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O Senhor dos Anéis: Anéis de Poder | Confira nossa crítica

De uma coisa eu não tenho dúvidas, O Senhor dos Anéis: Anéis de Poder é uma série cinematográfica, com visual estonteante digno de todo o investimento que foi usado. No entanto, necessita comer mais arroz e feijão para retratar tudo o que ela diz que representa.

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Ficha Técnica
Título: O Senhor dos Anéis: Anéis de Poder
Ano de Produção: 2021
Dirigido Por: Charlotte Brandstrom, J. A. Bayona e Wayne Yip
Estreia: 2022
Duração: 557 minutos
Classificação: 14 anos
Gênero: Ação, Aventura e Fantasia
País de Origem: Estados Unidos
Sinopse: A série será situada na Segunda Era da Terra-Média e contará as histórias da criação dos Anéis do Poder, a ascensão de Sauron, o reino de Numenor e a Última Aliança de Elfos e Homens.

Roteiro que deixou a desejar

Primeiramente, devo dizer que compreendi toda a questão dos direitos autorais da série. Isto é, eu sabia desde os primórdios que O Silmarillion não seria adaptado. Até porque, tanto Tolkien quanto o seu espólio somente deram o direito de reprodução de duas obras: O Hobbit e O Senhor dos Anéis.

Logo, Anéis de Poder jamais teve a pretensão de adaptar a “Bíblia do Senhor dos Anéis”. Na verdade, a adaptação refere-se aos apêndices da Segunda Era, anexados à obra da Guerra do Anel.

E o que temos nesse apêndice? Apenas, uma cronologia da Segunda Era, separada por datas, sem nenhuma história contada entre elas. Dessa forma, eu sabia que os roteiristas deveriam adaptar e acrescentar muitas coisas nesses “intervalos”. Ou melhor dizendo, “fanficar”.

Quando eu soube disso, veio o receio que, até então, foram neutralizados quando disseram que o Espólio de Tolkien tinha aprovado a série. Assim, fui assistir aos dois primeiros episódios com a esperança da qual Gandalf sempre exaltava: “a esperança dos tolos”.

E, infelizmente, não gostei muito do que vi.

Não porque sou uma fã xiita ou porque me incomodo com adaptações (o muito de Arwen e a falta de Tom Bombadil, nos filmes, são a prova disso). Pelo contrário! Essas são sempre bem-vindas, desde que saibam o que estão fazendo e façam com responsabilidade, o que não se vê no roteiro da série do Prime Video.

Sua narrativa acabou por se tornar previsível, com demora para engatar e somente chegou a engrenar na famigerada história dos 45 minutos do segundo tempo.

E isso, infelizmente, já estava demonstrado nos dois primeiros episódios. Quando eu os assisti, já vi que algo não estava bem, mas deixei a onda da nostalgia me enganar e me forcei a compreender que a narrativa era apenas introdutória e, por isso, a história não desenrolava.

Então, vieram os demais episódios e foi ladeira abaixo. A história tinha furos, continuava empacada e, a meu ver, possuía diálogos um tanto quanto constrangedores. Afinal, nunca um elfo diria: “[…] até que eu possa sussurrar em sua orelha pontuda”.

E para o meu dissabor, quando tudo parecia que iria desenrolar no episódio 6, denominado  Udûn, acabou passando despercebido pelo seu sucessor, no qual nada aconteceu feijoada, e comprimindo e mastigando tudo para o episódio 8, qual seja, a season finale.

Sinto dizer, mas não vislumbrei a essência de Tolkien na obra do Prime Video. E, ainda que tenha muitas referências ao legendário, essas foram simplesmente jogadas de maneira aleatória na história, dando ênfase, tão somente, ao mistério de quem é Sauron.

Na verdade, o que vislumbrei foi uma série comum de fantasia, mas que não poderia ter “hypado” a ideia de que era Tolkien. E se formos olhar com alguma lente, que seja apenas mais uma série do referido gênero, para, assim, apreciá-la com um certo carinho.

Personagens pouco identificáveis

Algo que infelizmente me deixou intrigada é a falta de personagens identificáveis na trama de Anéis de Poder, em comparação com o Legendário de Tolkien.

Senti que os principais personagens como a própria Galadriel (Morfydd Clark), ou Elendil (Lyoyd Owen), ou até mesmo, Isildur (Max Baldry), deixaram a desejar e que poderiam ser mais bem trabalhados ou carismáticos, mesmo.

E nem me atrevo dizer de Gil-Galad (Benjamin Walker) e Celebrimbor (Charles Edwards). Isso porque, embora eu entenda a ideia de serem inalcançáveis, achei que a caracterização e a entonação dos atores, em representá-los, foi muito caricata.

Afinal, algo funcionou em Anéis de Poder?

Claro que sim! Devo dizer que todo o valor investido pelo Prime Video valeu a pena, no que se refere ao visual da série. Neste quesito, eu confesso que é um espetáculo que salta aos olhos, principalmente, ao representar Valinor, Númenor e a própria Terra-Média.

Outra trama que me agradou bastante foi a dos ancestrais dos hobbits, os Pés-Peludos e o fato de serem nômades. Aliás, gostei da conexão com o que vai acontecer com os hobbits. Isto é de serem mais caseiros e não gostarem de sair do Condado, demonstrando os longos anos de busca para encontrar um lugar “seguro”, para enfim se fincar na Terra-Média.

Outrossim, outro plot que também vale a pena foi a interação, tão somente, de Elrond (Robert Aramayo) e Durin (Owain Arthur). Sinto que essa amizade ainda possui muitas coisas a revelar e que, de alguma forma, por questões de raças, ambos ainda enfrentarão muitos percalços.

Veredicto: Anéis de Poder

Como uma fantasia, O Senhor dos Anéis: Anéis de Poder até funciona, pelo seu visual digno de tela de cinema. É uma série que possui um grande potencial para trabalhar, um pouco melhor, seus personagens e não os tornar rasos, como visto em sua primeira temporada. Mas, para isso, deve lutar contra seu pior vilão que, aliás, não é Sauron e nem Morgoth, e sim seu roteiro.

Até mais, e Obrigado pelos Peixes!

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