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Os Cavaleiros do Zodíaco: O Começo | Confira nossa crítica

Aquilo que parecia impossível, aconteceu! Dragonball Evolution, a tenebrosa adaptação do famoso anime, infelizmente, ganhou um concorrente à altura.

Ficha Técnica
Título: Os Cavaleiros do Zodíaco: O Começo
Ano de Produção: 2022
Dirigido Por: Tomasz Baginski
Estreia: 2023
Duração: 1h 52min
Classificação: 12 anos
Gênero: Aventura, Ação, Fantasia
País de Origem: Estados Unidos
Sinopse: Seiya, um obstinado adolescente de rua, passa seu tempo lutando por dinheiro enquanto procura por sua irmã sequestrada. Quando uma de suas lutas inadvertidamente explora poderes místicos que ele nunca soube que tinha, Seiya se vê lançado em um mundo de santos guerreiros, treinamento mágico antigo e uma deusa reencarnada que precisa de sua proteção. Se ele quiser sobreviver, precisará abraçar seu destino e sacrificar tudo para ocupar seu lugar de direito entre os Cavaleiros do Zodíaco.

 

Adaptação da Adaptação

Por mais incrível que pareça, alguém teve a brilhante ideia de adaptar aquela série 3D horrorosa da Netflix e da Crunchyroll, ao invés do mangá ou do anime clássico!

Nesse arrastado filme, Seiya (Mackenyu Arata) é um jovem perdido no mundo, sobrevivendo de lutar em ringues clandestinos, enquanto busca a irmã perdida. Sendo justamente durante uma dessas lutas, na arena comandada pelo irreconhecível Cassius (Nick Stahl), que ele desperta o cosmo pela primeira vez.

Esse despertar atrai a atenção de Mitsumasa Kido (Sean Bean), cujo qual estava acompanhando o combate e sequestra o jovem para salva-lo das mãos de Guraad (Famke Janssen). Com a vilã tentando isso para roubar o cosmo do rapaz, visando usa-lo na manutenção dos seus braços mecânicos.

Ela também pretende matar Saori (Madison Iseman), antes do espírito da Deusa Athena acordar completamente nela e destruir o mundo todo. Contando, para tal, com a ajuda de Ikki (Diego Tinoco).

Isso é Cavaleiros do Zodíaco?

A resposta para essa pergunta, é um sonoro NÃO!!!

Vamos começar pelas armaduras, absolutamente mal feitas, desproporcionais e esteticamente medonhas. Como uma pessoa decide conceber um live action de CDZ, relaxando naquilo que sempre foi o maior chamariz da franquia? Os elmos até parecem baldes nas cabeças dos atores, de tão grandes.

A história, pelos Deuses, é uma verdadeira colcha de retalhos! Cheia de tramas desconexas, vazias, beirando o amadorismo. Se comparada com as obras originais, então, vemos apenas migalhas daquilo, no meio de tanta coisa desnecessária adicionada. Athena passa de protetora da Terra para aquela que vai destrui-la, os Cavaleiros Negros são ciborgues, o cosmo pode ser extraído igual numa transfusão de sangue, um verdadeiro show de horrores!

Seiya arrancando a orelha do Cassius, Guerra Galáctica, batalha na Ilha da Rainha da Morte, outros Cavaleiros de Bronze? Nada disso está presente no que deveria ser o primeiro de sete longas, antes do fracasso retumbante desse. O Santuário sequer é mencionado, embora a ambientação do treinamento do protagonista junto a Marin (Caitlin Hutson) tenha similaridades com o local.

Treinamento esse, aliás, uma das poucas coisas detendo o verdadeiro espírito de Cavaleiros, em quase duas horas de filme. A caracterização da personagem, os movimentos de luta dela, a forma como passa as lições, foram perfeitos! Mas mesmo ali ocorreram problemas: como o Seiya treinando com roupa normal ao invés de usar a de treino. Roupa de treino que, pasmem, foi convertida em Armadura V1 no filme!

Lembram do quanto o anime ficou marcado pela ligação entre os cinco principais? Toda a profundidade das lutas e das falas, a imponência dos cenários, o poder da amizade, sacrifícios dolorosos em prol dos companheiros? Isso tudo foi, sumariamente, descartado para dar lugar a um enredo clichê americanizado.

Saint Seiya Evolution

É com enorme pesar no coração, ao contrário do dito pelas páginas voltadas para a série, que os verdadeiros fãs viram uma franquia tão importante ser humilhada na telona.

Sabe aquela trilha sonora épica do anime? Esquece! Preferiram utilizar uma bem genérica, daquelas comuns em qualquer filme de ação, que passa totalmente batida por quem está assistindo. Até Pegasus Fantasy, tão icônica, aparece de maneira rápida e apagada durante o longa.

O mesmo pode ser dito da dublagem. Embora os dubladores não tenham feito um trabalho ruim, a falta das vozes originais descaracterizou totalmente a obra. Os caras colocaram o dublador do Afrodite no Mitsumasa. Inacreditável! Dava, com tranquilidade, para manter Leonardo Camillo, Hermes Baroli e Leticia Quinto nos papéis de Ikki, Seiya e Saori.

As perseguições de carros e aeronaves futuristas, cujo intuito seria conceder um ar mais moderno à trama, também foram mal executadas. Assim como tudo ligado a tecnologia ao longo do filme. Algo deveras previsível, inclusive, por ir totalmente contra a essência da franquia!

Outro absurdo foi colocarem três vilões no filme que, se juntar, não dá um. Com enfrentamentos dignos de piada! As motivações de Cassius e Guraad são completamente sem noção, as do Ikki sequer foram apresentadas. Ele quer matar Athena porque sim, pronto, acabou. Fora a total ausência de sangue, mesmo após as lutas e a destruição das armaduras.

O Cosmo não Elevou

Os efeitos especiais, lamentavelmente, beiram o ridículo! Mesmo com um orçamento baixo, entregar algo com cara de produção dos anos 90 é inadmissível. Nem os jogos de PS2 tiveram golpes tão relaxados e sem graças. Golpes, diga-se, cujos nomes nem mesmo são gritados pelos atores! O poder simplesmente sai, como se fosse um filme de heróis comum. Nem adianta falar que ficaria ridículo, porque em Harry Potter mesmo falam os nomes dos feitiços e ninguém nunca criticou.

Dos quesitos técnicos, só dá para salvar as atuações do elenco. Até porque, e isso gera ainda mais raiva do entorno ser tão porco, a produção conta com grandes nomes como Famke e Sean. Ficando o destaque, no entanto, por conta do Mackenyu! O qual, mesmo num enredo tão desmazelado, conseguiu encarnar o Seiya com maestria.

Diante de tantos exemplos recentes de adaptações bem feitas, tal qual Sonic, Super Mario Bros: O Filme, Godzilla II: Rei dos Monstros, Cobra Kai, Ghostbusters: Mais Além, Chucky, é intolerável terem lançado um produto final de tão baixo nível. Isso sem contar os diversos exemplos relativos a indumentárias caprichadas, que eu mesmo cheguei a elencar no meu especial sobre a polêmica das armaduras.

Em suma, não dá para entender porque os executivos dos estúdios viram esse longa e aprovaram. Mesmo como filme de ação, desconsiderando toda a maculação do material original, ele ficou pavoroso! Só espero que tenha sido a última porcaria feita no universo CDZ. Passando os responsáveis, inclusive a Toei e o próprio Kurumada, a valorizarem os fãs que carregam a franquia nas costas há mais de 30 anos! Ao invés de correrem atrás do publico americano, num patético complexo de vira-lata.

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