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Sifu | O lado oculto da história

Sifu, jogo desenvolvido pelo estúdio francês Sloclap, ganhou o coração dos jogadores por seu estilo artístico, jogabilidade desafiadora e por seu enredo, que apesar de simples, cativa o jogador.

Abaixo spoilers do jogo!

Corpo, mente e espírito

Ao iniciar nossa jornada, guiamos um personagem que aparenta ser um mestre das artes marciais, vamos invadindo o complexo e derrotando os primeiros inimigos. O homem veste roupas escuras, e ao final da introdução do game, percebemos que essa escolha não foi atoa, o grande plot inicial é estamos controlando o vilão do jogo, que veio derrotar seu antigo mestre. A coloração preta indica pessimismo, luto, dor e tristeza, além de estar ligada muitas vezes aos vilões, mas com exceções em alguns casos.

Yang, mata o atual Sifu e temos a trama principal do game, vingança, ou pelo menos é isso que o jogo nos induz a pensar. Logo na primeira vez, nosso foco é de fato lutar e matar todos os mestres, já que eles fizeram um massacre. Com toda a dificuldade, temos o primeiro contato com os princípios do Kung Fu, arte marcial dominada por nosso personagem, o corpo, isso é transferido para o sistema de esquivas, que devem ser minimamente dominados, caso o jogador deseje prosseguir pelas fases. É satisfatório derrotar uma leva de inimigos levando apenas alguns golpes, ou até mesmo nenhum.

A jornada segue, e chegamos ao destino final, Yang está em seu templo, a luta é árdua, um embate de dois mestres das artes marciais, ao vencermos a batalha, concluímos nosso objetivo, mas na cena “final”, somos recebidos pela desaprovação de nosso mestre, a jornada termina de forma ruim, e aqui encontramos o segundo princípio a mente. Durante todo o jogo tivemos apenas um único pensamento, a vingança, e com a bronca do antigo Sifu, o jogador atento descobre que há outras maneiras de demonstrar habilidade.

“A vida é um processo fluente e em alguns lugares do caminho coisas desagradáveis ocorrerão. Podem deixar cicatrizes, mas a vida continua a fluir. É como a água fluente, que ao estagnar-se, torna-se podre; não pare! Continue bravamente… porque cada experiência nos ensina uma lição.”

Bruce Lee

Jogando novamente, e agora sabendo que existe um outro final, temos em mente que devemos perdoar aqueles que mataram nosso pai. É aqui que o verdadeiro significado do jogo aparece, seguir com sua vingança gera frustração e deixa a jornada “incompleta”. Revisitando as fases, temos a opção de poupar todos os chefes, vamos ganhando símbolos que completam o desenho misterioso que aparece no fim da campanha.

O símbolo completo que nos faz alcançar Wude.

Ao confrontarmos novamente Yang e com o plano de pouparmos sua vida, a luta terá 3 estágios, os dois normais e um último que devemos quebrar completamente a postura do chefe. No fim, nosso personagem morre, e ao alcançarmos o Wude, termo que significa “virtudes marciais” ou  “virtudes do guerreiro”, entramos em contato com o terceiro princípio, o espírito. O personagem principal é levado para uma espécie de lugar sagrado, onde encontra finalmente sua paz interior, equilibrando sua fúria e evoluindo como ser, o que pode ser retratado pelo dragão que voa ao horizonte.

Estado de paz do personagem ao alcançar o máximo da ética marcial.

Sifu é um jogo divertido e desafiador, que pode trazer uma boa mensagem para o jogador, provando que os jogos possuem um outro lado, assim como séries e filmes, que pode ser repleto de metáforas e simbolismos.

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