Sand Land | Confira nossa review

O game de Sand Land chega quase 24 anos após sua publicação original em 2000, na revista semanal japonesa Weekly Shōnen Jump, da editora Shueisha, logo após o infeliz falecimento de seu autor Akira Toriyama, mais conhecido por sua opus magna Dragon Ball. Segundo a Bandai Namco, o projeto foi supervisionado tanto pela Shueisha quanto pelo próprio Toriyama, e os jogadores não precisam estar familiarizados com o mangá para entender a história do jogo. Será que o estúdio ILCA conseguiu honrar o legado de Toriyama?

Qual o plot de Sand Land?

O game conta a história de Beelzebub, Rao, Ann (esta sendo original do game e da animação) e Thief, enquanto eles embarcam em uma jornada pelo deserto para localizar uma Fonte Lendária enquanto lutam contra monstros perigosos e o exército de um rei malévolo. Se olharmos de uma ótica mais madura, Sand Land acaba não sendo uma história sobre seu personagem principal, Beelzebub, mas sim uma história sobre seu encontro casual com o velho Rao. Rao está em desacordo consigo mesmo, um homem idoso com a consciência pesada. Ele desconfia tanto das pessoas quanto dos demônios, mas constantemente tenta o seu melhor para manter a mente aberta e não presumir o pior dos outros. A inocência e sua incapacidade de mentir de Beelzebub levam Rao a depositar continuamente sua confiança nele.

Sobre o game

Beelzebub é o personagem jogável principal do game, sendo controlado em uma perspectiva de terceira pessoa. Existem dois modos de ataque corpo a corpo, semelhantes a games de luta, ataques leves são rápidos, mas fracos, e ataques pesados ​​são lentos, mas fortes. Os jogadores também podem se esquivar dos ataques do oponente no ar ou lateralmente. À medida que os jogadores progridem no jogo, eles desbloquearão novas habilidades e habilidades especiais, que aprimoram as capacidades de combate de Beelzebub. Beber água no jogo aumenta a saúde de Beelzebub. Os jogadores também podem desbloquear novas habilidades para os companheiros de Beelzebub, que também ajudarão o jogador durante o combate. Quando você joga como Beelzebub, Sand Land parece um jogo Musou ou um simples beat-‘em-up onde você acerta um ataque leve até decidir acertar um ataque pesado para encerrar seu combo. No entanto, você provavelmente usará Beelzebub diretamente apenas por cerca de 10 a 15% do seu game. A verdadeira essência de Sand Land está em seu combate veicular. Existem algumas seções de plataforma, algumas missões furtivas forçadas e uma série de NPCs com quem você precisa conversar para missões secundárias, mas não se engane – você passará a maior parte do tempo explodindo coisas em um tanque ou socando coisas dentro um grande robô.

O jogo apresenta uma variedade de veículos que podem ser utilizados para deslocamento. Por exemplo, o carro flutuante permite que os jogadores flutuem sobre a água e se movam rapidamente em áreas úmidas e terrenos acidentados. Porém, eles também podem ser usados ​​durante cenários de combate, especialmente ao lutar contra inimigos maiores. Beelzebub pode transportar até cinco cápsulas veiculares por vez. Os veículos podem ser extensivamente personalizados com novas peças de motor e armas. Eles também podem ser melhorados para aumentar sua durabilidade em combate. Beelzebub e sua tripulação estabelecem seu acampamento base na cidade de Spino. Os jogadores podem personalizar os alojamentos dos personagens com móveis e vários itens decorativos. À medida que os jogadores progridem no jogo e completam objetivos secundários, eles encontrarão outros personagens não jogáveis, alguns dos quais podem permanecer em Spino, garantindo aos jogadores a oportunidade de comprar componentes ou serviços raros. Existem também outras atividades paralelas no jogo, incluindo corridas e caça a recompensas, além de competir em arenas de batalha contra outros inimigos difíceis. O foco principal da jogabilidade de Sand Land, a construção de veículos e o combate, dá ao jogo uma sensação muito distinta. Outros jogos, por exemplo algo como World of Tanks, trabalham em uma escala mais ampla quando se trata de personalização de veículos, mas Sand Land é incomparável quando comparado a outros jogos de combate veicular.

Material original

A história por sua vez toma algumas liberdades criativas com o material de origem, mas não em seu detrimento, permitindo uma narrativa mais longa e ligeiramente alterada para dar aos desenvolvedores mais espaço para trabalhar nos tipos de missões de história que se adaptam melhor a um videogame, um resultado do envolvimento direto de Toriyama na escrita da adaptação da história para o jogo. Sobre essa história adicional, o novo enredo que surge após a primeira metade do jogo é brilhante, e acaba servindo essencialmente como uma sequência do mangá original, e acaba sendo até mesmo superior que a primeira. Aqui acontecem algumas lutas contra chefes mais interessantes e onde você também desbloqueia a segunda metade do mapa, então é recomendado resistir e começar a ficar entediado no final da primeira metade do jogo. A oportunidade de escrever uma continuação da história principal veio claramente com o benefício adicional de permitir ao desenvolvedor ILCA muito mais liberdade para projetar missões que não fiquem restritas ao enredo do mangá original, e isso realmente fica evidente. Embora eles tenham feito justiça ao mangá original, a segunda metade da missão principal é definitivamente mais rica em termos de jogabilidade, e o roteiro inédito de Toriyama é igualmente bom quanto o roteiro de 2000.

Demais aspectos técnicos

Nem tudo é positivo, no entanto. Em primeiro lugar, existem algumas missões furtivas forçadas na história principal e algumas missões secundárias. A jogabilidade furtiva é básica e não é desafiadora, e tampouco divertida. Felizmente, esses segmentos são fáceis e rápidos de concluir, porém desnecessários. Além disso, algumas das missões principais são muito semelhantes entre si. Por último, a party acaba repetindo as mesmas linhas de diálogo quando você está fora de combate com muita frequência.

Por fim

Sand Land acaba sendo um projeto apaixonante, o raro exemplo de um jogo de anime que realmente eleva e melhora a história em que foi baseado. Sand Land não faz tudo certo, mas é mais do que eu esperava. Antes de experimentar Sand Land, não tinha qualquer expectativa com o game, mas sua diversão simples e boba lentamente me conquistou quanto mais eu jogava. É ao mesmo tempo uma adaptação emocionante e uma experiência divertida, um exemplo incomum de jogo de anime que faz mudanças inteligentes em seu material de origem em favor de sua jogabilidade. A equipe da ILCA claramente ama Sand Land, e a única prova que você precisa desse fato é o jogo em si, mas também está claro que a Bandai Namco deu aos desenvolvedores um tempo razoável para concretizar sua visão. Os mapas são grandes e expansivos, e a grande quantidade de missões secundárias e conteúdo secundário fazem um ótimo trabalho ao dar corpo ao mundo de uma forma que o mangá nunca fez. Você pode investir cerca de 50 horas nele e ainda ter atividades paralelas para fazer. Mais importante ainda, porém, acho que a ILCA deveria estar extremamente orgulhosa de fazer justiça ao legado de Akira Toriyama. Sand Land é o jogo que seus fãs merecem e um maravilhoso lembrete final do incrível impacto que um único homem teve na indústria de jogos.

Sand Land: Vale a Pena?

Sand Land é esteticamente bonito, apesar de seu cenário predominantemente marrom. Embora o sistema de combate de veículos não seja inovador, ele ainda faz as coisas de maneira singular. Apresenta os personagens de formas encantadoras, oferece sistemas de personalização envolventes e um mundo que expande a visão original de Akira Toriyama. Ele sabe o que é, sem vergonha de ser, e abraça isso plenamente, o que o torna uma das joias mais surpreendentes do ano. Além de ser um jogo divertido de jogar, Sand Land é um excelente e oportuno exemplo do trabalho de Akira Toriyama, e um lembrete de como ele era muito mais do que apenas o cara de Dragonball.

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Depois de tudo o que passamos juntos. De tudo o que eu fiz. Não pode ser em vão. Permaneça conosco.