem grandes responsabilidades

Cada personagem tem seu peso aqui. E cada referência tem seu valor e importância na trama, tanto principal quanto secundária.

Temos de tudo na tela, Kongs, Shy Guys, Dry Bones, Koopa Troopa, mapas, canos, armadilhas, plantas carnívoras (tanto naturais quanto mecânicas) etc.

O roteiro prende a atenção e dá boas doses de emoção, assim como, também dá respiros e risadas em momentos no qual a tensão está no máximo, além de grandes surpresas.

Uma coisa que a Nintendo sempre enfatiza como um ponto importante é o fato que cada detalhe conta. Isto é, se não for pra ser no mínimo PERFEITO, eles não emprestam seus personagens para outras mídias (como o cinema).

Devo dizer que o filme foi muito certeiro em praticamente tudo e o seu único defeito é que ele acaba.

Além disso, Charles Martinet, a voz do Mario nos jogos, faz uma participação especial no longa e mesmo sendo algo tão rápido e pequeno como um figurante, dá pra reconhecer facilmente sua voz característica que emociona os fãs mais hardcore.

Vozes marcantes

Apesar de não serem as vozes clássicas usadas nos desenhos animados do Brasil dos anos 90, o time de dubladores escolhidos (inclusive o dublador oficial do Chris Pratt) conseguiu entregar um trabalho excelente (inclusive em relação aos sotaques).

Jack Black tem grandes motivos para estar tão feliz com sua participação. Afinal, conseguiram transformar a personalidade do Bowser, sem perder nada da essência, com algumas belas quebras de expectativa (que não são entregues nos trailers). Com isso, você acaba tendo gratas surpresas e momentos memoráveis o tempo todo.

Pontos Altos

Além do roteiro ser um dos poucos que estão muito bem amarrados nas últimas duas décadas, o estilo gráfico escolhido e a animação estão impecáveis. Posso até mesmo ousar dizer que foi o melhor trabalho da Illumination, até o momento!

A trilha sonora, diferente da maioria dos filmes e séries adaptadas de jogos, é totalmente revisitada, respeitada e aprovada pelo criador original, tendo versões de algumas das mais icônicas músicas de suas trilhas sonoras surgindo no momento certo.

E junto da trilha baseada nas dos jogos, temos também uma grata surpresa. Isso porque, músicas dos anos 80, também, embalam alguns momentos bem marcantes.

Enfim, conseguiram respeitar o legado da franquia (como a Nintendo sempre quer) e, ainda, tiveram algumas pequenas homenagens às outras franquias que tiveram alguma ligação, mesmo que de leve como: Kid Icarus, Punch-Out, dentre outras.

Veredicto: Super Mario Bros. O Filme

Não dá pra negar, seja como fã, seja como crítico de cinema, que ambos os perfis estão unidos em coro para dizer que esse filme está lindo demais, tanto no seu roteiro quanto nos seus gráficos, na sua trilha sonora, nas suas homenagens e nas suas referências.

Um filme que pode ser visto por pessoas de qualquer geração, qualquer idade, estando sozinho, ou em casal, com a família ou um grupo de amigos.

Super Mario Bros. O Filme não se perde e não deixa nada a desejar, superando até as mais altas expectativas e até indo além. É um filme que te faz rir, te faz chorar e te faz acreditar num futuro melhor.

Para um fã do Sonic, o filme ganharia uma nota 7, mas, para um fã de Mario, ou um desavisado que não conhece as franquias, a nota recebe 9 (uma vez que foram, apenas, duas horas, pois se fossem 2 horas e meia, ou três, receberia, fácil, um DEZ).

O filme pareceu bem curto, por não cansar quem o assiste e nem insultar a inteligência do espectador. Parece literalmente um sonho realizado de alguém que criou um jogo e desejou um dia chegar ao topo do sucesso.

Merece ser visto por todos (inclusive, pretendo pessoalmente comprar em mídia física, quando for lançada, pois merece fazer parte de uma coleção de melhores filmes). É o filme que, provavelmente, agradará gregos e troianos com facilidade.

Critica especialmente realizada por Henrique Yatta (Instagram: @henrikepoeta)

Revisão de Lu Guedes (Instagram: @lu.guedesvieira)

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