REVIEW | Jogo: Monster Hunter World – Iceborne

A série Monster Hunter surgiu no Playstation 2 lá em 2004 e logo de cara se tornou um sucesso na Ásia, mas no ocidente ele teve uma recepção morna e isso se manteve com seus lançamentos futuros por essas bandas. Entretanto,  o lançamento de Monster Hunter World mudou essa situação. O novo game trouxe o que a série tinha de melhor até então, incluiu novas mecânicas, que o tornaram mais acessível, e introduziu uma história com enredo mais elaborado. Tudo isso foi suficiente para o game ser um sucesso no mundo inteiro, alcançando a incrível marca de mais de 13 milhões de cópias vendidas e se tornando o game mais vendido e mais rentável da Capcom.

A empresa japonesa não parou por aí e continuou dando suporte ao game trazendo alguns monstros (como DevilJho), caçadas contra o Behemoth de Final Fantasy XIV e skins de personagens como Ryu de Street Fighter. Tudo isso de forma gratuita, mas ainda se sentia que Monster Hunter World podia melhorar, que faltava algo para tornar esse game o melhor da franquia. A Capcom não dormiu em serviço e tratou logo de correr atrás disso, criando um dos melhores conteúdos por download já criado para um game! Senhoras e senhores, bem-vindos à Iceborne!

Ficha Técnica

  • Desenvolvido por: Capcom
  • Publicado por: Capcom
  • Série: Monster Hunter
  • Lançamento: 06 de Setembro de 2019
  • Gênero: RPG / Ação
  • Modos: Single Player / Cooperativo online
  • Disponível para: Playstation 4, Xbox One, PC (somente em Janeiro de 2020).

Iceborne inicia imediatamente após o término da história principal do game, na qual alguns monstros da raça Legiana foram avistados na Floresta Ancestral e no Ermo Servagulha, lugares na qual não são o habitat natural delas. Fazendo uma investigação mais apurada, descobriu-se que elas estavam migrando para o grande oceano. Voltando para a base principal em Astera, o comandante nos dá a missão de pegar um dirigível e seguir as Legianas. E assim foi feito, nosso Hunter e sua parceira de pesquisas pegam um dirigível e partem para sobrevoar o mar e ver onde as Legianas estavam indo. Para a surpresa dos que estavam ali, em meio as Legianas tinha um monstro não catalogado ainda pela equipe de pesquisas, todas as criaturas estavam migrando para uma ilha completamente tomada por neve. Foi decidido que algumas pessoas em Astera iriam montar uma nova base nessa nova ilha e que a mesma se chamaria Seliana. Aqui, precisamos desbravar esse novo ambiente e tentar descobrir quem era esse novo monstro que apareceu junto das Legianas.

Antes de mais nada eu preciso avisar que Seliana é muito mais fácil de se transitar do que em Astera. O ferreiro, a cantina, a loja de itens e a base de operações estão dispostos em locais de fácil acesso, o que significa que temos menos loads do que em Astera. Sair em expedições nos mostra o quão grande é o novo mapa, contendo muita vida nativa vivendo em harmonia (ou não) em meio à tanta neve. Os monstros são uma das grandes novidades dessa expansão, temos novos monstros como Beotodus, uma espécie de monstro-peixe que fica “nadando” no meio da neve, e o Bambaro, que se parece muito com um Alce gigante. Também temos novas sub-espécies de monstros já conhecidos, como Tobi-Kadashi e Anjanath ou monstros que já apareceram outros games da série, como Nargacuga, Barioth ou o queridinho da galera: o grande Zinogre. Todos eles são imponentes, fortes e claro, dão um trabalhão para caçá-los.

Outro destaque de Iceborne é o novo ranque, chamado aqui de Ranque Mestre, quem é das antigas sabe muito bem que não passa de um G Rank com novo nome. Nesse novo ranque, os monstros são mais fortes, resistentes, possuem uma quantidade absurda de HP, movimentos novos e são muito mais agressivos. As missões de Ranque Baixo e Ranque Elevados continuam existindo normalmente, possibilitando que os jogadores ganhem experiência e níveis. Outra novidade é que temos armas que ultrapassam o nível máximo (Raridade 8 que existia no jogo base) e agora podem chegar até, dependendo da árvore de evolução de cada arma, a Raridade 12 . Vale ressaltar que cada arma recebeu um novo movimento para ser usado nas batalhas, com destaque para o movimento “Prendedora”, que ao segurar o botão L2/LT e apertar o botão Circulo/B o nosso Hunter joga uma espécie de corda e se agarra ao monstro, nesse momento é possível atacá-lo e executar um golpe forte ou mesmo direcionar o monstro para alguma pedra ou obstáculo, fazendo-o tombar e ficar vulnerável para receber mais dano dos Hunters. As armaduras também desempenham uma tarefa muito importante aqui, são elas que irão nos dar a defesa necessária contra certos monstros, além de status positivos, como comer mais rápido, extensão de esquiva, resistência à algum dano elemental, etc. Assim como as armas, as armaduras também podem chegar a Raridade 12, possibilitando equipar nelas joias mais poderosas que aumentam ainda mais os benefícios da armadura. Outras melhorias que foram adicionadas em Iceborne e merecem destaque são: leve melhoria gráfica, mudança no layout de algumas mensagens que aparecem na tela e a possibilidade de, ao derrotar um monstro,  escolher se queremos pegar todos os itens de uma vez  ou de vender tudo de uma vez, como já acontecia na versão de PC.

Mas nem tudo são flores, infelizmente presenciei na versão de PS4 alguns problemas de desempenho que foram extremamente absurdos, chegando ao ponto de ficar quase que impossível de se jogar. Isso ocorreu não somente nas caçadas, mas também em Seliana. Acredito que por causa de seu lançamento, a quantidade de jogadores conectados ao mesmo tempo, possa ter relação com este problemas. Outro ponto que me deixou um pouco incomodado foi que a Capcom não explorou tão bem o novo mapa, tudo bem que passamos um bocado de tempo nele, mas da metade do game pra frente a nova área é esquecida e voltamos a caçar os monstros nos mapas antigos. Seria mais interessante uma mescla entre os mapas antigos e o novo, tornando o game menos repetitivo.

Por fim, Monster Hunter World: Iceborne é a prova de que é possível fazer uma expansão de alta qualidade, com bastante conteúdo inédito, garantindo muitas horas de jogatina, sem precisar utilizar recursos como loot boxes, ou depender apenas de skins e/ou itens cosméticos, que não acrescentam em nada o gameplay. Um mapa gigante, novas missões, novas armas, novas armaduras, jogabilidade melhorada, novos monstros, nova história e a certeza de mais algumas centenas de horas de diversão, fazem de Monster Hunter World: Iceborne uma expansão obrigatória para os fãs da franquia ou para qualquer gamer que esteja buscando um ótimo RPG de ação.

 

~ Ricardo Dias