RESENHA | FILME: Homem Aranha no Aranhaverso (Contém Spoiler!)

O universo dos super heróis cresce a cada dia, principalmente com a grande dedicação que a Marvel Entertainment e Sony Pictures Animation está colocando em cada filme, sempre superando a bilheteria do anterior. Homem aranha no aranhaverso é uma nova experiência para a renovação dos filmes de heróis, utilizando uma história já conhecida e a reinventando com um novo personagem, no caso de Miles Morales que esta vindo dos quadrinhos para as telonas.

O jovem negro morador do Brooklin, Miles Morales, vê sua vida mudar inesperadamente após se tornar um homem aranha e presenciar a morte de Peter Parker. Ao visitar o túmulo de Peter, o garoto descobre a existência de outro Peter Parker, porém um pouco mais relaxado, que veio de outra dimensão junto com outras versões do herói aracnídeo.

Miles traz uma história comum de super herói, o garoto que ganha poderes e com eles suas responsabilidades e enfrenta vilões, além dos seus próprios medos, tornando-se “o amigo da vizinhança”. Porém, o contexto ao seu redor faz o filme não se transformar em um clichê. O protagonista negro oriundo das HQ’s teve uma origem diferente no filme, sem perder a história, com um pai policial que não concorda com super heróis, um tio que era um grande amigo até ser descoberto como um dos vilões (Gatuno), a transferência de escola sem vontade e o distanciamento dos antigos amigos.

O roteiro do filme apenas relembra a história do homem aranha, partindo da ideia que o espectador já saiba a história original, o que ajudou a ganhar tempo focando no enredo principal, assim colocando vários personagens com a mesma ferramenta, não ficando repetitivo e sim deixando um pouco cômica.

A delicadeza em manter o estilo de desenho igual aos quadrinhos, até mesmo em manter as imperfeições da impressão em offset, foi genial, conseguiu aproximar ainda mais o fã que estava assistindo, além de manter o estilo na versão do porco aranha que lembra o 2D e o de desenho japonês da Peni Parker.

No filme, é apresentado algumas das várias versões do herói, sendo Peni Parker (SP/dr), Peter B. Parker, Homem Aranha Noir, Gwen Aranha e Porco Aranha, cada um com seu estilo próprio. Começando com o homem aranha original, que morre no inicio do filme, parece ser muito bonito e inteligente. Depois da morte, Miles é surpreendido pelo Peter B. Parker, o homem aranha do universo regular, barrigudo, mais velho, acabou de perder a tia May e se divorciou da Mary Jane, o “B.” é de Benjamim, o nome do meio de Peter em homenagem ao Tio Ben.

A segunda heroína a ser teletransportada para a dimensão de Morales foi Gwen-Aranha, que nos quadrinhos também é chamada de Ghost Spider. Gwen Stacy foi a primeira namorada do homem aranha, que morreu quando foi jogada de uma ponte pelo Duende Verde. Em outro universo, ela que foi picada pela aranha radioativa, e Peter Parker é seu amigo. Além de ser baterista da banda “As Mary Janes”.

Em preto e branco, o Homem Aranha Noir faz uma referência aos detetives dos anos 20 e 30, e luta contra as facções criminosas que mataram seu tio Ben, tendo como mentora sua tia May. No filme, o personagem traz vários momentos cômicos e ao mesmo tempo sombrios.

Vinda de uma versão japonesa, Peni Parker, tem um estilo de desenho de mangá. Ela possui uma mecha que tem uma aranha radioativa dentro, que é controlada por ela. Após a morte dos seus pais, ela ficou encarregada de controlar a mecha parecida com uma aranha, trazendo um pouco de fofura para as cenas.

A última versão apresentada foi o Porco Aranha. Nesse universo todos os personagens são animais, e Peter é uma aranha pertencente a uma porca cientista que após uma experiência com um secador nuclear morde a aranha, transformando-o em um porco com poderes de aranha. No filme, ele é pura comédia e trás a inocência e a lembrança dos desenhos animados.

Esses não são os únicos universos existentes do mundo aranha, também tem o Gato Aranha, Supaidaman, Aranha Prince, Pavitr Prabhakar, Sheep Boy, Peter Parquogh, Bem Reilly, May Parker, Capitão Aranha, entre muitos outros que ficaram de fora.

Além dos Donos de Teias apresentados nas telonas, os vilões também vieram repaginados, como a Doutora Octopus, o Duende Verde, Gatuno, Wilson Fisk (Rei do Crime), Lápide e Escorpião.

A partir da morte do Peter Parker, Miles toma toda a atenção, surgindo de uma forma diferente nos quadrinhos, sendo que nos mesmos ele foi picado por uma aranha roubada pelo seu tio Aaron Davis, que pertencia ao Duende Verde. Ele adquire as mesmas habilidades de Peter Parker, além de poderes como invisibilidade.

Mesmo o garoto se tornando um herói, ao longo do filme ele não perde o jeito de adolescente, como não amarrar um par dos tênis, as inseguranças, os medos, as amizades, os desentendimentos com os pais, mudança na rotina escolar, enfim, todos os problemas por qual um adolescente normal passa.

O time de vozes que dublaram os personagens não deixaram a desejar, com Shameik Moore como Miles Morales, Peter Parker na voz de Jake Johnson, Hailee Steinfeld interpretando Spider-Grew, Mahershala Ali como Tio Aaron (Gatuno), entre outros atores e atrizes. O filme foi o último trabalho de Stan Lee como ator de voz antes de morrer, em 12 de novembro de 2018.

Ficha Técnica:

Título Original: Spider-Man: Into the Spider-Verse

Ano produção: 2018

Direção: Bob Persichetti , Peter Ramsey e  Rodney Rothman

Estreia no Brasil: 10 de Janeiro de 2019

Duração: 120 minutos

Classificação: Não recomendado para menores de 12 anos

Gênero: Ação, Animação, Aventura

Roteiro: Phil Lord, Rodney Rothman. (Baseado nos personagens criados por Steve Ditko, David Hine, Stan Lee, Brian Michael Bendis, Fabrice Sapolsky, Sara Pichelli)

Produção: Avi Arad, Stan Lee, Will Allegra, Brian Michael Bendis, Phil Lord, Christopher Miller, Amy Pascal, Christina Steinberg

Trilha sonora: Daniel Pemberton

Produção de design: Justin Thompson

Estúdios: Sony Pictures Animation, Marvel Entertainment, Columbia Pictures Corporation, Lord Miller

Distribuição: Sony Pictures

Trailer Legendado: