Silent Hill | Game vs Filme (2006)

Silent Hill é uma das franquias de videogame de terror mais amadas de todos os tempos e acabou sendo adaptado para o cinema em 2006. os fãs tiveram muitas opiniões sobre o filme.

Sendo o diretor Christopher Gans um fã devoto dos jogos da franquia, ele tinha os jogos ligados no set o tempo todo para ajudar seu elenco e equipe a acertar o tom e a atmosfera do material original.

No geral, embora os filmes tenham seguido a essência básica da história respectiva de cada jogo, há algumas diferenças notáveis ​​nos personagens e em vários elementos da história. Enquanto alguns podem ter queixas com as mudanças entre o primeiro filme e o primeiro game, a maioria concorda que Gans foi bem-sucedido em recriar pelo menos a atmosfera de Silent Hill.

Aqui está uma análise do que foi alterado, o que o filme acertou e o que errou.

O que o filme Silent Hill muda em relação ao jogo original

A primeira grande mudança que ocorreu entre o jogo original Silent Hill de 1999 e o filme de 2006 são os personagens principais. No jogo, o personagem principal é Harry Mason, um homem que traz sua filha adotiva, Cheryl, para férias na cidade de Silent Hill. Harry é um pai solteiro de Cheryl, sua esposa Jodie tendo morrido muitos anos antes.

A história do do filme na mãe, Rose, e sua filha adotiva, Sharon, viajando para Silent Hill na esperança de encontrar respostas sobre as origens de Sharon e seu estranho distúrbio de sonambulismo. O marido de Rose, Christopher, está presente na história, embora como um personagem secundário que serve principalmente como um contraponto à decisão de Rose de procurar Silent Hill.

A outra grande mudança que o filme faz do jogo é o antagonista principal. No jogo, Dahlia Gillespie, a mãe de uma das personagens do game, Alessa, é a antagonista e a líder do culto. Ela é quem conduziu o ritual de queima de Alessa há muito tempo. Ela engana Harry para derrotar a escuridão de Alessa porque ela quer reunir as duas metades da alma de Alessa, Cheryl sendo uma delas e a Dark Alessa sendo a outra, para dar à luz seu deus através dela.

No filme, esse papel é dividido, com Dahlia sendo a mãe de Alessa, mas uma espectadora inocente na imolação ritual de Alessa, enquanto a líder antagônica do culto e condutora do ritual é a irmã de Dahlia, Christabella. Além disso, em vez de querer dar à luz o deus de seu culto, Christabella é uma simples fanática religiosa que quer destruir Alessa e qualquer outra pessoa que ela considere um estranho à religião dos Irmãos. Essa mudança é mais provável porque o filme tem um tema moral que quer entregar, distinto do jogo, e, portanto, quer que a mãe permaneça inocente.

Quais são as semelhanças entre o jogo e o filme

Uma das semelhanças que podemos notar é a forma em que os protagonistas das histórias chegam à cidade. Em ambas as histórias, Silent Hill começa com cada pai dirigindo sua filha para a cidade de Silent Hill, então desviando quando veem uma figura na estrada e batendo o carro. Cada pai acorda e descobre que sua filha desapareceu e eles agora estão na cidade escura e enevoada de Silent Hill. Eles imediatamente vão para a cidade para tentar encontrá-la.

Outra semelhança é que tanto nos jogos quanto no filme, a cidade está sempre desatualizada. Os carros e prédios parecem ter uma vibe do final dos anos 60/início dos anos 70.

Mas há outro aspecto fundamental desses filmes que faz com que valha a pena assisti-los, seja você fã da franquia ou não: os visuais. A estética é incrivelmente importante em qualquer forma de mídia. Sem dúvidas, a maior semelhança que o filme e os games compartilham é que a apresentação é crucial para a imersão adequada do público. Silent Hill é um lugar sombrio. A definição literal de uma cidade fantasma. Coberta por uma névoa espessa e povoada por prédios abandonados e desertos com uma paleta de cores suave. Na superfície, isso parece incrivelmente monótono, mas é exatamente o oposto. Nos jogos, a falta de cenários excelentes e a visibilidade limitada criaram uma atmosfera opressiva. Especialmente quando, de repente, uma criatura nojenta surge do nada. Os filmes adaptam isso bem. Suas versões de Silent Hill são tão estéreis e imprevisíveis quanto os originais. Isso mantém o público alerta e mantém aquela sensação icônica de desconforto.

Silent Hill pode não ser a adaptação mais precisa ou convincente, as não devem ser subestimada. O filme ganha alguns pontos extras por usar a trilha sonora original dos jogos em vez de compor uma nova. Instrumentais como “Betrayal” e “Promise” fazem uma aparição e os créditos são acompanhados pelos estilos vocais de Mary Elizabeth McGlynn, cantora de todas as faixas de voz dos jogos.

No entanto, se há uma coisa que diferencia Silent Hill de seus pares de jogos de terror, seriam seus monstros. As enfermeiras, os Manequins, o Homem Sem Braços – quase todas as criaturas desses jogos são bem conhecidas e amadas de uma forma perturbadora. E os filmes fazem justiça absoluta a eles. Embora os filmes sejam cheios de CGI ruim, principalmente para a época do lançamento, todos os monstros foram trazidos à vida por meio de maquiagem prática. Esse feito impressionante faz com que cada cena com uma dessas criaturas pareça muito mais real e ainda mais aterrorizante.

Compare isso com a versão do filme de Pyramid Head – a criação mais reconhecível da série. Interpretado por Roberto Campanella, essa abominação descomunal aparece no filme e consegue preservar sua presença dominadora e aterrorizante. Apesar de ainda empunhar sua enorme faca e ter o corpo de um Adônis, esse Pyramid Head parece real. Os efeitos práticos insanamente precisos – quando colocados ao lado de outros atores humanos – tornam a criatura uma parte totalmente desenvolvida daquele mundo. Portanto, uma ameaça mais plausível. Isso torna cada aparição mais intimidadora. Considerando o quão brutal Pyramid Head é dentro e fora dos jogos, ele mantém os espectadores constantemente preocupados.

Conclusão

Principalmente por seguir a mesma premissa básica da história do jogo em que é baseado, o filme de Silent Hill, de 2006 é uma das mais bem-sucedidas adaptações de games. É uma carta de amor aos fãs da franquia de games, combinando o tom e a atmosfera para fornecer uma experiência geral gratificante para os fãs, apesar de algumas mudanças. Há uma razão pela qual Silent Hill é conhecido como um dos melhores filmes de videogame de todos os tempos.