Premonição 6: Laços de Sangue | Confira nossa crítica

Sabe aquele tipo de filme que você assiste com a mão no rosto, mas deixando um espacinho entre os dedos pra ver a desgraceira acontecer? Pois é. Premonição 6: Laços de Sangue chega chutando a porta (ou seria esmagando com um piano?) e prova que franquia boa é aquela que entende sua própria essência e decide se divertir com ela.

Depois de 14 anos longe das telonas, a saga da Morte mais criativa do cinema volta com força total. Dirigido pela dupla Zach Lipovsky e Adam B. Stein, o novo capítulo não tenta reinventar a roda — ele afia os parafusos que seguram a roda no eixo… só pra depois arrancá-la em alta velocidade e lançar contra alguém, claro.

Ficha Técnica
Título: Premonição 6: Laços de Sangue
Ano de Produção: 2024
Dirigido Por: Zach Lipovsky, Adam B. Stein
Estreia: 15 de Maio de 2025
Duração: 1h49m
Classificação: 18 Anos
Gênero: Terror, Suspense, Humor Negro
País de Origem: Estados Unidos
Sinopse: Atormentada por um pesadelo violento e recorrente, uma estudante universitária volta para casa em busca da única pessoa que pode ser capaz de quebrar o ciclo de morte e salvar sua família do terrível destino que inevitavelmente os aguarda.

 

Honra o legado e ainda expande a mitologia

O filme começa com uma premonição clássica ambientada em 1968, no Sky View Restaurant Tower — uma torre futurista pra época, mas fadada ao colapso. Lá conhecemos Iris Campbell, a primeira sobrevivente a desafiar a Morte e viver pra contar a história. Anos depois, sua neta Stefani começa a ter visões perturbadoras, e aos poucos percebe que há um preço alto por enganar o destino: o débito pode passar para a próxima geração.

Esse pulo temporal é uma sacada genial. Em vez de ser só mais uma turma de jovens azarados fugindo da foice invisível, Laços de Sangue costura o passado e o presente, dando profundidade ao lore da franquia — e, pasmem, até o lendário William Bludworth (Tony Todd) ganha uma camada extra de mistério que vai deixar muito fã de cabelo em pé. Ou careca de emoção.

A Morte nunca foi tão criativa (ou debochada)

Se tem uma coisa que os fãs esperam de Premonição, é criatividade nas mortes. Aqui, o filme entrega com gosto — e com gosto duvidoso também. As cenas são tão bizarras e milimetricamente coreografadas que fazem a gente rir, gritar, tapar os olhos e rir de novo. É como se os roteiristas tivessem jogado um monte de objetos numa roleta da desgraça e pensado: “como podemos fazer isso ser pior?

Spoiler sem contexto: você nunca mais vai olhar para um piano ou uma moeda da mesma forma. É sério. Aquela moedinha esquecida no bolso pode se tornar a gota d’água pra um espetáculo grotesco de efeito dominó. E aquele piano afinado na sala da vovó? Bom… talvez seja hora de doar.

O humor negro aqui não é apenas bem-vindo — é necessário. As mortes são tão absurdas que seria impossível levá-las completamente a sério. E o melhor: o filme sabe disso. Ele se diverte com a própria proposta e nos convida a rir do absurdo com ele, quase como um episódio de Looney Tunes dirigido por Sam Raimi.

Curiosidades de bastidores

  • A sequência inicial da torre foi feita com uma combinação de CGI e efeitos práticos — os diretores queriam capturar a estética dos anos 60 com o charme de um desastre iminente. A equipe estudou literalmente desabamentos reais pra simular o pânico com precisão.

  • Os diretores contaram em entrevista ao CinemaBlend que o maior desafio foi equilibrar a “nova regra” da Morte com a estrutura clássica da franquia. O resultado é um filme que muda o tabuleiro do jogo, mas mantém as mesmas peças — só que agora com mais sangue.

  • Tony Todd só aceitou voltar com a promessa de que seu personagem teria um passado mais explorado. E sim, a origem de Bludworth é finalmente tocada — não explicada por completo (afinal, mistério também é charme), mas o suficiente pra fãs começarem a teorizar. Infelizmente o ator faleceu antes do lançamento do filme, então, possivelmente haverão apenas menções futuras.

Conclusão

A franquia renasce com uma foice em punho — e um sorriso de canto de boca. Premonição 6: Laços de Sangue é o tipo de filme que entende o próprio legado e entrega exatamente o que os fãs queriam: mortes criativas, humor macabro e uma expansão da mitologia que abre caminhos para novos capítulos. Não tenta ser “elevated horror”, e isso é um alívio. Ele sabe que estamos ali pra ver o caos, o efeito borboleta virando tempestade — e, claro, pra nunca mais confiar numa moeda rolando no chão.

Eu recomendo fortemente: leve pipoca, vá com amigos e prepare-se para rir do desespero. Porque no fim das contas, se a Morte está sempre um passo à frente, o melhor que podemos fazer é rir antes que a cortina caia (ou o piano).