RESENHA | Filme: O Farol

Grande aposta para o Oscar, “O Farol” é um terror psicológico que mistura a loucura com o sobrenatural de uma forma surpreendente e instigante. O irreal e real se revelam em cenas enigmáticas em preto e branco.

Título Original: The Lighthouse
Duração: 110 minutos
Ano produção: 2019
Estreia: 2 de janeiro de 2020
Distribuidora: Vitrine Filmes
Dirigido por: Robert Eggers
Classificação: 16 anos
Gênero: Terror
Países de Origem: EUA

  • Sinopse: Início do século XX. Thomas Wake (Willem Dafoe), responsável pelo farol de uma ilha isolada, contrata o jovem Ephraim Winslow (Robert Pattinson) para substituir o ajudante anterior e colaborar nas tarefas diárias. No entanto, o acesso ao farol é mantido fechado ao novato, que se torna cada vez mais curioso com este espaço privado. Enquanto os dois homens se conhecem e se provocam, Ephraim fica obcecado em descobrir o que acontece naquele espaço fechado, ao mesmo tempo em que fenômenos estranhos começam a acontecer ao seu redor.

Em 2015, o diretor estreante Robert Eggers surpreendeu os fãs de terror com o longa “A Bruxa”, se consagrando um dos melhores filmes daquele ano. Quatro anos depois, Robert volta com o enigmático “O Farol”, um terror em preto e branco com atuações excepcionais de seus protagonistas: Robert Pattinson e Willem Dafoe.

Nesse filme, Eggers mostra o cotidiano do faroleiro Thomas Wake e seu novo ajudante Efraim Winslow, que são responsáveis por cuidar de um farol em uma ilha isolada, onde tem apenas gaivotas e o mar como companhia. O cenário em preto e branco, e o constante barulho das águas do oceano e do farol, dão uma consistência maior para o local isolado, deixando em evidência as dificuldades em trabalhar e morar em um local como esse.

O personagem de Dafoe é intragável, uma pessoa difícil de tolerar, piorando a vida de Efraim (Pattinson), que fica com uma crescente intolerância perto do colega de trabalho, que faz questão de ofender e demonstrar a todo momento que tem mais experiência e poder sobre o jovem. Mas embora não gostem muito um do outro, eles acabam tendo alguns momentos
afetivos, todos regados a muita bebida e dança.

Willem Dafoe encarnou o faroleiro perfeitamente, deixando o espectador com grande aversão ao personagem, e com muita curiosidade para desvendar seus mistérios. Desde a voz até o olhar intenso, Dafoe brilha em cada cena que está presente. Robert Pattinson não fica para trás, muito pelo contrário, consegue muitas vezes superar o colega. É visível o esforço do ator
para o personagem, como a mudança no tom de sua voz, o jeito de andar e falar… Dificilmente alguém lembraria que aquele mesmo ator interpretou Edward Cullen (Crepúsculo), há alguns anos atrás.

Um dos maiores acertos do Robert Eggers, que também foi responsável pelo roteiro, é brincar com o sobrenatural e a loucura ao mesmo tempo. O que é verdade? O que é fruto da imaginação? Esses aspectos são questionáveis ao do tempo, não dá para saber o que é irreal, ou real, e o isolamento dos personagens naquela pedra (como eles mesmos falam no filme), só aumenta esses questionamentos durante os 110 minutos de filme.

O Farol” é um filme arriscado, mas Eggers acertou em explorar a história daqueles dois homens de uma forma original e bem construída. Há comédia quando necessário, mas tem tirar a tensão e terror que o longa propõe. O filme teve algumas exibições na 43ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, e já é aclamado pelo público, tanto nacional, quanto internacional.

“O Farol” estreia oficialmente no Brasil apenas dia 2 de janeiro de 2020, mas vale a pena esperar, não percam!

Confira o trailer abaixo:

//www.youtube.com/watch?v=42_UHhpq530

 

Inscreva-se no canal do Teoria Geek no Youtube e nos acompanhe também nas redes sociais FacebookTwitter e Instagram.