RESENHA| Filme: Aquaman

O Rei de Atlantis chegou metendo o pé na porta, abrindo a geladeira, pegando a cerveja e sentando no sofá principal da sala.

Parece que finalmente a DC Comics e Warner, depois de 3 filmes no minimo questionáveis (Batman vs Superman, Esquadrão Suicida e Liga da Justiça), e um ótimo (Mulher Maravilha), o gigante das HQ’s e animações de excelente qualidade voltou a acertar a mão com “Aquaman“.

AQUAMAN:

Data de lançamento: 13 de dezembro de 2018
Duração: 2h 24min
Direção: James Wan
Elenco: Jason Momoa, Amber Heard, Willem Dafoe
Gêneros: Ação, Aventura, Fantasia
Nacionalidade: EUA

  • Sinopse: Filho do humano Tom Curry (Temuera Morrison) com a atlante Atlanna (Nicole Kidman), Arthur Curry (Jason Momoa) cresce com a vivência de um humano e as capacidades meta-humanas de um atlante. Quando seu irmão Orm (Patrick Wilson) deseja se tornar o Mestre dos Oceanos, subjugando os demais reinos aquáticos para que possa atacar a superfície, cabe a Arthur a tarefa de impedir a guerra iminente. Para tanto, ele recebe a ajuda de Mera (Amber Heard), princesa de um dos reinos, e o apoio de Vulko (Willem Dafoe), que o treinou secretamente desde a adolescência.

Desde a trilogia de “O Cavaleiro das Trevas” a DC Comics viu sua mitologia ser ofuscada por filmes desconexos e repletos de furos, com roteiros questionáveis e bilheterias decepcionantes, enquanto sua principal “rival”, a Marvel, vinha emplacando um sucesso atrás do outro, mas assim como as estações se renovam, assim também fez a Warner, finalmente ouvindo as reclamações do fãs aflitos, a parceria DC/Warner fez um filme que traz não apenas a alvorada de um de seus mais populares heróis, mas que ainda inaugura o nascimento de um novo e ensolarado tempo para o estúdio. E quem diria que Aquaman seria a resposta para todos os seus problemas.

ACABOU A “ESCURIDÃO”

Aquaman é uma verdadeira “explosão” de cores, e que pelos olhos de James Wan, Aquaman se torna um espetáculo visual de belas pinturas, sua fotografia é riquíssima que explora a luz natural com precisão, renova os olhos do público com transições impressionantes de cenas e entrega um design de produção magnífico. Detalhista, os vários cenários trazem a assinatura do diretor, que migrou dos filmes de terror (Jogos Mortais, Sobrenatural e Invocação do Mal) para o blockbuster de quadrinhos com uma naturalidade de quem parece que trabalhou nesse estilo a vida toda. Em meio a takes que exploram a beleza de lugares como Sicília, praias desertas, e até mesmo as dunas do deserto do Saara, o filme traz aquela sobriedade fascinante fazendo com que todo seu conceito visual se torne uma extensão do próprio roteiro, elaborado com muita personalidade por Will Beall e David Leslie Johnson.

Diretor James Wan, dirigindo uma cena do filme.

CULTURA POP:

O filme é repleto de referências da cultura POP, algumas que os fãs mais recentes não perceberão – principalmente aqueles que não cresceram com Karatê Kid, além das referências diretas ao próprio universo da DC, e para os fãs de Game of Thrones há uma homenagem bem sutil a “Khal Drogo”, não em palavras, imagem, ou alguma piada, mas na aparência. Em um determinado momento podemos perceber uma mudança temporária do seu cabelo e formato da barba que nos faz lembrar muito o querido personagem da saga de George R.R. Martin. Foi a série Game of Thrones que projetou Jason Momoa mundialmente, apesar de já ter trabalhado em diversas produções relativamente conhecidas, e outras não. 

PERSONAGENS CONECTADOS:

A sinergia entre Amber Heard e Momoa é outro ponto forte da produção. Mesmo tão diferentes, os personagens acabam se completando, e temos a princesa Mera seguindo os passos da Mulher-Maravilha como alguém bem resolvida e determinada quanto aos seus princípios. Obstinada, ela é um exemplo ideal de uma boa parceria no universo dos heróis se apresentando como uma heroína que soma tanto ao personagem homônimo, que é impossível o desenrolar da narrativa sem ela. A entrega de Jason Momoa é visível! Ele é perfeito para o papel (já havia demonstrado na Liga da justiça), e não para por ai… Esse sincronismo se estende de maneira complementar com os demais personagens, e temos uma Nicole Kidman estonteante em figurinos soberbos. Willem Dafoe é o mentor que exala sabedoria, dono de uma empatia e carisma cativantes, Patrick Wilson se encaixou tão bem no personagem, que nos permite gerar empatia até mesmo com o tirano Mestre do Oceano – Que nos faz concordar por alguns momentos suas motivações para atacar “o povo da superfície”.

OPS, ELES ERRARAM:

Como todo filme, Aquaman possui algumas falhas que não posso detalhar aqui com exatidão para não dar “Spoiler”, então vou comentá-las por alto.
A passagem do tempo por exemplo, foi extremamente generosa com alguns personagens e não tão generosa para outros, o desequilíbrio no envelhecimento foi evidente.
A viagem em busca do tridente do Rei Atlan ficou meio inexplicável de como eles conseguiram sair de um lugar que estavam completamente isolados, sem nenhum transporte por perto, e chegar em outro (que é bem longe de onde estavam) sem nenhuma explicação lógica. O vilão Arraia Negra (Yahya Abdul-Mateen II) foi extremamente mal aproveitado – tudo bem que a estória é focada na disputa pelo trono de Atlântida, mas um vilão clássico como Arraia merecia pelo menos mais tempo de tela  Pelo menos a armadura ficou excelente! Particularmente adorei A ação foi um dos pontos fortes do filme, mas em alguns momentos, em algumas cenas as lutas foram “coreografadas” demais,  ficando um pouco artificial.

MINHA OPINIÃO: Aquaman é, junto com Mulher Maravilha, a nova cara do Universo da DC no cinema, que fogem do pragmatismo criado por Zach Snider (e seus seguidores), que mesmo sendo produtor executivo junto com sua mulher, percebe-se que “não meteu a colher” no filme. 
Eu sempre digo que um filme pra ser sério, sombrio, não precisa ser escuro! Os tons leves, e de humor, do filme não tiram sua seriedade e tensão, assim como em Mulher Maravilha. Aquaman soube dosar o humor e momentos de seriedade, a trilha sonora é cativante e o fan service com seu uniforme clássico (repaginado) e de quando ele se comunica com as criaturas marinhas (como nos desenhos animados), foi nostálgico, foi lindo! nos faz viajarmos para a melhor época das nossas vidas.

MINHA NOTA: 09/10

FICHA TÉCNICA

ROTEIRO:

Roteristas: Will Beall, David Leslie Johnson-McGoldrick
Idéia original: Geoff Johns, James Wan
Colaboração com o roteiro: James Wan, Geoff Johns, Will Beall

TRILHA SONORA:

Compositor: Rupert Gregson-Williams

PRODUÇÃO:

Produtores: Peter Safran, Rob Cowan
Produtora Executiva: Deborah Snyder
Produtor Executivo: Zack Snyder
Produtor Executivo: Geoff Johns
Produtor Executivo: Jon Berg
Produtor Executivo: Walter Hamada

ELENCO (personagem/Atores-Atrizes):

Aquaman/Arthur Curry: Jason Momoa
Mera: Amber reard
Vulko: Willem Dafoe
Rei Orm:
Patrick Wilson
Atlanna: Nicole Kidman
Rei Nereus: Dolph Lundgren
David Kane/Manta nega: Yahya Abdul-Mateen ll
Tom Curry: Temuera Morrison
Capitão Murk: Ludi Lin
Jesse Kane: Michael Beach
Dr. Stephen Shin: Randall Park
Rei Atlan: Graham McTavish
Piloto de avião: Leigh Whannell
Arthur Curry – 9 anos: Kaan Guldur
Arthur Curry – 13 anos: Otis Dhanji
Arthur Curry – 16 anos: Kekoa Kekumano
Professor James: Robert Longstreet

EQUIPE TÉCNICA:

Montador chefe: Kirk M. Morri
Diretor de Arte:
Bill Booth

EMPRESAS ENVOLVIDAS:

Produção: DC Entertainment, DC Comics
Produção e distribuíção: Warner Bros
Distribuidor brasileiro:
Warner Bros
Data de lançamento: 13 de dezembro de 2018
Duração: 2h 24min
Direção: James Wan
Elenco: Jason Momoa, Amber Heard, Willem Dafoe 
Gêneros: Ação, Aventura, Fantasia
Nacionalidade: EUA

TRAILER:

//youtu.be/9JCHyL0xohs

Revisão: Luísa Bruno – Instagram: @revisao_etc96