Mandragora: Whispers of the Witch Tree | Confira nossa review

Mandragora
Ficha Técnica
Desenvolvido por: Primal Game Studio
Publicado por: Knights Peak
Gênero::RPG de ação
Série:Mandragora: Whispers of the Witch Tree
Lançamento: 17 de Abril de 2025
Classificação indicativa: 14 anos
Modos: Um jogador
Disponível para: PC, PS5, Xbox Series S|X

 

Mandragora: Whispers of the Witch Tree foi lançado originalmente em abril e estava entre os títulos que eu mais aguardava para jogar. Graças à agência parceira que trabalha com a publisher Knights Peak, a quem sou muito grato, tive a oportunidade de acessar o jogo um pouco após seu lançamento. Ainda assim, joguei o suficiente para trazer uma review completa e detalhada desta sombria aventura.

História: Bruxas, Maldade e Destino

O jogo se passa em Faelduum, um reino assolado por corrupção, fanatismo e forças sombrias. Você assume o papel de um Portador da Centelha, uma figura marcada pelo destino, encarregado de enfrentar a maldição da Árvore das Bruxas e restaurar o equilíbrio em um mundo onde humanidade e monstros se confundem.

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A narrativa mistura lendas obscuras, religião distorcida e elementos de horror folclórico, criando uma atmosfera única. Os personagens que você encontra ao longo da jornada, de feiticeiras renegadas a cavaleiros caídos e aldeões enlouquecidos, têm histórias pessoais densas e trágicas, contadas por meio de diálogos enigmáticos e fragmentos de lore.

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Embora o enredo principal não seja inovador, ele é bem conduzido, com momentos de tensão e revelações impactantes. O tom sombrio é consistente e reforçado por uma escrita que aposta mais na sutileza do que na exposição direta. No entanto, a narrativa poderia ter sido melhor explorada em termos de escolha e consequência, já que as decisões do jogador têm impacto limitado.

Jogabilidade: Combate Tático e Progressão Desafiadora

Mandragora oferece um sistema de combate que mescla ação em tempo real com foco em táticas e gerenciamento de recursos. Ataques leves e pesados, esquivas e parry formam a base do combate, que exige precisão e atenção aos padrões dos inimigos. O ritmo é cadenciado, mais próximo de jogos como Salt and Sanctuary ou Blasphemous, do que de RPGs de ação frenéticos.

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A dificuldade é elevada, com inimigos que punem erros e chefes que exigem leitura de movimentos e adaptação de estratégia. A personalização do personagem é possível através de árvores de habilidades focadas em combate corpo a corpo, magia ou habilidades híbridas, permitindo diferentes estilos de jogo.

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A sensação de progressão é sólida, mas por vezes lenta. Evoluir exige dedicação, e os pontos de controle são espaçados, o que aumenta a tensão mas pode frustrar em áreas mais difíceis. A falta de variedade em algumas armas e magias também limita as possibilidades de experimentação nos estágios iniciais.

Exploração e level design

O mundo é interconectado, com várias regiões exploráveis que se desbloqueiam gradualmente conforme novas habilidades são adquiridas. Portais de viagem rápida auxiliam a locomoção, mas há um forte incentivo para explorar cada canto à procura de atalhos, itens raros e segredos escondidos.

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A exploração é recompensadora, com ambientes densos em detalhes e narrativas ambientais sutis. A gestão do tempo entra em jogo através de ciclos de dia e noite, que afetam a força dos inimigos e a aparição de certos eventos ou personagens. Essa mecânica traz uma camada extra de estratégia, exigindo planejamento antes de partir para longas jornadas.

Embora a exploração seja envolvente, a ausência de um mapa detalhado pode tornar a navegação confusa, especialmente em áreas labirínticas. Isso reforça o aspecto “old school” da experiência, mas pode afastar jogadores menos pacientes.

Aspectos Técnicos e Artísticos

Visualmente, Mandragora é um espetáculo. Com um estilo 2.5D que mistura arte pintada à mão com modelos tridimensionais, o jogo constrói cenários que parecem sair de um livro ilustrado sombrio. Florestas retorcidas, vilarejos abandonados e catedrais decadentes criam uma atmosfera opressora e fascinante.

O design dos inimigos e chefes é criativo e grotesco, reforçando o clima de horror gótico. As animações são fluidas e o combate tem peso, com impactos bem representados. No entanto, alguns bugs gráficos e quedas de performance pontuais atrapalham a imersão, especialmente em combates com muitos efeitos visuais.

A trilha sonora é outro ponto alto. Melancólica e ameaçadora, ela acompanha bem cada momento do jogo, variando entre melodias sombrias e sons ambientes inquietantes. A dublagem é limitada, mas os efeitos sonoros são bem aplicados e complementam a ambientação.

Mandragora: Whispers of the Witch Tree: Vale a Pena Jogar?

Mandragora: Whispers of the Witch Tree é uma experiência marcante para quem busca um RPG de ação desafiador e com forte apelo artístico. Sua narrativa sombria, aliada a um sistema de combate exigente e uma ambientação de tirar o fôlego, faz dele uma excelente escolha para fãs de fantasia gótica e metroidvanias mais complexos.

No entanto, sua dificuldade elevada, ritmo deliberadamente lento e certa rigidez no sistema de progressão podem não agradar a todos. Jogadores que preferem experiências mais acessíveis ou guiadas podem achar o jogo excessivamente punitivo.