Você acha correto prender e condenar uma pessoa que pretendia cometer algum crime mas não cometeu? Pois é, a partir desse questionamento que o filme Minority Report do diretor Steven Spielberg fala a respeito. Um filme de ficção com ótimas sequencias de ação, boas atuações do elenco e questionamentos sobre privacidade, direitos, livre arbítrio e até que ponto devemos confiar na tecnologia.
Título: Minority Report – A Nova Lei
Lançamento: 02 de agosto de 2002 (Brasil), 17 de junho de 2002 (EUA)
Dirigido por: Steven Spielberg
Elenco: Tom Cruise, Colin Farrel, Samantha Morton, Max Von Sydow, Neal McDonough, Mike Binder, Lois Smith, Arye Gross, Steve Harris
Gênero: Ficção Científica / Ação
Duração: 145 min
Sinopse
No ano de 2054, há um sistema que permite que crimes sejam previstos com precisão, o que faz com que a taxa de assassinatos caia para zero. O problema começa a acontecer quando o detetive John Anderton, um dos principais agentes no combate ao crime, descobre que foi previsto um assassinato que ele mesmo irá cometer em apenas 36 horas, colocando em dúvida sua reputação ou a confiabilidade do sistema.
Depois de descobrirem 3 pessoas com dons especiais chamados de “Pré-Cogs”, uma organização não governamental colocou em teste na cidade de Washington o programa “Pré-Crime”, que consiste na captura de criminosos antes que os mesmos cometam seus delitos. Isso é possível pois os Pré-Cogs conseguem visualizar assassinatos antes destes acontecerem, mostrando o nome da vítima, assassino e através de uma interface ligada a computadores e hologramas, a imagem de onde o crime ocorrerá. Basta a polícia chegar ao local antes de tudo acontecer e prender o agressor impedindo a previsão. Durante os 6 anos desde a implantação do teste o número de assassinatos na cidade caiu pra zero, comprovando a eficácia do programa que vai se expandir a nível nacional. O Departamento de Justiça relutante com o projeto, envia uma equipe chefiada pelo detetive Ed Witwer (Colin Farrel) que busca encontrar falhas no sistema Pré-Crime para que o mesmo não seja aprovado para uso a nível nacional.
Tudo isso muda quando o melhor policial da divisão pré-crime, John Anderton (Tom Cruise) durante uma de suas buscas por futuros crimes acaba visualizando a si mesmo matando uma pessoa que ele nunca viu antes, e agora, de mocinho passa a ser “vilão”, sendo caçado por seus próprios companheiros. Antes acreditando cegamente no sistema, agora ele acredita que está sendo alvo de uma armação, e precisa correr contra o tempo para provar que o sistema está errado e possui falhas livrando-se de seu destino atrás das grades.
O Minority Report do título se refere ao relatório minoritário que é gerado quando um dos pré-cogs tem uma visão diferente dos outros 2 e que poderia colocar em cheque todo o sistema. E é atrás desse relatório que o protagonista precisa ir antes que as autoridades o capturem.
O diretor Steven Spielberg adapta a obra de Phillip K. Dick e nos entrega um filme que além de entreter como um bom blockbuster deve fazer, traz uma história que faz pensar nos limites que a tecnologia tem e pode exercer sobre nossas vidas. Algumas pessoas são presas culpadas por crimes que não cometeram apenas baseada em imagens de câmeras de segurança de qualidade duvidosa. O que fazer se inventarem um sistema que acuse uma pessoa de algo que ela ainda não fez apenas baseado em algum algoritmo de computador, teste genético, passado familiar ou mesmo previsões como acontece no longa e o governo e autoridades tomarem isso por verdade?
O filme mostra como aceitamos regras e leis quando estas não nos afetam de maneira negativa. No caso, o detetive John achava que o sistema era perfeito e não se questionava quanto a uma possível falha, até que ele mesmo se viu envolvido, e então, não aceita o que até minutos antes era lei e tido como certeza pra ele.
Nos aspectos técnicos o filme não decepciona (algo já esperado de um filme do Spielberg). Ótimos efeitos visuais, som envolvente (indicado ao Oscar) e uma fotografia mais puxada para cores frias ajudam a imersão nesse futuro o moderno e o clássico se fundem de maneira harmoniosa. A construção do futuro é bem palpável fugindo dos clichês que geralmente envolvem filmes que se passam no período abordado.
Minority Report foi bem recebido pela crítica e público tendo a avaliação no Rotten Tomatoes de 91% por parte da crítica especializada e 80% do público. Possui nota 80 no site Metacritic e está avaliado com 7,6 no IMDB, que de modo geral consideram o filme ágil e intrigante.
O filme possui um elenco entrosado, sequencias de ação bem executadas e uma trama que prende atenção até sua conclusão. Definitivamente Minority Report merece ser visto por quem gosta de um bom filme de ficção científica.
Trailer
//www.youtube.com/watch?v=8E0sX5So_uo
~Marcos Viana
Inscreva-se no canal do Teoria Geek no Youtube e nos acompanhe também nas redes sociais Facebook, Twitter e Instagram.