RESENHA | Filme: O Rei Leão (1994)

Lançado no ano de 1994, O Rei Leão foi o 32º longa animado da Disney. O filme veio para coroar a empresa como referência em animação. Logo após os êxitos comerciais tanto de crítica e público; Aladdin (1992), A Bela e a Fera (1991) e a Pequena Sereia (1989), o filme se tornou a animação tradicional (desenho feito à mão) com a maior arrecadação em bilheteria de todos os tempos e considerada por muitos a obra prima máxima da Disney.

Ficha Técnica
Lançamento: 8 de julho de 1994 (Brasil), 15 de junho de 1994 (EUA)
Dirigido por: Rob Minkoff, Roger Allers
Elenco (vozes): Matthew Broderick, James Earl Jones, Jeremy Irons, Nathan Lane, Ernie Sabella, Rowan Atkinson, Madge Sinclair, Whoopi Goldberg, Moira Kelly, Niketa Calaume, Jonathan Taylor Thomas, Cheech Marin, Jim Cummings, Robert Guillaume
Gênero: Animação / Desenho
Duração: 89 min

Sinopse
Mufasa, o Rei Leão, apresenta ao seu reino, o filho recém-nascido Simba, herdeiro do trono. O pequeno ao crescer é envolvido nas artimanhas de seu tio Scar, o invejoso e maquiavélico irmão de Mufasa, que planeja livrar-se do sobrinho e herdar o trono para si.

Lá se vão 25 anos desde o lançamento do filme que marcou uma geração inteira abordando temas tão complexos de forma magistral. E mesmo com o passar de todos esses anos a obra continua com a mesma força, carisma e encanto de quando foi lançada, sendo um filme perfeito para os pais assistirem com seus filhos para ao fim, conversarem sobre valores familiares, inveja, consequências de suas escolhas, morte, amizade, aceitação de seu papel na vida.

O filme começa com a apresentação do recém-nascido Simba (voz de Jonathan Taylor Thomas), filho do Rei Mufasa (voz de James Earl Jones) aos animais da Savana. A sequência é uma das mais belas já feitas no cinema e a música “Circle of Life” nos leva diretamente a África ajudando na imediata imersão naquele local onde a história irá se desenrolar. A riqueza de detalhes na cena, mostrando os diversos animais se dirigindo em marcha até a Pedra do Rei para a cerimônia de apresentação é de encher os olhos, mostrando de diferentes ângulos a beleza e diversidade da vida exuberante lá encontrada.

O que se segue então é uma história que de infantil não tem nada, já que fala sobre inveja, traição e apresenta a morte de uma maneira bem direta, sendo para muitas crianças da época a primeira vez que elas tiveram contato com essa temática. Mas dito isso, não significa que o filme seja triste, sombrio e pesado, muito pelo contrário. Com traços bem trabalhados, cores que saltam da tela, personagens cativantes e divertidos, trilha sonora magistral de Hans Zimmer (vencedora do Oscar) e canções compostas por Elton John e Tim Rice (vencedores do Oscar pela música Can You Fell The Love Tonight), o filme consegue contar sua história de maneira perfeita. Tanto crianças quanto adultos conseguem apreciar o desenrolar da trama sem que em nenhum momento ela se torne muito pesada para os baixinhos e nem boba demais para os adultos. O roteiro bem escrito e redondo faz a história fluir de maneira natural sem se arrastar ou alongar mais do que o necessário.

Grande parte do sucesso do filme O Rei Leão também se deve aos seus icônicos e amáveis personagens que figuram entre os mais famosos da Disney. Temos o vilão Scar (voz de Jeremy Irons) que tem lugar garantido como um dos melhores já criados pela empresa. Sua motivação e frieza fazem o expectador pegar raiva, nojo e todos os sentimentos relativos, mostrando que um personagem bem escrito consegue gerar sentimentos tão intensos mesmo sendo “apenas” um desenho.

O suricate Timão (Nathan Lane) esperto e sempre querendo levar vantagem nas coisas e o javali Pumba (Ernie Sabella) que é inocente e puro de coração, são o alivio cômico do filme e personagens tão marcantes que figuram entre os maiores coadjuvantes de todos os filmes da Disney, ganhando até série animada própria, tamanha a relevância que ambos conquistaram.

Além dos citados, temos também outros que apesar de não ter tanto tempo em cena como os anteriores, também são carismáticos, com personalidades bem definidas. Sarabi (Madge Sinclair) esposa de Mufasa e mãe de Simba passa toda a ternura e carinho que toda mãe tem com sua cria. A leoa Nala (voz de Niketa Calame (filhote) e Moira Kelly (adulta)), é a amiga de infância de Simba (Matthew Broderick) que participa das suas aventuras quando filhote e que ao crescer acaba se tornando seu interesse romântico. O pássaro Zazu (Rowan Atkinson), conselheiro do rei que tenta, embora as vezes sem sucesso, direcionar o pequeno Simba a fazer coisas que o levem a ser um grande rei ao crescer. O trio de hienas Shenzi (Whoopi Goldberg), Banzai (Cheech Marin) e Ed (Jim Cummings) que apesar de trabalharem com o vilão do filme, são personagens pendendo para o lado cômico e que funcionam bem quando em cena. E por fim o macaco Rafiki (Robert Guillaume), uma espécie de Xamã que é o personagem que traz reflexões tanto para o leão Simba, bem como para quem assiste ao filme, e que mesmo sendo um animal mais Zen, rende uma das melhores piadas visuais do filme.

Como uma gama tão rica de personagens, trilha sonora fantástica com músicas que se encaixam bem na trama, história bem escrita e desenvolvida e com temas pertinentes que servem para uma boa reflexão, O Rei Leão é uma obra atemporal que para sempre figurará entre um dos melhores filmes já feitos na história do cinema. Uma ótima pedida para se ver ou rever e tirar ótimas lições para a vida. Hakuna Matata!

Curiosidades sobre os nomes dos personagens.

Simba e Nala: Simba significa “leões”, e Nala significa “presente”. Em Somali, outro idioma africano, Nala significa “nós”

Sarabi: o nome da esposa de Mufasa, significa “miragem”.

Pumba: significa simplório.

Rafiki: significa amigo.

Scar: significa cicatriz (o personagem possui uma em sua face)

Shenzi e Banzai: significam selvagem e medroso respectivamente.

Trailer

//www.youtube.com/watch?v=rHiHRhbTv-Q

~Marcos Viana


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