RESENHA | Filme: Cemitério Maldito 2019

Os livros de Stephen King costumam render boas adaptações para o cinema. Do clássico Um Sonho de Liberdade ao recente It: A Coisa. Será que Cemitério Maldito consegue honrar essa que sem dúvida é uma das melhores histórias do autor?

Cemitério Maldito (Pet Sematary, em inglês), um dos livros mais populares de Stephen King,( o meu preferido ), retorna aos cinemas 30 anos depois da primeira adaptação. E as diferenças não poderiam ser mais visíveis.

Enquanto o filme de 1989 – um bom terror, mas nada além disso – teve roteiro do próprio escritor, o que garantiu fidelidade quase total às páginas,( o filme na época somente saiu das gavetas por conta de uma greve de roteiristas ) a nova versão propõe um rearranjo um tantinho arriscado da história original, aqui os diretores buscam desconstruir o livro, assim buscando surpreender o telespetador ( leitor do livro ou fã do filme de 89 ).

Ficha Técnica

Data de lançamento: 9 de maio de 2019 (1h 41min)
Direção: Kevin Kölsch, Dennis Widmyer
Elenco: Jason Clarke, Amy Seimetz, John Lithgow mais
Gênero: Terror
Nacionalidade: EUA

Sinopse: O longa “Cemitério Maldito” conta a história do Dr. Louis Creed (Jason Clarke), que, depois de mudar com sua esposa Rachel (Amy Seimetz) e seus dois filhos pequenos de Boston para a área rural do Maine, descobre um misterioso cemitério escondido dentro do bosque próximo à nova casa da família. Quando uma tragédia acontece, Louis pede ajuda ao seu estranho vizinho Jud Crandall (John Lithgow), dando início a uma reação em cadeia perigosa que liberta um mal imprevisível com consequências horripilantes.

A história segue no ritmo frenético, que distrai e ao mesmo tempo assusta, se mostrando eficaz e divertido, e evita apresentar um enredo genérico, que acabaria se tornando patético. O terror só funciona por conta da excelente introdução, que tivemos referente a família principal.

Como falei essa nova versão não tenta copiar o livro e se distancia bem do filme original, pois o contraponto entre a vida e a morte é abordado mais diretamente, e segue mostrando as consequências de trazer alguém novamente a vida, sendo que o ponto mais marcante do filme é divulgado no material de marketing do filme, porém continua a assustar quando você vê na telona, graças a excelente mixagem de som, que deixa as cenas assustadoras.

Jeté Laurence que interpreta Ellie Creed, rouba as cenas quando está como sua versão morta viva, ela eleva o patamar do longa de uma forma inexplicável; Você até pode pensar… Nossa como uma criança consegue causar tato estrago? mas as cenas correm em um ritmo tão rápido que você acaba esquecendo de se perguntar novamente. Jason Clarke tenta ser demais e acaba se perdendo no seu personagem Louis, ele é futíl e se subestima a todo momento, com reações subversivas, que não completam seu personagem, só deixam ele mais egocêntrico. Amy Seimetz como Rachel tenta apresentar um lado sombrio de personagem e se flagelar pelos acontecimentos passados, porém tudo é tratado como jump-scares e o espectador acaba ignorando os pilots dela. Para finalizar John Lithgow vive o vizinho Jud, e o trata somente como um ajudante do diabo que leva Louis para o caminho ruim, afinal se algo não é bom, para quê diabos você vai mostrar ou indicar para uma pessoa? Sabendo das possíveis terríveis consequências?

A trilha sonora é muito boa, me assustei com ela também! E uma boa produção como “Cemitério Maldito” não poderia pecar nessa categoria, tem uma trilha sonora bem bacana, e principalmente efeitos sonoros de caminhões – pois a família mora numa zona rural próximo à uma estrada – que fazem assustar diversas vezes, eles costumam acontecer do nada, em cenas onde o silêncio paira na sala de cinema.

Outro ponto de destaque, os figurinos do filme são incríveis, principalmente as máscaras de animais que são usadas.

Por fim, podemos parabenizar os diretores Kevin Kölsch e Dennis Widmyer, pois o filme ficou bom, como fã do material original, esperava mais, coisas que não foram bem exploradas e nem desenvolvidas de forma satisfatória. Mas o filme vale o ingresso, tem seus bons momentos e acredito que muitos irão gostar.

CURIOSIDADE

Church é baseado em Smucky, gato de Naomi, filha de Stephen King, que foi atropelado perto da casa deles e serviu como uma das inspirações para escrever Cemitério Maldito, esse foi o motivo de inspiração para a criação da história. Para fazer o filme, foram necessários seis gatos. “Na verdade mesmo, foram dois gatos que fizeram grande parte do trabalho”, conta o codiretor Dennis Widmyer. “E obviamente você acha que está vendo um só gato no filme. Os gatos são bons nesse nível”.  Parceiro de direção de Widmyer, Kevin Kolsch, diz que ter os gatos no set foi uma forma de terapia para eles. “Nós dois somos ligados aos gatos e temos vários em casa. Estávamos filmando longe de casa, então foi bom tê-los por lá”, revela.

Se você pudesse escolher entre trazer ou não alguém que ama, após a morte da mesma, o que você faria?

“Eu não quero ser enterrado num cemitério de animais
Eu não quero viver minha vida de novo”