RESENHA | Filme: Megarromântico

Isn’t it romantic (Megarromântico) é uma boa diversão para quem ama (ou detesta!) filmes melosos. Misturando clichês dos anos 80 e 90, vemos aqui um ótimo exemplar de o porquê comédias ainda podem ser criativas.

Apostando na quebra de esteriótipos, este filme da Netflix busca retomar um estilo de filme já piegas mas que ainda leva muita gente para à frente da TV. De forma debochada, Megarromântico é um grande ode às comédias românticas. Inteligente, divertido e descompromissado.

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Ficha Técnica: Megarrromântico (Original Netflix)

Título Original: Isn’t It Romantic

Duração: 88 minutos

Ano produção: 2019

Estreia: 28 de fevereiro de 2019

Distribuidora: Netflix

Dirigido por: Todd Strauss-Schulson

Orçamento:

Classificação: 12 anos

Gênero: Comédia Romântica

Países de Origem: EUA

 

Se você acha que toda comédia romântica é rasa, fútil, heteronormativa, cheia de furos, clichês e narrativas pedantes eu tenho uma coisa pra te dizer: você acertou! 😀  Filmes melosos à la Hugh Grant, Julia Roberts e  Ashton Kutcher inundaram as telas dos cinemas desde os anos 80 e perduram – com menos intensidade é claro – até hoje em filmes como “Amizade colorida”, “A banca dos beijos”, “O lado bom da vida”, “A proposta” entre outros.

Só que aí, meu caro leitor, este que vos fala se depara com o filme Megarromântico na Netflix: “Meu Deus! Mais uma porcaria enlatada de casalzinho feliz no final” pensei rapidamente. Ainda bem que foi um ledo engano de minha parte. O filme é bacana, acredite!

Estrelado por Rebel Wilson (a Amy gorda de “A escolha perfeita”), Megarromântico quebra clichês ao utilizá-los como mote para fazer chacota com toda a safra de filmes românticos aos quais estamos acostumados.

Ainda está lá todo o amor utópico que muita gente procura. O interessante aqui é como o roteiro conta mais uma história qualquer: a protagonista Natalie (Rebel Wilson) é uma moça que está completamente desacreditada do amor. Ela trata as questões amorosas e de relacionamento com desdém. Até que, um dia, ela acorda e se vê dentro de uma trama que ela conhece muito bem: o mesmo esquema de uma comédia romântica. Dessa forma, ela precisa enfrentar os clichês do gênero – o amigo gay sem vida própria, a mulher que se torna inimiga no trabalho sem motivo, o galã bonitão etc.

Rebel Wilson parece ser a atriz ideal para o papel: gorda, sarcástica, meio desgostosa com a vida, dá mais valor ao trabalho do que às relações sociais. Acreditei na atuação dela porque ela se parece realmente com uma pessoa normal, viva, de “carne e osso” que somos ou que eventualmente conhecemos durante nossas vidas. E é exatamente isso que torna este filme delicioso: imaginar uma faz de conta que poderia acontecer com qualquer um de nós, meros mortais niilistas neste mundo grotesco e sem alma.

É muito divertido ver como o mundo é idealizado pelo cinema: a Nova York suja, pichada e estressante dá lugar à ruas coloridas, cheias de flores e gente feliz.

Liam Hemsworth, o (segundo) cara mais gostoso do mundo (o irmão do Thor!) está lá fazendo o papel do cara charmosão perfeito que se apaixona perdidamente e sem querer por ela (Rebel Wilson), enquanto o amigo “cara regular” que realmente gosta dela está lá sofrendo porque não é alvo de suas paixões.

Toda essa desconstrução de esteriótipos ao utilizá-los como forma de metalinguagem é o que sustenta o filme. Você não ri ou chora da protagonista, mas com ela. Essa tentativa de realidade, de assumir nossas falhas enquanto seres humanos grotescos é o que mais te divertirá.

Tudo muito alegre, jocoso e descompromissado. Tal qual uma comédia romântica tem que ser. Só que, ao mesmo tempo, um filme mais pé no chão, cheio de ironia e deboche com a falácia da mulher que sonha com o príncipe encantando para se realizar pessoal-emocional-social-MENTE. Vale a pena? Sim. Vá sem medo. A risada aqui é garantida.

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