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Ninguém é de Ninguém | Confira nossa crítica

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O mesmo diretor de Nosso Lar traz ao cinema, Ninguém é de Ninguém, mais uma adaptação de um livro escrito por Zíbia Gasparetto, em meio a gatilhos de situações atemporais nos relacionamentos humanos, com uma mensagem clara de paz, na qual o mundo está precisando.

Henrique Yatta assistiu ao filme e te conta o que achou:

Ficha Técnica
Título: Ninguém é de Ninguém
Ano de Produção: 2023
Dirigido Por: Wagner de Assis
Estreia: 20 de abril
Duração: 100 min.
Classificação:
Gênero: Drama
País de Origem: Brasil
Sinopse: “Ninguém é de Ninguém” é um romance com uma pitada de suspense sobrenatural. Dois casais – Gabriela (Carol Castro) com Roberto (Danton Mello) e Dr. Renato (Rocco Pitanga) com Gioconda (Paloma Bernardi) – vivem vidas relativamente estáveis até o momento em que seus destinos se entrelaçam. Uma história de amor, relações abusivas e empoderamento feminino mas também de obsessão, cura e perdão.

 

Relacionamentos Tóxicos

Em resumo, Danton Mello e Carol Castro trazem a carga emocional de um casal à beira de um ataque de nervos, em uma crise no casamento, regada a desconfianças e perdas financeiras, em uma montanha russa de emoções.

Isto é, mostrando que pequenos detalhes podem fazer a diferença e, também, podem gerar mal entendidos nos piores momentos, esgotando a energia de ambos os lados em um casamento.

Um casal com filhos, com uma certa estabilidade financeira, que se abala quando coisas inesperadas passam a acontecer e a sucessão de erros chegam em um efeito dominó, arruinando tudo por onde passam. Isso porque, ele fica sem emprego e ela precisa sustentar o lar, mas, tudo sai do controle, devido aos ciúmes do marido.

Em contrapartida, Paloma Bernardi e Rocco Pitanga são o outro casal, igualmente, com dois filhos, de classe alta, que dividem cargos na empresa. Entretanto, aqui, ela é a cônjuge tóxica, violenta e possessiva.

E a proximidade dos dois casais acaba causando muita polêmica, a todo momento.

Atuando como no Teatro

A atuação de todos está mais teatral do que cinematográfica, em grande parte do tempo.

Contudo, há algumas peças que se encaixam perfeitamente, como é o caso do personagem secundário que incorpora Roberto (Danton Mello) no centro espírita, no qual se destaca tanto no humor quanto na carga dramática dividida com Danton Mello.

Há momentos em que dá pra comprar a ideia, no entanto, em outros, acaba falhando um pouco, o que dá um certo desconforto no espectador.

É o exemplo de algumas cenas do longa-metragem, que se tornam uma “novela mexicana”, enquanto em outras, falta energia em cena. Entretanto, mesmo assim, a história consegue se manter, pois o diretor consegue segurar as rédeas para a história seguir seu curso.

Efeitos Vintage

Os efeitos especiais práticos (sem computação gráfica), como iluminação e sombra, funcionam muito bem e, em contraponto, os efeitos de computação gráfica acabam lembrando o filme Espíritos, com Michael J. Fox (dirigido por Peter Jackson).

Aliás, há uma boa semelhança na escolha dos efeitos, que faz o público recordar até mesmo da novela A Viagem, que continha um tema bem próximo da trama.

O Som Certo

A trilha sonora conseguiu ser bem colocada (apenas um corte de som próximo ao final do filme, acabou pecando, no entanto, o resto do filme fluiu muito bem), e traz o clima certo para cada cena.

Ademais, trago como destaque a música Dias Melhores, da banda Jota Quest, que combina, perfeitamente, com a mensagem que o filme tenta passar.

Quanto ao eco (e a falta dele), este é bem pontual. Principalmente, para indicar a diferença entre realidade, sonho e o além, o que nos dá certeza de saber quando é que cada situação se passa.

Gatilhos Emocionais

Vale lembrar que o filme, inicialmente, teria estreia em 2020, contudo, devido ao lockdown e à pandemia mundial, acabou sendo adiado para 2023. Entretanto, seu tema continua mais atual do que nunca, porque aborda questões como relacionamentos abusivos e tóxicos, independentemente, de onde venham, e o quanto pequenas mentiras e omissões podem desencadear muitos problemas.

Devo acrescentar que a premissa é muito boa e quem leu o livro, não vai se decepcionar com a adaptação, mesmo ele sendo bem simples em sua execução.

Já as relações interpessoais e, claro, o acaso, ditam o ritmo do filme. Wagner de Assis, a propósito, consegue acertar em cheio em assuntos que, em outras mãos, seriam apenas polêmicos. Mas, o diretor consegue dar uma luz para quem vive, viveu ou ainda viverá situações parecidas.

Enquanto um primeiro ato é cheio de frustrações humanas e carga dramática pesada; o segundo ato, já se torna mais material, com abusos (sexual e físico), personagens confundindo amor com dor, alguns brilhos se apagando, outros se aflorando e uma prisão emocional intensa. Chegando a um terceiro ato, cujo tema é mais espiritual, em que um carma ruim vem em forma de sombras e espíritos obsessores. Mas, aqui, a fotografia começa a pecar, tirando a profundidade do roteiro aos poucos.

Montanha Russa de Emoções

O roteiro é bem desenhado e executado, porém, com ressalvas, mas nada que impeça você de assistir, pois o filme vale a pena. Tanto por quem é curioso em relação ao espiritismo quanto por quem já conhece a história do livro e gostaria de vê-la tomando forma.

E, embora o filme tenha um bom ritmo nos dois primeiros atos, no terceiro, algumas questões se perdem, bem como outras novas surgem de repente, como a questão das vidas passadas e até mesmo o quanto custa algo que não se paga com dinheiro.

Veredicto: Ninguém é de Ninguém

Ninguém é de Ninguém é interessante, porém, não é extraordinário. É um ótimo filme para se ver no horário da tarde e serve até como base para o espectador olhar para si mesmo e notar se está fazendo algo bom ou ruim na sua própria vida. Além de alertar para que não faça escolhas das quais possa se arrepender, até mesmo em outras vidas.

É uma adaptação que tem alma, mas que podia ter um capricho maior para que possa ter efeitos mais convincentes. Mas, pelo esforço e boas escolhas do elenco, locações e equipe, minha nota é:

Critica especialmente realizada por Henrique Yatta (Instagram: @henrikepoeta)

Revisão de Lu Guedes (Instagram: @lu.guedesvieira)

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