Para mãe de vítima do serial killer, série de Dahmer é um desrespeito
Além de fazer muito sucesso na Netflix, Dahmer: Um Canibal Americano levantou um interessante debate sobre a ética do true crime. Afinal de contas: as séries e filmes baseadas em crimes reais são problemáticas por si só? Ou tudo depende da reação do público?
Em uma entrevista ao jornal britânico The Guardian, a mãe de uma das vítimas de Jeffrey Dahmer fez críticas contundentes à série da Netflix.
Shirley Hughes é a mãe de Tony Hughes, um jovem surdo que se tornou uma das vítimas de Jeffrey Dahmer.
Um dos episódios de Dahmer: Um Canibal Americano foca justamente na história de Tony. Para Shirley, a Netflix pecou por lançar a série sem consultar os familiares das vítimas.
“Não entendo como eles podem fazer isso. Não entendo como eles podem usar nossos nomes e lançar algo assim sem qualquer consulta”, afirmou Shirley.
Atualmente com 85 anos, Shirley Hughes se junta ao coro de descontentamento dos familiares das vítimas de Dahmer.
O primo de Errol Lindsay, um dos 14 jovens que foram assassinados por Jeffrey Dahmer, já havia criticado a produção da Netflix.
“Não estou dizendo a ninguém o que assistir. Sei que as produções true crime fazem muito sucesso atualmente. Mas se vocês estão realmente curiosos sobre as vítimas, minha família (a Isbell) está revoltada com essa série”, comentou Eric Perry.
Shirley Hughes concorda: Dahmer “retraumatiza” todas as pessoas que sofreram com os crimes do serial killer.
“Dói. Eu chorei muito. E não são lágrimas de tristeza ou de falta de fé no Senhor. São lágrimas de mágoa, porque isso dói. Dói muito. Mas você tem que confiar, orar e continuar no dia a dia”, concluiu a mãe de Tony Hughes.
Dahmer: Um Canibal Americano está disponível na Netflix.