Teoria Geek – O Importante é se divertir!

Metaphor: ReFantazio | Confira nossa review

Metaphor
Ficha Técnica
Desenvolvido por: ATLUS
Publicado por: SEGA
Gênero:: JRPG
Série: Metaphor: ReFantazio
Lançamento: 11 de Outubro
Classificação indicativa: 16 anos
Modos: Um jogador
Disponível para: Xbox Series S|X, Playstation 4, Playstation 5 e PC

 

AVISO: Texto e imagens não contém spoilers.

Como um grande fã das séries Shin Megami Tensei e Persona, minhas expectativas dispararam assim que Metaphor: ReFantazio foi anunciado. Eu esperava uma narrativa épica, jogabilidade refinada e sistemas de progressão envolventes. Mas será que o jogo realmente entrega tudo isso?

História e o reino unido de Euchronia

Nossa história começa com uma cena narrada por Louis que está indo visitar o Rei e nesse encontro ele aproveita para criticar o reino de Euchronia. Ele cita os problemas sociais e os preconceitos que as diferentes raças sofrem, mas tudo culmina quando Louis assassina o rei em sua cama. Essa pequena ação é o início de toda a nossa história, em que assumimos o papel de um garoto da raça elda, cujo nome nós escolhemos.

Com o nosso personagem, seguimos então para o reino com o objetivo de encontrar nosso contato. Acontece que Louis foi responsável pela morte do rei e também do príncipe. Sendo assim, não há quem herde o trono e ele, por apoio popular, é o mais próximo de chegar à posição de rei.

A primeira coisa que fazemos é buscar ser recrutado pela guarda real, para que possamos nos aproximar do nosso contato. Contudo, isso nos coloca em uma série de problemas que quase nos leva à morte, não fosse pelo despertar do nosso arquétipo, que se torna a principal ferramenta para lutarmos contra Louis e as forças do mal deste mundo, conhecidas como “Humanos”.

Após essa confusão, retornamos ao reino para o enterro do rei, acompanhados de dois aliados: Grius (nosso contato) e Strohl, que nos ajudarão a realizar o assassinato de Louis. O motivo pelo qual precisamos matar Louis é que ele não esperava que o príncipe continuasse vivo, escondido em algum lugar. Esse príncipe é nosso amigo, mas sofre de uma poderosa maldição que só será quebrada quando o lançador morrer — no caso, Louis.

Partimos, então, com o objetivo de matar Louis e colocar o príncipe de volta ao trono. No entanto, uma série de eventos acontece, e o assassinato de Louis falha, assim como sua ascensão ao trono. Isso porquê o rei conjurou uma magia poderosíssima e criou uma competição para decidir quem será o próximo a assumir o trono. Essa competição consiste em se aproximar de todos os diferentes povos deste mundo e conquistar o máximo de seguidores possível para então, definir o próximo rei.

Como é padrão nos jogos da Atlus, a trama progride lentamente e não tem medo de gastar tempo construindo o mundo ao redor dos eventos, personagens, raças e lugares, ponto que acho extremamente positivo. O jogo tem uma ênfase muito grande em sua construção de universo, contando inclusive com um memorando que reúne todas essas informações e pode ser consultado até mesmo durante os diálogos, que estão legendados em português do Brasil.

Progressão da Campanha

Agora que o “gatilho” para nossa história foi puxado, vamos entender um pouco como funciona a estrutura dessa campanha. Como assumimos o papel do garoto elda, ao longo de nossa jornada reuniremos diversos tipos de aliados. Esses aliados podem lutar ao nosso lado ou liberar novos arquétipos para nós (mais sobre isso depois). Com isso, traçaremos uma série de objetivos ao longo da história, com a meta de impedir Louis de ascender ao trono, enquanto nosso personagem começa a ganhar popularidade.

A estrutura desta história é bastante similar à de Persona, mas possui suas diferenças-chave. Ao longo da campanha, teremos missões principais e secundárias a serem realizadas em todo o reino, além de atividades extras, como passar tempo com nossos seguidores ou aprender novas habilidades, que abrirão portas para novos contratos. A variedade de atividades é bem ampla, e os cenários onde elas se passam também são diversos. Às vezes, será necessário viajar para outro local para acessar uma missão específica.

A similaridade com Persona, além das atividades, está no gerenciamento do tempo. Assim como em Persona, podemos realizar uma série de atividades limitadas em cada dia, como explorar uma masmorra, o que consumirá toda a tarde, ou passar tempo com um aliado, que também gastará um período de tempo. É importante gerenciar isso com cuidado, pois algumas missões têm um tempo limite para serem concluídas. Portanto, é necessário prestar atenção e se planejar bem de acordo com o calendário.

Em relação à campanha, iremos progredir em nossa jornada por todo o reino, visitando cidades e vilas espalhadas por meio do nosso aerobarco, nomeado Gauntlet Runner. Esse que também permite interagir com outros personagens enquanto navegamos pelo mundo. Ao chegar em um novo local, podemos encontrar uma masmorra com um tempo limitado para ser concluída, o que exigirá que a terminemos antes que o tempo acabe, e assim sucessivamente.

Jogabilidade refinada e ampliada

Jogar Metaphor: ReFantazio oferece uma experiência única de exploração e combate. No controle do nosso personagem, temos liberdade para explorar a cidade, realizar atividades paralelas e interagir com o ambiente. Podemos conversar com NPCs, comprar itens, aceitar missões ou simplesmente explorar andando ou utilizando uma espada mágica.

Nas masmorras, a exploração segue uma linha similar. Buscamos por itens, tesouros e resolvemos diferentes puzzles em momentos variados. No entanto, o verdadeiro destaque do jogo está no sistema de combate, que se divide em duas formas: Fast e Squad.

Quando enfrentamos inimigos de nível inferior ao nosso, podemos utilizar o modo Fast, no qual é possível derrotá-los rapidamente com alguns golpes, em um estilo mais próximo de um jogo de ação. Porém, se o inimigo for do nosso nível ou mais forte, entramos no modo Squad, que é o clássico sistema de combate por turnos, onde cada ação precisa ser cuidadosamente planejada.

Nesse sistema, cada personagem assume um arquétipo que define sua classe, armas, equipamentos e habilidades. Durante o combate, o objetivo é derrotar os inimigos o mais rápido possível, utilizando um sistema de fraquezas herdado da série Persona. Descobrir a fraqueza dos inimigos permite oblitera-los rapidamente, mas nem sempre teremos as ferramentas ideais à disposição.

Isso exige criatividade na utilização das habilidades que os arquétipos oferecem, incluindo combinações poderosas. Por exemplo, o arquétipo do curandeiro pode se combinar com o do cavaleiro para conjurar uma grande magia que cura todo o grupo, enquanto outros ataques podem causar dano ou oferecer proteção estratégica.

Sistema de progressão

Ao concluirmos os combates, ganhamos experiência, dinheiro e magla. A experiência é distribuída tanto para os nossos personagens quanto para o arquétipo que estiver equipado no momento da batalha.

Conforme ganhamos experiência, nossos personagens sobem de nível, aumentando atributos como força, magia e resistência, enquanto o arquétipo também evolui, ganhando novos níveis de grau. À medida que o arquétipo avança, ele desbloqueia novas habilidades.

É importante alternar e evoluir entre diferentes arquétipos, pois eles possuem tipos específicos. Por exemplo, quando o curandeiro atinge o grau 20 (o nível máximo), ele libera uma evolução do arquétipo base, com novos recursos e habilidades. A progressão desse sistema é extremamente satisfatória e divertida, permitindo combinações únicas e variadas.

Além disso, há as habilidades sociais, que podem ser aprimoradas para abrir novas oportunidades, como contratos e missões adicionais, entre outras atividades variadas que o jogo oferece. Manter um bom equilíbrio entre a progressão do personagem, o desenvolvimento dos arquétipos e as habilidades sociais é essencial para aproveitar ao máximo o sistema de evolução do jogo.

Direção de arte e gráficos

A direção de arte de Metaphor: ReFantazio é simplesmente deslumbrante. O estilo visual único faz com que o jogo se destaque instantaneamente, tornando-o uma experiência memorável. A HUD (interface de usuário) é limpa, funcional e, ao mesmo tempo, bela, complementando o visual geral sem tirar o foco do que importa.

As cores vibrantes e as escolhas de design tornam o jogo facilmente reconhecível — não existe nada parecido no mercado. A Atlus se superou mais uma vez, criando um mundo que mistura o fantástico com o surreal, algo que só eles conseguem entregar com tanta maestria.

Os gráficos são um espetáculo à parte, com modelos de personagens e cenários que trazem uma riqueza de detalhes impressionante. Cada local que exploramos é construído com cuidado, desde pequenas vilas até vastas paisagens. A paleta de cores é viva e diversificada, o que dá vida ao mundo e mantém o jogador imerso o tempo todo. Não é só visualmente bonito, mas cada elemento gráfico contribui para a identidade do jogo, tornando-o inesquecível.

Aspectos técnicos e trilha sonora

No lado técnico, Metaphor: ReFantazio impressiona por não forçar o jogador a escolher entre performance e qualidade. O jogo roda a sólidos 4K e 60 FPS, oferecendo uma experiência visual incrível sem sacrificar a fluidez. Contudo, notei que em alguns momentos na cidade, especialmente quando há muitos elementos e detalhes na tela, a performance pode ficar um pouco instável. Apesar disso, é algo compreensível, considerando a quantidade de informações que o jogo processa nesses ambientes maiores. No geral, é uma experiência técnica sólida e bem polida.

A trilha sonora também merece destaque, elevando a atmosfera do jogo de forma brilhante. As composições são bem escolhidas para cada momento, com melodias suaves para momentos mais calmos e faixas mais intensas para batalhas. A música se encaixa perfeitamente no contexto de fantasia do jogo e, junto com os efeitos sonoros, cria uma imersão auditiva de altíssima qualidade. A Atlus novamente entregou uma trilha sonora que, assim como em suas obras anteriores, deixa uma marca memorável.

Metaphor: ReFantazio: Vale a pena?

Com certeza! Esta é a terceira vez, neste ano, que volto para confirmar: a Atlus acertou novamente! Metaphor: ReFantazio é o terceiro JRPG de qualidade excepcional lançado em 2024, após Persona 3 Reload e Shin Megami Tensei V: Vengeance.

Este título se destaca por inúmeros motivos: sua história envolvente, personagens cativantes, jogabilidade refinada e uma construção de mundo impressionante. Há tanto trabalho e dedicação aqui que Metaphor se destaca facilmente como um dos jogos mais únicos de 2024. Sem dúvida, é um dos melhores JRPGs do ano e uma recomendação obrigatória para os fãs do gênero.

Cópia de imprensa disponibilizada gratuitamente para PC (Steam) pela SEGA para a elaboração desta análise.


Quer ficar antenado nas novidades sobre o mundo gamer? clique aqui
Além disso, conheça o nosso Canal no YouTube.

Sair da versão mobile