Patapon 1 + 2 Replay | Confira nossa review

 

Patapon 1 + 2 Replay traz de volta dois dos jogos mais criativos da era PSP, lançados em 2007 para o portátil da Sony, desenvolvidos pelos estúdios Pyramid e Japan Studio, agora em um pacote remasterizado que chega ao PS5, Nintendo Switch e PC com melhorias visuais e de jogabilidade. Importante lembrar também que esta é a segunda vez que o game é remasterizado, sendo que a remasterização anterior para PS4 foi criticada por problemas técnicos. Já nesta nova versão, muitos desses defeitos foram corrigidos e pela primeira vez é também lançada para um console sem ser da família PlayStation. Mas será que vale mesmo a pena conferir ou revisitar este game? Vamos conferir!

Do que se trata o game

Em Patapon, você assume o papel de uma divindade tribal que guia os Patapons ao som dos tambores — e cada comando precisa ser dado com ritmo e precisão. O conceito e o design do jogo foram concebidos quando o game designer Hiroyuki Kotani descobriu os designs de Patapon no site pessoal do artista francês Rolito, que criou o nome Patapon inspirado em uma antiga canção infantil francesa, pois soava semelhante a marcha e percussão. A narrativa continua simples e cativante: os Patapons, uma civilização tribal guerreira, seguem a voz do “Todo-Poderoso” em busca de uma lendária terra prometida. A história é contada de forma minimalista, com muito carisma e através de cantos e diálogos simples que dão vida à tribo.

Gameplay

O coração do jogo continua intacto: você utiliza combinações rítmicas (como “Pata-Pata-Pata-Pon” e “Pon-Pon-Pata-Pon”) para dar ordens às suas tropas — marchar, atacar, defender, entre outras ações. O ritmo é essencial, e perder o compasso pode custar uma batalha inteira.

A vila Patapon chamada “Patapolis” serve como o centro principal, permitindo ao jogador reviver tropas caídas, selecionar missões e jogar minigames. Antes de cada missão, o jogador pode escolher até três unidades diferentes para a batalha com o Hatapon, que empunha a bandeira, como o líder das unidades. Existem oito unidades possíveis para escolher: os Tatepons, que empunham escudos e espadas, os Yaripons , que empunham lanças, os Yumipons , que empunham arcos e flechas, os Kibapons, que empunham lanças de cavalaria, os Dekapons, que empunham clavas pesadas, os Toripons, que montam pássaros (apenas em Patapon 2 ), os Mahopons, que empunham magia (apenas em Patapon 2) e os Megapons, que empunham tubas. Cada unidade pode ter no máximo três ou seis tropas dependendo do tipo de Patapon.

Durante as missões, o jogador pode comandar os Patapons inserindo sequências específicas usando os botões, cada um representando um tambor. Essas sequências podem comandar a tribo a avançar, atacar, defender e outras ações. Uma borda pulsante sinaliza ao jogador em que ritmo inserir os comandos. Entrar com sucesso em uma sequência adequada em sincronia com o ritmo levará a tribo a uma “Febre”, aumentando seus bônus de ataque e defesa. A febre pode ser alcançada mantendo uma combinação de 10 ou alcançada cedo se uma combinação for 3 ou superior e o comando foi executado perfeitamente em sincronia. Se o jogador parar de comandar os Patapons ou inserir os comandos fora do ritmo da borda, a combinação e a febre serão perdidas. Durante a febre, milagres podem ser realizados que afetam o clima. Exemplos incluem invocar chuva para resfriar um deserto escaldante ou invocar ventos fortes auxiliando no alcance das flechas dos Yumipons.

Uma vez que uma missão é completada, o jogador pode retornar a uma missão anterior para adquirir recursos e equipamentos adicionais para construir suas tropas antes de uma batalha maior. Materiais, armas, armaduras e uma moeda conhecida como “Ka-ching” podem ser obtidos por inimigos caídos para fortificar as tropas do jogador. Se um Patapon for derrotado em batalha, ele deixará cair uma tampa que pode ser usada para reviver o Patapon assim que a missão for concluída. Se a tampa não for recuperada durante a missão, o Patapon será perdido permanentemente. Novos Patapons podem ser criados na vila Patapon usando a árvore da vida e requer Ka-ching e materiais como gravetos, pedras e galhos. Usar versões mais raras desses materiais cria variantes mais fortes dos Patapons.

Trilha Sonora e Ritmo

A música é parte essencial da jogabilidade. Cada sequência de tambores, cada canto tribal e cada resposta dos Patapons cria uma sinfonia interativa viciante. O áudio é limpo, bem mixado e tem ótima resposta ao input, desde que você acerte o timing na configuração inicial.

Novidades e melhorias desta versão

Um dos grandes atrativos deste remaster é a integração de um sistema de calibração manual de timing para evitar delays dos comandos, assim a latência foi corrigida em relação à versão de PS4 e o game tornou-se bem mais fluido. Agora também é possível ajustar a dificuldade nos 2 games, contribuindo para uma maior acessibilidade. Os comandos rítmicos também ficam visíveis na tela, o que é ótimo para os novatos irem pegando o jeito. Além de suporte total a 4K no PS5, com a  direção de arte continuando estilizada e vibrante, com personagens e fundos vetoriais limpos e coloridos. Agora, tudo roda em resoluções altas, com fontes mais legíveis e menus mais claros.

Aspectos negativos

Contudo, os grinds repetitivos dos originais ainda estão presentes aqui, especialmente em Patapon 2, que exige que o jogador refaça fases múltiplas vezes para coletar recursos e evoluir tropas. Um outro ponto que decepcionou muitos fãs: os modos multiplayer foram removidos. Mesmo Patapon 2, que possuía missões cooperativas via ad-hoc no PSP, agora é exclusivamente single-player. Não houve substituição por funcionalidade online ou local. Assim como algumas cenas e elementos visuais ainda parecerem desatualizados — com qualidade semelhante aos assets do PSP, sem atualizações profundas. A ausência de conteúdo extra / inédito também pode ser desanimador para alguns, e é algo que os desenvolvedores poderiam ter dado mais atenção.

Patapon 1 + 2 Replay: Vale a Pena?

Patapon 1 + 2 Replay é um retorno digno para dois clássicos cult, agora com melhorias substanciais na parte técnica, principalmente no timing de comandos e acessibilidade. A essência continua mágica: uma mistura de estratégia, ritmo e carisma que não existe em nenhum outro jogo. Contudo, a ausência de conteúdo extra, a exclusividade de modo single-player e a manutenção de partes repetitivas podem decepcionar veteranos em busca de algo novo. Uma remasterização sólida e funcional de dois jogos únicos e adoráveis. Apesar da falta de ambição em conteúdo novo, Patapon ainda bate forte. Para novos jogadores ou nostálgicos, ainda assim vale o investimento.

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Depois de tudo o que passamos juntos. De tudo o que eu fiz. Não pode ser em vão. Permaneça conosco.