Teoria Geek – O Importante é se divertir!

Smallville | Uma relação de amor e ódio

Por mais que existam 1 milhão de adaptações em cima do maior herói da DC, o Superman, quando falamos do personagem jovem, automaticamente nossa memória puxa o seriado Smallville: As Aventuras do Superboy.

Eu sou da época em que conheci o seriado pela SBT, quando a emissora decidiu passar alguns episódios no horário do meio-dia, bem para aproveitarmos com jeito o nosso almoço de domingo! Porém, isso foi há muitos anos. Lembro-me de ter acompanhado até a quarta ou quinta temporada, onde já se passavam episódios meio sortidos, nos permitindo degustar o seriado, porém sem muita cronologia e sentido.

Então, depois de tantos anos as streamings vieram e decidi tomar a coragem de assistir a esta série de “cabo a rabo”. Dez temporadas que eu sabia que não seriam fáceis, já que me lembrava de um Clark bobo que passava a vida correndo atrás de uma Lana que sempre encontrava um meio de escapar dele… Contudo, os personagens, os laços, a trama e a nostalgia me permitiram sentar diante da televisão e assistir dignamente, cada episódio. Suspirei, me maravilhei, passei MUITA raiva e MUITO estresse. Mas enfim terminei e estou aqui para contar sobre esta experiência. Afinal, algumas das coisas que mais guardamos com carinho em nossos corações, são aquelas que nos fazem passar um bocadinho de estresse, certo? (risos).

 

Descoberta de Poderes

Eu acho que isso é algo de que vou reclamar em cada tópico: DEMOROU DEMAIS.

No início foi muito legal o jeito que montaram. Cada vez o Clark foi descobrindo um novo poder e aprendendo a lidar com ele, controlá-lo e como torná-lo útil na sua vida de heroísmo. A cada nova descoberta, eu me animava bastante, gostava do jeito que lidavam com isso.

Porém, contudo, entretanto… Como o mal de todo super-herói forte demais, houveram inúmeros momentos toscos em que o Clark podia ter usado determinado poder e acabado com a palhaçada em meio segundo. Mas não usou, bobeou e acabou esticado no chão com uma pedra de Kryptonita do lado, totalmente rendido.

E aqui encontramos um ponto que vou adorar comentar (reclamar na verdade…). Pelas barbas de Merlin! O cara é o Homem de Aço! Ele é indestrutível! Inalcançável (finja que o Flash não existe)! Mas é tão burro que DÓI. Não importa nenhum poder, completamente NADA, a série mostra uma pedra há metros de distância, o Clark cai. Alguém tirou uma pedra do bolso, o Clark cai. Alguém soprou Kryptonita há um quilômetro, o Clark cai. Mas de repente, ele empurra algo feito de Kryptonita ou algo semelhante, e, pela madrugada, gente… Quem assistiu me entende! A vontade de fazer o chinelo voar para televisão, passou do número da quantidade de temporadas. Foi agonizante de tão tosco.

E se é para comentar barra reclamar, aqui vou acertar em cheio seu coração com uma única palavra. Preparado? VOAR. É claro que todos os outros poderes do Clark são muito legais de ver em cenas bem trabalhadas, mas eu acho que a maioria concorda comigo quando digo: eu queria é ver esse homem VOAR! Bom, poderia ser pior. Poderia nem acontecer. Mas acontece… Só não pisca! Isso eu digo nos ÚLTIMOS segundos do ÚLTIMO episódio da ÚLTIMA temporada. Dica dada.

 

Clark Kent & Lana Lang

Se teve alguém nesse planeta que assistiu este seriado e gostou do que foi feito com o Clark e com a Lana em mais da metade das temporadas, imploro para que venha falar comigo. Eu quero te entender. Certamente os momentos desses dois podiam ser usados como um método razoável de tortura, porque olha… Os produtores estão de parabéns. Eles criaram todas os problemas possíveis para esse casal e conseguiram transformar 99,99% das vezes em algo chato a um nível desesperador de ver.

Ok, tudo bem… Houveram partes legais. Eles tinham certa química e quando começaram a se entender, sim, fiquei feliz e suspirei. Mas não durou. Chegou a um ponto de que TUDO na série era voltado aos problemas do casal e o seriado passou mais de uma temporada como um “Casos de Família” quase pior do que o programa original. Nada importava para o Clark como resolver a relação com a Lana e nada mais no PLANETA importava além dos problemas do Clark e da Lana.

Cada vez que ela fingia ir embora e voltava… O baque era forte. Mas nas últimas temporadas quando eu senti que era real, que de fato ela estava partindo para nunca mais voltar. Sim, eu chorei. De plena felicidade, alívio e esperança restaurada.

 

Clark Kent & Lois Lane

Com mil e uma reclamações até aqui, enfim cheguei num tópico que quero elogiar. Sim, demorou, como tudo nessa série, mas apenas neste momento quero focar apenas no bom, porque aqui teve muita qualidade em minha opinião.

Se teve algo que me fez aplaudir os roteiristas foi na relação do Clark com a Lois. Sim, houve enrolação desnecessária. Sim, houve aquele vai e vem de “sim, ele é o herói” e dois segundos depois “não, ele não é o herói” e um repeteco comum que aconteceu no seriado todo com quase todos os personagens. ENFIM. Deixando esses pontos de lado, quero dar a importância merecida para esse casal.

Desde a primeira vez em que a Lois apareceu na série, o berro de alegria veio naturalmente. Qualquer fã sabe que ela é a verdadeira metade da laranja do Super-Homem, então ali estava eu torcendo para qualquer interação. Mas passaram-se temporadas e mais temporadas e sim, doeu, MAS: uma amizade incrível foi criada. O laço que esses dois construíram foi lindo e sólido demais. Com dez temporadas, tiveram mais do que tempo necessário para trabalhar essa relação e digo com um sorriso no rosto: FIZERAM MUITO BEM!

De uma amizade implicante, a uma parceria implicante a um início de romance implicante… A química dos personagens e dos atores foi excepcional. Desde o primeiro momento, amei e sonhei com o dia em que se resolveriam. E sim, suspirei para mais de metros quando isso aconteceu! Foi bonito, bem feito e este ponto da trama, defenderei e amarei até o fim.

 

Smallville: Liga da Justiça

Vamos começar falando que: FOI INCRÍVEL.

Tentando equilibrar a minha eu que assistiu inicialmente na SBT com a minha eu de agora, com tantos filmes e variantes desse Universo, que digo que gostei muito da Liga da Justiça que criaram nessa série. Amei os atores sim e adorei o que cada um fez. Quando eles apareciam juntos em cena, ainda bem que eu estava sentada, porque se não meu destino seria o chão.

Comparando a nossa atualidade, talvez em alguns aspectos deixe a desejar sim. Mas eu foquei no que estava vendo ali e adorei. Apenas senti por algo desse peso ter sido tão RÁPIDO. Sim, dez temporadas e não tiveram… Tempo? Se tivessem focado menos no “grande e catastrófico” problema de Clark e Lana, podiam ter trabalhado com o que realmente importava e queríamos, esta equipe.

A única coisa ruim deste tópico foi o pouco aproveitamento mesmo, minha única queixa. Às vezes um aparecia, às vezes outro e foi isso… Apenas num momento a equipe brilhou com o poder que ela de fato tem! Queria poder imprimir aquele episódio e colocar na carteira para admirar sempre que eu pudesse.

 

Clark Kent e Seu Destino

Se a trama toda fosse enxugada para o que de fato importava, eu poderia dizer que teve potencial. Mas o Clark era tão BURRO que não é possível que não tirou todos do sério. Bondade, é uma coisa. E era bonito em grande parte ver a dimensão do coração que o personagem tinha. Sempre querendo ajudar e trazer todos para o caminho do bem, um caminho correto. Isso falta nas pessoas e em certas partes foi legal de ver.

Mas pelo amor da misericórdia, em 105% das vezes, essa bondade do Clark vinha acompanhada de uma burrice literalmente de outro planeta. Isso não é legal e irritava demais. Já eram óbvias as bobagens depois de certa altura e nada mais acontecia além de eu revirar os olhos e dizer “é claro que você ia fazer isso”.

E justamente essas atitudes que faziam o Clark discutir e “reinar” com o pai dele na Fortaleza e fazia tudo atrasar ainda mais. Claro que Jor-El não é o pai do ano, mas em alguns momentos eu queria colocar o Clark de castigo por ele. Isso foi uma das coisas que mais tornaram a série difícil de assistir a ponto de quase eu desistir dela.

Mas com dez temporadas, a coisa engrenou e enfim ele se transformou no super-herói que esperávamos. Ou próximo a isso, já que não vimos muito depois da transformação. Mas nos segundos em que foi possível ver, sim, foi emocionante.

Smallville: Personagens Memoráveis

Em dez temporadas, houveram um vai e vem de personagens quase que inumerável. Mas, alguns deles eu me senti obrigada a dizer o quanto se destacaram e foram maravilhosos tanto pelos atores como pelos personagens bem trabalhados mesmo. Vamos para mais um ponto de elogios! (Amém).

Martha (Annette O’Toole) e Jonathan Kent (John Schneider): Aí está o casalzão nota 1000 de todo o seriado. Além de pais excelentes, eles esbanjavam amor um pelo outro e uma parceria inigualável. Sempre aconselhando e apoiando o filho, cada cena em que esses dois apareciam, a série enriquecia naturalmente. Excelentes atores, excelentes personagens.

Chloe Sullivan (Allison Mack): E aqui encontramos a personagem com o maior e melhor crescimento de todo o seriado. Começando lá na primeira temporada como uma adolescente chata e inconveniente, para da metade em diante se tornar uma das personagens mais maravilhosas da trama toda. Melhor amiga do Clark e sua maior protetora, a Chloe esbanja carisma e poder quando enfim descobre seu verdadeiro eu. Mulherão incrível, aplaudi em pé muitas das atitudes dela! Não se abala e segue o que acredita (depois de certa altura do enredo).

Oliver Queen (Justin Hartley): Sabe aquele personagem que quando aparece, rouba a cena? Lhes apresento Oliver Queen. Sim, houveram seus altos e baixos, mas para mim, foi um personagem ótimo que equilibrou a qualidade do início ao fim. Carismático e irônico, o Arqueiro Verde se mostrou um ponto fortíssimo para a série. Não é à toa que ele aparece, dá uma sumidinha e então volta para ficar! Amei.

Kara Kent (Laura Vandervoort): Eu sei que o foco é no primo dela, mas com dez temporadas de tanto “mimimi” a Kara podia ter aparecido mais SIM. Porém, qual era o problema? Era que do lado do Clark ela resplandecia (risos), afinal, ela era tudo o que queríamos que ele fosse: firme, centrada, corajosa, determinada e sabia voar. Ela fez umas bobagens no caminho, mas eu passo um completo pano. Essa personagem era muito boa, só que foi pouca aproveitada.

Lex Luthor (Michael Rosenbaum): Ninguém pode discordar de mim quando digo que, se Lex Luthor não tivesse sido bom, nem Clark Kent poderia ter salvo a série. A dupla de inimigos mortais, sempre está no mesmo campo. Onde há um, obrigatoriamente deve haver o outro. E o ator trouxe um desenvolvimento assustadoramente incrível ao personagem, transformando o antigo suposto amigo do Clark em seu maior inimigo. Embora mal aproveitado depois de certa altura da série, ainda podemos aclamar o que foi entregue pelo ator e personagem.

Lionel Luthor (John Glover): Você está precisando de alguém para odiar? Pois aqui está uma criatura demoníaca que te faz arregalar os olhos inúmeras vezes pela tamanha maldade que ele é capaz de cometer. O ator é simplesmente genial e trabalha tão bem que quase o odiamos junto com o personagem (risos), mas de fato, quando o papel do vilão estava nas mãos do papai Luthor, ele superava todas as expectativas.

 

Precisavam de 10 Temporadas?

Sim, eu sei, chega a ser um tópico ridículo. Mas precisava de um destaque para isso.

Depois de “muito” avaliar, desafio alguém a discordar de: É CLARO QUE NÃO PRECISAVA DE DEZ TEMPORADAS. Se cortassem todo o “mimimi” e “blá blá blá” inútil, olha, talvez acabavam numas cindo temporadas ou até menos. Mas definitivamente não precisavam mais do que isso, porque sem dúvidas nem os atores deviam estar aguentando mais.

Nem Tom Welling devia estar conseguindo levantar com a mesma disposição para continuar interpretando o Clark Kent no seriado. Se não fosse essa extensão desnecessária e houvessem focado no que de fato era relevante, a trama toda podia ter se tornado um ícone de referência. Mas, infelizmente, a coisa toda está aí e realmente é um desafio pegar de cabo a rabo para assistir.

Se você tem tal coragem, manda a ver. Eu tive, mas foi minha nostalgia que me guiou, não uma vontade real de chegar ao final. Dificilmente colocarei para assistir novamente, talvez um ou outro episódio específico caso dê vontade, mas pegar de novo… Nem pensar. Não nos próximos 84 anos pelos menos.

 

Smallville: Finalizando…

Ah sim, definitivamente é uma série para gente passar MUITA raiva. Mas quando chegou ao fim onde FINALMENTE ele se torna o Superman que conhecemos, “caiu um olho no meu cisco”. Foi muito bacana como fizeram, embora tenha durado por 1 minuto o que esperamos ver em 10 temporadas que pareceram infinitas.

Para quem é fã fanático do herói, vale a pena experimentar. Tem episódios muito bons, cenas de ação e drama muito boas, mas não é fácil filtrá-los no meio de tanta enrolação e embaraço gigante que transformaram a série toda. Mas para quem gosta, vale a pena a ideia sim. Assista aos poucos, sem pressa de ser feliz… Porque acredite, isso demora até se assistir tudo meio correndo.

E agora, para quem não curte muito o personagem, passe bem longe! Porque definitivamente você vai sair odiando Clark Kent e tudo ligado a ele. Na verdade, nem vai aguentar ir muito longe, então talvez só odeie a ele mesmo. Concluindo, meu conselho é: quando ver a série na listagem da streaming, passe reto.

Agora, para mim, fiquei feliz por ter conseguido assistir a série completa. Apesar da relação de amor e ódio que me peguei tendo com a trama toda, eu gostei de ter a chance de pegar de verdade para ver e agora ter argumentos sólidos para reclamar (risos). Porém, como sempre digo, a nostalgia sempre puxa para um lado do meu coração. Então, pela história que já tenho com esse Clark Kent bobo e enrolado, eu gostei da experiência. Foi bom. Estou feliz comigo mesma pela minha tamanha força de vontade (não consigo deixar a ironia de lado). Enfim, este seriado tem um cantinho do meu coração sim.

FINALIZANDO de fato, Smallville é um desafio para qualquer um, até mesmo para os mais assíduos fãs. Mas ainda assim, é uma referência e um marco no início das aventuradas de super-heróis que foram exploradas inicialmente na telinha. Podem tacar pedra, mas com certeza foi graças a esta criação que várias outras se concretizaram, mostrando aos produtores que esse mundo incrível dos quadrinhos poderia sim dar muito sucesso.

Felizmente, a partir desta ideia, muitas outras vieram e hoje estamos no auge das obras inspiradas nos quadrinhos dos super-heróis! Tanto a DC como a Marvel já nos deram inúmeras obras memoráveis e com certeza para os reais amantes deste mundo, desejamos que venham cada vez mais e com uma qualidade ainda maior.

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