Revenge of the Savage Planet | Confira nossa review

Revenge of the savage planet
Ficha Técnica
Desenvolvido por: Raccoon Logic Studios
Publicado por: Raccoon Logic Studios
Gênero:: Aventura
Série: Savage planet
Lançamento: 8 de maio
Classificação indicativa: 12 anos
Modos: Um jogador ou cooperativo
Disponível para: PC, Xbox Series S|X e PS5

História: Do Humor ao Instinto de Sobrevivência

A trama de Revenge of the Savage Planet coloca o jogador na pele de um novo protagonista, sobrevivente de uma expedição fracassada ao planeta AR-Y 26, agora transformado em um campo de batalha entre facções alienígenas, criaturas mutantes e os remanescentes da megacorporação Kindred. Após a queda da missão original, o personagem desperta com memórias fragmentadas e um único objetivo: sobreviver e vingar-se dos responsáveis pelo desastre.

Diferente do tom cômico e nonsense do primeiro jogo, aqui a narrativa opta por uma ambientação mais séria, com temas de isolamento, traição corporativa e brutalidade ambiental. A transição tonal não é sempre suave, o mundo ainda apresenta elementos bizarros e criaturas caricatas, o que às vezes entra em conflito com a gravidade da narrativa.

A história é contada por meio de gravações, diálogos com uma nova IA menos cômica (mas ainda sarcástica) e eventos ambientais que vão se revelando conforme o jogador avança. O mistério é bem construído nos primeiros atos, mas o roteiro tropeça perto do fim, com um clímax apressado e respostas que não satisfazem plenamente.

Jogabilidade: Entre a Aventura e a Sobrevivência

No coração da jogabilidade está a exploração em primeira pessoa de um mundo alienígena repleto de segredos, obstáculos e criaturas agressivas. O loop principal envolve coleta de recursos, fabricação de equipamentos, combate com armas improvisadas e solução de puzzles ambientais para desbloquear novas áreas.

Desta vez, os elementos de sobrevivência são mais presentes: o jogador precisa gerenciar saúde, oxigênio, munição e até níveis de radiação em certas zonas. Há crafting de armas e melhorias no traje, permitindo personalizar o estilo de jogo, desde abordagens furtivas até combates diretos.

O combate evoluiu consideravelmente em relação ao original. Agora é possível utilizar armas secundárias, armadilhas e habilidades especiais desbloqueadas ao longo da campanha. A IA inimiga, embora não sofisticada, oferece desafio adequado, especialmente em encontros com predadores maiores ou grupos hostis.

A plataforma também ganha mais destaque: saltos com jetpack, uso de ganchos gravitacionais e manipulação do ambiente fazem com que a movimentação seja fluida e divertida, mesmo nos trechos mais difíceis.

Progressão: Um Caminho de Evolução Selvagem

O sistema de progressão combina exploração com upgrades modulares. Ao coletar recursos biológicos, minerais e tecnológicos, o jogador desbloqueia novas armas, melhorias de armadura, equipamentos de mobilidade e modificadores passivos.

Existe uma árvore de habilidades com ramificações significativas, permitindo escolher entre diferentes estilos de jogo, por exemplo, uma build mais agressiva com foco em dano explosivo ou uma abordagem defensiva com ênfase em escudos e resistência.

Os upgrades não se restringem ao personagem. O próprio mundo muda com o tempo: criaturas evoluem, inimigos retornam mais fortes e o ambiente reage às ações do jogador, como a destruição de ninhos ou a liberação de áreas contaminadas.

Apesar da boa variedade, a progressão peca em ritmo. Certos recursos são escassos demais, exigindo grind desnecessário. Além disso, a interface de crafting é pouco intuitiva, o que torna o gerenciamento de inventário mais trabalhoso do que deveria.

Aspectos Técnicos e Artísticos: Beleza Letal

Visualmente, Revenge of the Savage Planet é um espetáculo. O jogo conserva o uso de cores vibrantes, mas as mescla com tons mais escuros e ambientes mais agressivos, refletindo o novo tom da narrativa. As regiões variam de florestas alienígenas bioluminescentes a desertos ácidos e instalações corporativas em ruínas.

O design das criaturas é criativo e grotesco, transmitindo a sensação de que o planeta é belo e mortal ao mesmo tempo. A iluminação dinâmica e os efeitos climáticos reforçam a atmosfera de constante ameaça e descoberta.

Do ponto de vista técnico, o jogo roda de forma estável na maioria das plataformas, mas ainda apresenta bugs esporádicos e criaturas travadas no cenário, missões que não progridem e falhas na IA aliada. A desenvolvedora lançou atualizações frequentes, mas ainda há margem para melhorias.

A trilha sonora é mais contida do que no jogo anterior, trocando a irreverência por composições tensas e minimalistas. Os efeitos sonoros, em compensação, são excelentes — desde os sons distantes de predadores até o estalar das armas improvisadas.

Vale a Pena Jogar?

Revenge of the Savage Planet tenta equilibrar o humor absurdo de seu antecessor com uma proposta mais séria e visceral, entregando um jogo de ação e sobrevivência com ambição. Ele acerta na atmosfera, na evolução do sistema de combate e no design de mundo, mas tropeça em ritmo, polimento técnico e coesão tonal.

Para quem gosta de exploração em mundos alienígenas, crafting e desafios de sobrevivência, o jogo oferece uma experiência sólida e visualmente impressionante. Já para os fãs do primeiro título que esperavam mais do mesmo, o novo tom pode soar deslocado e menos carismático.