RESENHA | Filme: CADÊ VOCÊ, BERNADETTE?

Mais uma adaptação de livro chega as telas! Uma mistura perfeita de drama puxada mais para o lado cômico, a imersão na vida de Bernadette, que nos envolve em diversos sentimentos, leva ao riso por conta de sua personalidade debochada e até mesmo momentos tensos em certas discussões, onde a personagem é colocada em xeque sobre suas atitudes. Cade você, Bernadette? conta a história de uma arquiteta renomada que desaparece de diversas formas, tanto de sua carreira como de sua família.

Nome original: Where´d You Go, Bernadette
Direção: Richard Linklater
Duração: 110 minutos
Gênero: Comédia, Drama

  • Sinopse: Quem nunca sentiu vontade ligar o modo avião e sumir do mapa? Quando a vida de Bernadette (Cate Blanchett) começou a parecer sem rumo, ela resolveu fugir da sua zona de conforto e desaparecer misteriosamente, deixando tudo para trás. Agora Bee (Emma Nelson), sua filha, precisará juntar todas as pistas para descobrir onde foi parar essa mulher que imaginava conhecer tão bem, mas que se transformou em um verdadeiro ponto de interrogação.

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A narrativa introduz uma família unida planejando uma viagem para a Antártica, o que acaba tornando-se uma imensidão de dúvidas para Bernadette que sofre de agorafobia (medo de lugares e situações que possam causar pânico, impotência ou constrangimento). Tal fobia torna a socialização um empecilho muito grande para a personagem, que somente aceitou viajar por ser um pedido feito pela sua filha Bee (Emma Nelson).  Até o grande dia da viagem podemos conhecer um pouco do dia a dia de Bernadette, uma mulher  muito apaixonada pela filha,  que não consegue ter um bom relacionamento com sua vizinhança e acaba contratando, até mesmo, uma assistente virtual chamada Manjula, pois quanto menor o contato com pessoas, melhor!

Por conta da sinopse, parece que o filme contará pouco da personagem no início e que logo de cara ela iria sumir, assim, começando a jornada de sua filha Bee e seu marido Elgie Branch (Billy Crudup) em busca de pistas, documentos e de sua história, conhecendo melhor quem ela realmente é, para então, encontrar seu paradeiro! Porém, é totalmente ao contrário, nós embarcamos em sua história, vendo uma mulher que aparenta em um dia estar bem e que na mesma noite não dorme por conta da ansiedade, que leva á insônia e da insônia, que leva à ansiedade. E somente após conhecermos a vida de Bernadette, entendemos de onde surgiram seus bloqueios e onde suas atitudes antissociais a levaram,  só depois disso é que ela desaparece.

Pode apostar que a diversão é garantida pois a personagem é cativante, nos fazendo rir e refletir sobre nossos dilemas do dia a dia, que por muitas vezes, deixamos de lado, porém, os problemas vão crescendo enquanto estamos tentando ignora-los. O filme está longe de ter um clima pesado por conta de seus problemas. Muito pelo contrário, ele te prende desde o começo pois, por exemplo, é mostrado diversas vezes ela narrando e-mails para a sua assistente virtual, deixando aquele fundo de “Quem é essa pessoa que ela tanto confia?”. Outro exemplo, é de onde o trauma surgiu a ponto dela ter uma relação péssima com sua vizinhança, ou até mesmo o por quê de ser uma mãe tão protetora a ponto de se anular pela família.

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Infelizmente, a atriz Cate Blanchett já anunciou em algumas entrevistas o possível afastamento dos cinemas após o lançamento desse filme, dizendo “Talvez seja hora de parar. Não, eu falo sério mesmo. […] Eu tenho que entrar em cena usando roupas íntimas e só consigo pensar: ‘Por quê? Por que eu não posso apenas alimentar galinhas enquanto leio Proust?“.

O assunto repercutiu tanto que na Premiere de “Cade você, Bernadette?, a Vulture chegou a questionar novamente sobre o assunto e atriz declara “Sim, com certeza. É a hora de parar. Totalmente. Absolutamente. E eu sei que quando as pessoas virem este filme, vão dizer: ‘Sim, é definitivamente a hora dela se aposentar.

A reflexão sobre como lidar com traumas ou problemas do dia a dia acaba sendo assunto que se encaixa muito com a atualidade em que vivemos e a empatia com a personagem, é inevitável! Bernadette nos conquista pela carisma e seu jeito brincalhão de lidar com certas ocasiões mas é delicado quando observamos o abandono por trás dessa realidade, em que, chegamos ao ponto em que a personagem acaba se perguntando quem ela realmente é ou se tornou.

A história nos traz os fatos, em determinados pontos, de forma muito acelerada e até mesmo confusa! Um exemplo, estamos na cena em que Bernadette está na farmácia, pulamos para outra em que o Elgie está em reunião na empresa e resolve almoçar com seus colegas, voltamos para a cena da farmácia mas agora, sem querer, seu marido a encontra desacordada na drogaria e depois disso, pulamos para outra cena. A transição de um ato para o outro não chega a incomodar ou atrapalhar, até por que, diálogos ocorrem e a descrição de tais acontecimentos foi resumida aqui, mas é algo que conseguimos notar.

Após ser adiado por diversas vezes, o longa está previsto para estrear dia 7 de novembro nos cinemas!

 

~ Ceci


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