Christine: O Carro Assassino, possui um personagem central, em princípio, inanimado, mas que ganha contornos de monstruosidade no decorrer do filme. Baseado no romance do escritor Stephen King, tem os seus momentos, o suficiente para se destacar entre as pérolas de terror dos anos 80.
Ficha Técnica
Original: Christine
Ano: 1983
País: EUA
Direção: John Carpenter
Roteiro: Stephen King, Bill Phillips
Produção: Richard Kobritz
Elenco: Keith Gordon, John Stockwell, Alexandra Paul, Robert Prosky, Harry Dean Stanton, Roberts Blossom, David Spielberg, Malcolm Danare, Kelly Preston
Sinopse
Ela não é um automóvel comum: Christine é um Plymouth Fury 1957 vermelho que, desde sua fabricação em Detroit, já estava fazendo vítimas. Em 1978, a carcaça do carro é adquirida pelo nerd Arnie Cunningham, que, entre obcecado e apaixonado, dedica-se febrilmente à sua restauração. E Christine retribui o carinho do novo proprietário matando aqueles que lhe fazem mal.
O filme gira em torno do jovem, tímido e excluído Arnie Cunningham (Gordon), que encontra no melhor amigo Dennis Guilder (Stockwell) um ouvinte e protetor nos momentos de bullying. Um dia ele encontra um velho carro, Christine, na garagem da casa do velho George LeBay(Blossom) e se encanta profundamente, encanto que passa a virar obsessão conforme o filme avança, já que Christine é uma garota ciumenta e não vai deixar que nada atrapalhe a relação dela com Arnie, nem mesmo sua namorada Leigh Cabot (Paul) ou o valentão Buddy Repperton (Ostrander).
Essa obra não é uma maravilha, decerto não se trata de um filme que eu recomendaria a alguém que me pedisse sugestão sobre um grande filme de terror, mas inegavelmente é uma obra que diverte o espectador e que conta, pelo menos, com boas características, como é o caso da trilha sonora, muito eficiente; do destaque dado à personagem principal do filme, no caso Christine; até a intepretação de Keith Gordon é bastante positiva, embora haja quês de exagero em alguns momentos, que acabam acentuados pela maquiagem pesada aplicada no ator em alguns momentos. Apesar de ter muito para ser um grande filme, penso que falte uma abordagem mais intimista na dupla central – Arnie e Christine -, sobretudo conectando-os de modo a estabelecer melhor a sua conexão. Dando espaço para os coadjuvantes Dennis e Leigh, respectivamente melhor amigo e namorada de Arnie, o filme parece se ampliar de modo que não se possa construir bem os personagens que se propõe a relatar. Equívocos, talvez, ou talvez seja apenas uma má interpretação minha. Mas, de qualquer maneira, não vejo grandes defeitos no filme e acho, aliás, que se trata de uma obra muito capaz de entreter e de divertir a quem o vê, ainda mais porque o filme não envelheceu mal.
Talvez seja ainda melhor se assistido de forma original e independente. Ao assistirmos como uma adaptação do livro, fica até difícil comparar, pois com exceção dos nomes dos personagens e de algumas cenas, muita coisa foi mudada e principalmente, muita coisa foi omitida. E isto é totalmente compreensível, afinal, imagine adaptar uma obra de 600 páginas e com a riqueza de detalhes do Stephen King em um filme de 110 minutos, pois é! bem complicado.
Por fim, alivie o tom de exigências técnicas, curta o clima, a direção e a ótima trilha sonora e terás um bom filme para entretenimento.
“Existem coisas que não tem remédio. Algumas pessoas também.”
Trailer:
//youtu.be/TbyihCVnv9s