REVIEW | Jogo: Bloodstained: Ritual of the Night

Em 2015, quando Koji Igarashi lançou no Kickstarter o projeto de Bloodstained: Ritual of the Night, todos os fãs da franquia Castlevania e games no estilo Metroidvania ficaram de olho, não por menos, a promessa era de um jogo que fosse o sucessor espiritual do clássico Symphony of the Night! Bem, as metas de arrecadação financeira para o projeto foram alcançadas rapidamente, Bloodstained tornou-se um dos games com maior arrecadação na plataforma, junto com jogos como: Shenmue 3 e Mighty No. 9. Depois de alguns contratempos, como o cancelamento da versão de PS Vita (uma pena!) e adiamento da data de lançamento, finalmente Bloodstained: Ritual of the Night é lançado em Junho de 2019. Mas e ai, valeu toda espera? É realmente tão bom quanto Castlevania Symphony of the Night? Vamos descobrir nesta review!

Ficha Técnica – Bloodstained: Ritual of the Night

  • Desenvolvido por: ArtPlay
  • Publicado por: 505 Games
  • Disponível para: PS4, Xbox One, Nintendo Switch e PC
  • Data de lançamento: 18 de junho 2019 (PS4, Xbox One e PC) e 25 de junho (Nintendo Switch)
  • Gênero: Metroidvania
  • Modos de jogo: single player (até o momento)

O enredo de Bloodstained: Ritual of the Night é bem simples e com um plot twist bem previsível, ou seja, até aqui nada de muito diferente de qualquer outro Castlevania, não me entendam mal, sou um grande fã da franquia (fiz até TOP 10 aqui para o site!), mas o enrendo da franquia nunca foi seu forte, com algumas exceções, como é o caso de Lords of Shadow (esse reboot é muito desvalorizado por parte dos fãs mais saudosistas, mas isso ai é conversa para outro post). O jogo se passa no século 18, durante a revolução industrial. Devido as mudanças que estavam ocorrendo graças a ascensão industrial, a guilda dos Alquimistas, com receio de perder influência e, consequentemente, investimento de seus patrocinadores, desenvolve um método de invocar demônios através do sacrifício de Shardbinders (humanos que foram fundidos com cristais demoníacos). Ocorre que a situação saiu do controle, o que seria apenas uma forma de trazer medo e mostrar que a humanidade ainda precisava dos alquimistas, evolui e acaba trazendo destruição tanto da guilda quanto de boa parte da Inglaterra. Com a intervenção da igreja as forças demoníacas foram finalmente derrotadas, sobrando apenas dois Shardbinders: um jovem chamado Gebel, que por algum motivo sobreviveu ao ritual de sacrifício, e a jovem Miriam, que caiu em um sono profundo momentos antes do ritual. Dez anos se passaram, Miriam desperta e descobre que Gebel invocou demônios para destruir a Inglaterra e se vingar dos alquimistas que sobreviveram. A partir desse momento tomamos o controle da protagonista Miriam e nossa jornada se inicia. Vale lembrar que existe um outro jogo chamado Bloodstained: Curse of the Moon que é um prequel para Bloodstained: Ritual of the Night.

Se o enredo não é tão impressionante para compensar temos um gameplay sensacional. Bloodstained: Ritual of the Night tem todas as mecânicas bem desenvolvida de um Metroidvania, onde vamos adquirindo novas habilidades e itens que nos permitem acessar novas áreas, ao longo da exploração vamos enfrentando diversos tipos de inimigos e chefes. Miriam é capaz de absorver cristais deixados por inimigos derrotas, bem parecido com Soma Cruz (Aria/Dawn of Sorrow) que era capaz de absorver as almas. Cada cristal adiciona uma nova habilidade/poder para nossa protagonista. Existem 6 categorias de cristais: Conjuração (vermelhos), Manipulação (azuis), Direção (roxos), Passivos (amarelos), Habilidades (brancos) e por fim os Familiares. Miriam também é capaz de executar movimentos especiais com cada tipo de arma que esteja equipada, e o arsenal é bem grande: katanas, greatsword, chicotes, espadas, lanças, botas, armas de fogo, entre outros.

Outros pontos que merecem bastante destaque são: visual e trilha sonora. A ambientação de Bloodstained: Ritual of the Night é linda, recheada de arquitetura gótica e com diversas áreas do castelo claramente inspiradas no castelo de Castlevania Symphony of the Night, assim como o visual de alguns inimigos. Um detalhe interessante é a possibilidade de customizar a aparência de Miriam (tom de pele, estilo e cor dos cabelos, cor dos olhos, etc.). Quanto a trilha sonora, a única informação que você jovem gafanhoto precisa saber é que a responsável por compor as músicas do jogo foi Michiru Yamane! Isso mesmo, a própria Michiru Yamane, que trabalhou em diversos jogos da franquia Castlevania, foi quem cuidou da trilha sonora de Bloodstained: Ritual of the Night.

Com relação ao conteúdo o jogo oferece aproximadamente de 10 à 12 horas para finalizar, considerando que você fez o final real (o jogo possui 3 finais, dois ruins e um verdadeiro e maior). No entanto se você, assim como eu, gosta de fazer tudo dentro do jogo e ganhar todas as conquistas/troféus existentes, esse tempo vai para 25 à 30 horas, principalmente porque é necessário coletar todos os itens existente no game, isso inclui: armas, armaduras, cristais, acessórios, comidas, etc. Vale ressaltar que está previsto o lançamento de 13 conteúdos adicionais gratuitos, que incluem: multiplayer (local e online), modos coop e versus, dungeons no estilo rogue-like, entre outros.

Bloodstained: Ritual of the Night é um jogo obrigatório para todos os fãs do estilo Metroidvania e cumpre sua proposta inicial, certamente é o mais próximo que temos de Castlevania Symphony of the Night. A obra agradou tanto a mídia especializada quanto os jogadores, ficando com média 84 no Metacritic. Provavelmente o principal ponto negativo seja o preço de lançamento, salgados R$ 149,90 (versão de PS4), talvez se todo o conteúdo prometido já estivesse disponível este preço fosse mais coerente, mas para o foi disponibilizado no lançamento acredito que R$ 80 reais fosse mais justo.