Resenha | Vale a pena ver de novo, Filme: Alguém muito especial

John Hughes sempre parecia ser o único capaz de fazer um filme sério, e bom, sobre que aluno vai levar quem para o baile, a disparidade entre os alunos do mesmo colégio ou até mesmo sobre um dia sem ir para a escola. Tudo isso em filmes que ora escrevia, ora dirigia e ora produzia, como Gatinhas e gatões, Curtindo a vida adoidado, Clube dos cinco entre outros filmes, que farei resenhas por aqui também.

Aqui, ele roteirizou e produziu este filme sobre um rapaz apaixonado por uma das garotas mais populares do colégio. Ele é Keith Nelson (Eric  Stoltz), um cara não muito popular que gosta de pintar e tem como única amiga, Watts (Mary Stuart Masterson), uma garota que veste cuecas samba canção e anda de um lado para o outro com baquetas. Mas é claro que a garota popular, Amanda (Lea Thompson), não estaria solteira, isso seria simples demais.

No filme Keith Nelson (Eric Stoltz) é um jovem que sonha em ser pintor, apesar de seu pai, Cliff Nelson (John Ashton), ter decidido que ele vai para a faculdade. Paralelamente Keith fica fortemente atraído por Amanda Jones (Lea Thompson), a garota mais popular do colégio, que namora Hardy Jenns (Craig Sheffer), que é rico e gosta de se exibir.Querendo conquistar Amanda, Keith pede ajuda a Watts (Mary Stuart Masterson), sua melhor amiga, sem reparar que ela está perdidamente apaixonada por ele. Enquanto Watts estimula Keith em uma insensata tentativa de impressionar Amanda, surge um outro obstáculo: Hardy, que além de orgulhoso é covarde. Ele articula um plano com seus amigos para darem uma surra em Keith, quando ele e Amanda forem juntos em uma festa na sua casa. Para esta noite Keith gastou o dinheiro da faculdade comprando uma cara jóia para Amanda. Acompanhando tudo isto de perto, a apaixonada Watts sofre o tempo todo.

O filme pode não ser maravilhoso, mas é sensível e bem humorado. O roteiro desse filme é bem legal, mas não é nenhuma surpresa vindo de quem veio, o lendário John Hughes.

É um roteiro um tanto quanto diferente das típicas comédias românticas dos anos 80, mas ainda assim tem todos os seus elementos, é como uma desconstrução dos clichês da época, aliás, alguns deles criados e consolidados pelo próprio Hughes.
A direção do Howard Deutch foi boa, mas com um roteiro de John Hughes tudo fica mais fácil.

O elenco é razoável, mas erraram feio na escolha do protagonista.
O Eric Stoltz tem tanto carisma quanto uma porta, ele não passa nenhuma emoção, não parece ter expressão alguma… graças a Deus ele foi retirado de ‘De Volta Para o Futuro’ à tempo, com toda certeza esse cara teria estragado o que é hoje é uma das franquias mais icônicas do cinema, com esse cara eles não teriam chegado nem no segundo filme.

A trilha sonora é muito boa, destaco as músicas “Catch My Fall” do Billy Idol e principalmente a “Turn To The Sky” do The March Violets, que inclusive fizeram uma participação especial no filme, tocando no bar em que o Keith se encontra com a Watts. Só lamento por eles terem tocado apenas a introdução e o riff de guitarra, respectivamente, dessas músicas, por mim teriam tocado muito mais, pois essas músicas são espetaculares; é notável a qualidade das músicas nos filmes dos anos 80 em geral, dificilmente erravam nas escolhas, independentemente do filme ou gênero.

Por fim, o filme é bom, mas poderia ter sido melhor se não fosse pela escalação do elenco principal, principalmente se tratando do personagem principal da trama.

Com certeza vale a pena ver de novo, de preferência em um dia chuvoso e sem ter muitas opções.

Trailer:

//youtu.be/mUqC7gBDopA