Sorria 2 | Confira nossa crítica

Agradecemos a Paramount Pictures Brasil por nos convidar para assistir Sorria 2. Muito obrigado!

 

 

Quando lançou em 2022, o primeiro Sorria conseguiu o feito de ser um dos filmes mais genéricos dos últimos anos. É bizarra a habilidade do diretor e criador da agora franquia Parker Finn de criar um amálgama de todos os clichés de terror tirados de inúmeros filmes, alguns que a própria produtora Blumhouse financiou, e não colocar nada de novo além de um monstro interessante nos últimos minutos e cenas que deveriam ser assustadoras, mas são extremamente cômicas. Agora, com Sorria 2, os problemas e as “qualidades” continuam.

Sorria 2 dá sequência uma semana após o primeiro longa, seguindo a maldição do sorriso macabro passando do policial do filme original para a pop star Skye Riley, interpretada pela Naomi Scott. Skye lida não só com os fantasmas sorridentes, mas também com os seus próprios traumas, já que está começando uma turnê promovendo a sua nova era após ter sofrido um acidente de carro que a desfigurou e a fez ficar fora dos palcos por um bom tempo.

Um dos aspectos mais desanimadores do filme foi exatamente como ele lidou com a protagonista. O conceito do amaldiçoado ver pessoas sorrindo maliciosamente por nenhum motivo aparente é perfeito para trazer uma discussão sobre a separação da vida pessoal e do trabalho de um artista pop famoso, já que existe essa relação parassocial entre a diva pop e o seu público. Uma pessoa aleatória saber tudo sobre a sua vida antes de você saber sequer o nome dela é um cenário bem pior quando essa pessoa pode ser uma alucinação ou não. O problema é que o filme faz muito pouco com isso. Existe apenas uma cena que brinca com esse conceito e ela é hilária de ruim.

Falando em cenas hilárias, assim como o primeiro Sorria, a sequência é uma fantástica comédia não intencional. As cenas de terror do filme são todas as mesmas e sempre terminam com um rosto fazendo BUUUU! na câmera. Se não fossem os sustos no final, esse filme seria confundido com uma paródia. Os titulares sorrisos do filme também são hilários pois o diretor não deu uma direção específica para os atores de como os sorrisos deveriam ser, então cada um tem uma interpretação diferente do que um “sorriso medonho” seria, resultando em planos absolutamente hilários e vergonhosos em que a câmera foca em uma pessoa tentando ser medonha por 1 minuto inteiro.O filme também contém muitas cenas da protagonista tomando garrafas de água Voss com o logo virado para a câmera toda vez que a garrafa é mostrada, o que também ajuda as cenas a não serem levadas à sério.

Tirando as qualidades irônicas do filme, ele possui um aspecto positivo. Apesar de ele ser péssimo, há algumas cenas bem dirigidas, só que elas parecem mais que o diretor copiou outros filmes que ele gosta e não que ele realmente teve ideias novas. A direção, as vezes, distraiu um pouco do filme, com a câmera voando de um lado para o outro ou tentando ao máximo fazer uma cena ser mais tenebrosa do que é, adicionando, mais uma vez, ao fator comédia do filme.

Sorria 2, apesar de ruim, é um filme que eu recomendo ver como uma comédia. Me diverti bastante e recomendaria ele e o original como uma sessão dupla com os amigos. Não vejo a hora de ver mais dessa franquia. Se você procura um filme de terror sério, fique longe.

Crítica por: Gustavo Pinto