Stranger of Paradise: Final Fantasy Origin | Confira nossa review

Os desenvolvedores da Team Ninja, responsáveis por Nioh, Ninja Gaiden e Dead or Alive, criaram um novo jogo para a série Final Fantasy. Jack e seus aliados, Ash e Jed, estão decididos a derrotar Chaos quando abrirem os portões do Chaos Shrine. Mas uma dúvida permanece: será que eles são mesmo os Warriors of Light de que falava a profecia? Entre em um mundo sombrio de fantasia e divirta-se em batalhas emocionantes e cheias de ação.

Ficha Técnica
Desenvolvido por: Team Ninja
Publicado por: Square Enix
Gênero: Action RPG
Série: Final Fantasy
Lançamento: 18 de março de 2022
Classificação indicativa: 14 anos
Modos: Singleplayer, Multiplayer cooperativo
Disponível para: Microsoft Windows, Xbox Series S|X, PlayStation 4 e PlayStation 5

Um paraíso de estranhezas

Se pudessemos utilizar uma única palavra para definir Stranger of Paradise: Final Fantasy Origin, mesmo para aqueles familiares com a franquia Final Fantasy, seria “estranho”. O título trata-se de uma versão reimaginada do primeiro título da franquia, lançado originalmente no Japão em 1987, com umas “pitadas” generosas de violência e músculos. Diferente dos games principais titulados da série, não espere encontrar aqui um título focado em diálogos, mas uma experiência nunca antes vista na série, enxurrada de combos e magias, remetendo diretamente aos títulos estilo Souls.
Diferente do título original, o protagonista do game é o personagem criado especificamente para o game, Jack. Nota-se aqui que é um dos protagonistas menos carimásticos de toda a série, ocupando-se quase que a totalidade do game em sua ambição por matar o ser sombrio chamado Chaos. A história também pouco se esforça para dar uma maior profundidade aos demais personagens ao seu redor.
O game se situa em uma versão mais sombria do mundo do primeiro Final Fantasy. Os poderes elementais do mundo são determinados pelo estado de quatro cristais brilhantes que governam cada um dos quatro elementos clássicos: terra, fogo, água e vento. Mas, neste game, não é exatamente o mesmo mundo descrito no primeiro jogo Final Fantasy. Além disso, vários locais do mundo são baseados em configurações de outros jogos seguintes de Final Fantasy.
Ao longo de sua jornada, Jack faz amizade com personagens com interesses em comum, como Jed e Ash, desde o início do game; e posteriormente Neon, na busca por Chaos. Assim como Jack, seus companheiros também são possuidores de cristais, formando assim os “Warriors of Light”, e seguem em uma jornada para libertar o poder dos quatro cristais elementais. Jack e seus companheiros afirmam ser Warriors of Light, embora tenham dúvidas sobre seu lugar sobre uma profecia de que “cerca de quatro ‘Guerreiros da Luz’, salvarão o mundo em um tempo de escuridão”.
Além de ser uma reimaginação da história do primeiro jogo, o game faz adições importantes à mesma, construindo bastante o background do vilão Garland. Há de se observar aqui que esta aventura não é uma obra tão fiel como Final Fantasy VII Remake foi para sua contraparte. O game faz bastante referência ao primeiro jogo da franquia, assim como às demais sequências, como personagens, músicas, cenas ou locais familiares.
A caça a Chaos se desenrola na terra de Cornelia, um lugar exuberante com uma variedade satisfatória de ambientes, tais como cavernas de lava, montanhas geladas e florestas brilhantes. É fácil se perder nestes mesmos cenários, por serem confusos em design, com caminhos labirínticos. Não sei se podemos contar como falha de design ou algo intencional, mas o jogador também pode sair em disparada, do início ao fim de um nível, até o chefe final, sem enfrentar um único inimigo, caso queira. Diferentemente de um RPG tradicional japonês, o game oferece a oportunidade da escolha de missões em um mapa/menu principal, podendo escolher missões paralelas ou repetir alguma já concluída.

Um combate pouco familiar para a franquia

Por mais confuso que o game seja em termos de história, personagens e cenário, o combate é onde ele mais brilha, oferecendo uma experiência excepcional. A mecânica de combate é robusta, permitindo que o jogador ataque o inimigo com habilidades em um ritmo livre, com combate corpo a corpo e magias de longo alcance bem implementados. O jogador controla Jack, que pode trocar de Jobs e equipar 8 tipos diferentes de armas e conta com uma party que consiste em 3 personagens por vez. Os equipamentos dos membros do grupo podem ser alterados e personalizados. Além das já clássicas barras de HP e MP, há também uma barra de quebra, utilizada principalmente para recorrer ao Soul Shield, uma proteção de golpes inimigos e única forma de se recuperar MP durante batalhas. Caso essa barra se esgote, e você receba algum golpe, ficará vulnerável, aberto a um ataque inimigo. Já quando a mesma barra de um adversário se esgota, você pode executá-lo imediatamente com um movimento de finalização estiloso, o soul burst. Quase todo inimigo derrotado deixa cair uma arma ou armadura, que oferecem quase todo tipo de aumento de atributo e muitas mudanças cosméticas.
Assim como citado acima, o game também possui os já consagrados jobs, e incentiva o jogador a usá-los de maneiras variadas, cada um cheio de recursos. Com um total de 27, você começa com apenas poucas opções para usar e, conforme encontra tipos de armas diferentes, algumas outras classes básicas são liberadas. Ao derrotar monstros e ir subindo de nível de cada classe você também vai liberando outras. A aplicação de pontos nas árvores de habilidades permite que cada job se torne mais potente. Cada classe pode atingir uma classificação de mestre e oferecer uma variedade de personalizações interessantes, como determinar quais ataques especiais são acionados em pontos específicos nas cadeias de combinação.

Uma fantasia final em amigos

O jogo possui quatro modos de dificuldade: CasualAction, Hard e Chaos (liberado somente após a conclusão do game), podendo ser alteradas no menu do mapa a qualquer momento e apenas diminuir o nível quando estiver dentro de uma missão. Se estiver jogando sozinho, mesmo os outros dois personagens da party, controlados pela inteligência artificial, são competentes e acumulam contagens de mortes próprias, mesmo contra chefes. Se você precisar manter distância, porém, alguns chefes são incrivelmente desafiadores, e seus aliados podem não ajudar o suficiente.  Se ficar em um perrengue, pode recorrer a dois amigos no jogo cooperativo online, mas apenas se eles acompanharem seu nível de combate, mesmo que a dificuldade também seja ajustada para cima, pelo aumento no número de jogadores. Se você não estiver na mesma faixa de nível, deve jogar no nível do jogador mais fraco, o que pode ser um problema se ele estiver apenas começando e você estiver no meio ou no final do jogo.

Stranger of Paradise: Final Fantasy Origin: Vale a pena?

Familiar com a franquia Final Fantasy ou não, Final Fantasy Origin oferece um entretenimento honesto. Seja você um apreciador do gênero Souls, que procura mais do gênero, sem aceitar qualquer cópia descarada; ou um amante da franquia Final Fantasy, que busca por uma aventura no mesmo universo que tanto ama, porém com um tempero diferente; Stranger of Paradise é uma experiência digna para quem busca algo fora do genérico e faz valer a pena a grana investida.

 

O Teoria Geek agradece a Square Enix pela chave de PlayStation 4 fornecida para a produção dessa análise.

Para mais notícias sobre games, largue o controle e clique aqui.