Massacre no Bairro Japonês | Confira nossa crítica

As tardes de sábado eu sempre me reservo para assistir a filmes nas Cinematecas da capital Gaúcha. No último dia 22 de abril, por exemplo, eu estava interessado em assistir ao iraniano “Terceira Guerra Mundial”, as 17h30 e que fazia parte da mostra da edição do Fantaspoa. Infelizmente eu acabei olhando errado calendário, já que o filme havia sido exibido no sábado passado e acabei assistindo por acidente “Massacre no Bairro japonês (1991).

 

Ficha Técnica
Título: Massacre no Bairro Japonês 
Ano de Produção: 1991
Dirigido Por: Mark L. Lester
Estreia: 23 de agosto de 1991
Duração: 79 min.
Classificação: 16 anos
Gênero: Ação. Comédia. Policial. 
País de Origem: Estados Unidos
SinopseO filme estrela Brandon Lee em seu primeiro papel em um filme estadunidense, junto com Dolph Lundgren. O filme se passa em Los Angeles, California. Dois policiais lutam para acabar com uma nova e mortal gangue japonesa de drogas.

Ao menos, foi mais de uma hora e meia em que decidi desligar o meu cérebro, curtir um longa do qual não se faz mais hoje em dia e testemunhar o público cair na gargalhada, ao ponto de uma jovem na minha frente ter quase vomitado de tanto rir. De brinde, eu tive o privilégio de ter o próprio diretor sentado atrás de mim e podendo testemunhar o mesmo gargalhando de sua própria criação.

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Mark L. Lester é aquele típico diretor dos anos oitenta que, mesmo com um orçamento apertado, criava algumas pérolas que atraíram o grande público. A sua maior obra prima, “Comando Para Matar” (1985) talvez seja o melhor representante de um gênero de ação em que o exército era formado por um homem só. “Massacre no Bairro Japonês” extrapola qualquer lógica de bom senso e por isso mesmo que muitos ainda o revisitam.

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O americano de educação japonesa Chris Kenner (Dolph Lundgren) é um policial responsável por Little Tóquio, um bairro de Los Angeles. Kenner faz parceria com Johnny Murata (Brandon Lee), um nipo-americano que não tem contato com suas raízes. Apesar de suas diferenças, os dois se sobressaem por suas habilidades em artes marciais quando lutam contra Yoshida, um traficante de drogas vingativo da máfia japonesa, que tem laços com o passado de Kenner.

Pela premissa você já percebe que o filme bebe da fórmula de sucesso dos filmes policiais de ação dos anos oitenta, onde havia sempre uma dupla de policiais que se conheciam, se tornavam amigos e combatiam o crime em meios as diferenças devido aos seus métodos distintos. Isso começou em filmes como “48 Horas” (1982), prosseguindo com “Máquina Mortífera” (1987) e culminando com esse que usa e abusa das cenas de ação que beiram ao absurdo extremo.

É engraçado que em meio a chuva de balas que são disparadas os dois protagonistas quase sempre lançam uma frase de efeito e como se isso fosse minimizar a situação que eles estão passando.

Vale destacar que o filme visto hoje é politicamente incorreto em todos os aspectos, principalmente com relação a maneira em que são retratadas as mulheres, quase sempre nuas, sendo abusadas e mortas pelos bandidos e quase nunca se defendendo contra os seus opressores. Tia Carrere, por exemplo, fez o que pode para dar a sua personagem alguma relevância, mas ela se torna uma mera testemunha de um crime e protagonizando cenas sensuais com Dolph Lundgren. Essas cenas, aliás, são típicas da época, quase um Cine Privé, mas que dá mais vontade de gargalhar.
Dolph Lundgren estava no ápice de sua carreira, sendo que naquele momento ele estava buscando ser um novo herói dos filmes de ação, mesmo somente obtendo sucesso pelas beiradas.

Brando Lee a recém estava obtendo os seus primeiros louros de sucesso e sendo uma futura boa promessa dentro do gênero. Infelizmente o ator viria morrer durante as filmagens de “O Corvo” (1994), sendo justamente a sua melhor atuação na carreira e o que faz a gente lamentar ainda mais pela sua perda.

Voltando ao filme, ele possui tantos clichês que nos perguntamos como pode a gente ter curtido tantos filmes como esse naquela época. Se por um lado envelheceu mal, por outro, os seus defeitos fazem com que tenha o seu charme e sendo um interessante representante de um cinema de entretenimento que não se faz mais hoje em dia.

E quem achava que tudo já havia sido usado em termos de absurdos no decorrer do filme aguarde para testemunhar o destino do vilão, interpretado com intensidade por Cary-Hiroyuki Tagawa, nos minutos finais da trama e que fez com que inúmeras pessoas quase morressem de rir durante a exibição pelo Fantaspoa em Porto Alegre.

“Massacre no Bairro Japonês” é a transição do auge para a decadência do gênero de ação e se tornando um curioso representante de uma época que não se levava nada a sério se formos comparar os tempos de politicamente corretos de hoje em dia.

 

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