O filme Polar, estrelando Mads Mikkelsen, é uma ótima surpresa da Netflix. Cheio de aventura e cinismo (no bom sentido), o serviço de streaming acerta em cheio ao investir em uma produção que rememora o melhor da ação oitentista.
Ficha técnica
Título: Polar (Original)
Ano produção: 2019
Dirigido por Jonas Åkerlund
Estreia: 25 de Janeiro de 2019 ( Brasil )
Duração: 118 minutos
Classificação: 18 – Não recomendado para menores de 18 anos
Gênero: Ação Thriller
Países de Origem: Alemanha
Sinopse
Duncan Vizla é um dos maiores assassinos de aluguel do mundo, mas por conta da idade avançada e da exaustão física e mental, está em vias de se aposentar. No entanto, seus planos são interrompidos quando um antigo chefe o convoca para uma missão trabalhosa. Ele precisa liquidar uma trupe de jovens assassinos sanguinários, uma tarefa que se mostra mais difícil do que o esperado.
Se pudéssemos resumir em uma receita, tal qual ao fazer um bolo, esta obra poderia ser: uma pitada da “porradaria” de Charles Bronson, Stallone e Schwarzenegger, uma porção das cenas de ação e vingança de John Wick e The Punisher com um amontoado de divertidos clichês que filmes de vigilantes propõem bem. O que não faltam são exemplos na mesma esteira: Atos de violência (com Bruce Willis, 2018), Jason Bourne (Matt Damon, 2016), Busca implacável (Liam Neeson, 2008).
Pois bem, mas o que esse filme tem de tão interessante? Justamente não levar o filme a sério! Devemos vê-lo como uma grande alegoria do que os próprios filmes de ação produziram com Vin Diesels e The rocks da vida.
Não há equilíbrio narrativo, diálogos memoráveis ou cenas muito inventivas. O melhor do filme é ver como Mikkelsen sairá das mais diversas situações de perigo, estilo jogo “tower defense”. O mocinho está lá, rodeado por inimigos, só esperando para dar sua deixa e mostrar o quão melhor é na arte de matar. Simples assim.
Não sei se foi a intenção do diretor Jonas Åkerlund (provavelmente não!), mas a delícia televisiva que filmes como esse proporcionam é justamente a comedia entre atos de ação e violência. Por exemplo: o vilão é uma figura tão caricata quanto seus subordinados. Tal como um jogo de vídeo-game, o protagonista Duncan Vizla (interpretado por Mikkelsen) faz um assassino que está prestes a se aposentar, tendo que lidar com o seu chefe que não quer deixar que o mesmo receba sua “aposentadoria”, uma verdadeira bolada.
Toda a narrativa da jornada do herói está lá: o protagonista, frio e calculista, deve passar por trocentos inimigos para conseguir o que quer: viver em paz. No meio de tudo isso, encontra a vizinha (interpretada por Vanessa Hudgens) que sofre dos mesmos problemas de relacionamento e convívio social que ele. Destaco duas cenas (sem dar spoilers!): um tiroteio na neve e outro tiroteio, na parte final, onde o protagonista se utiliza das mais nefastas e engraçadas tecnologias para enfrentar um exército de homens maus.
Jamais falarei para que você leitor “desligue seu cérebro” para ver este filme, pois isso não existe. Veja-o como uma diversão inocente e pueril de um domingo à tarde ou de uma quarta-feira chuvosa.
Não espere atuações dignas de Oscar. O filme está mais para aqueles que passavam domingo à noite depois do fantástico. Você pensa: “Já que estou fazendo nada, deixa eu me divertir com um filme de ação com protagonista fodão aqui”.
Em resumo, é isso. Para quem gosta de soco, porrada e bomba! o filme é uma ótima opção em relação a tanta produção mequetrefe que a Netflix empurra em nossas listas de opções. Divirta-se!
Trailer:
//www.youtube.com/watch?v=cSfIa5LVbfQ