Mad Father | Uma loucura compartilhada

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Nada como um RPG que traz uma menininha como protagonista e um coelhinho como bichinho de estimação. Uma mansão gigante, um pai cientista sinistro, uma mãe falecida misteriosamente… Barulhos estranhos pela casa, vultos, esquisitices nível “hard”.

O que poderia dar errado? Pois aqui que eu digo: “O golpe está aí, cai quem quer!”.

Mad Father é um jogo eletrônico em formato de RPG, adaptando o lado mais sinistro do estilo Survival Horror. Publicado pela Miscreant’s Room e tendo seu lançamento originalmente em dezembro de 2012, a trama foca em Aya Drevis, uma menininha de 11 anos que mora no norte da Alemanha, numa mansão isolada (é claro). Desde que sua mãe faleceu, Aya vive com seu pai e sua assistente… Enquanto a menina vive uma vida o mais próxima possível do comum, acaba descobrindo que seu pai tem um bizarro, horripilante, monstruoso e desesperador segredo que guarda a “trinta” e sete chaves em seu laboratório.

Se você está a procura de um joguinho “light” para se distrair, uma aventura tranquila, personagens comuns e uma trama que você vai se esquecer assim que der as costas… Te aconselho a parar de ler por aqui. Porque Mad Father é o tipo de game que vai te deixar obcecado para chegar ao final, e, quando chegar, meu gentil jovem: se prepare! Você vai se arrepiar até onde nem sabia que era possível. Porque o enredo desse negócio é de deixar qualquer doido de boca arreganhada.

Você tem tamanha coragem? Então… Bora!

 

Iniciando a Loucura

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A trama se inicia com Aya sozinha na mansão da família. Assustada, a menina vai até o porão, onde seu pai costumava trabalhar até tarde com coisas que… A filha não sabia muito bem o que eram. Porém, assim que vê a menina ali, seu pai a manda voltar para casa e ficar lá, pois não podia ser atrapalhado em seu trabalho.

É aí que já descobrimos que faz um ano desde a morte da mãe de Aya e como um jeito de tirar a menina dali, o pai dela diz que a falecida esposa sempre estará olhando pela filha. Ao entrar novamente no porão e Aya tomando o rumo de volta para casa, ela ouve algo estranho vindo do laboratório do pai… Gritos. Gritos desesperados de pessoas. Como criança, ela apenas corre assustada na direção oposta.

 

Um Pai no Mínimo… Curioso?

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Aya não sabe exatamente com o que o pai trabalha, apenas nos dá a entender que ele é um cientista que estuda sobre tratamentos e curas para doenças. Fica bem claro que a menina tenta não pensar muito nisso até porque, em alguns momentos, são nos dadas lembranças dela e uma em específico… Mostra que a menina descobriu que seu pai tinha um romance com a ajudante, Maria, enquanto sua mãe ainda estava viva.

Além desta memória, Aya mostra que um dia seu pai foi mais gentil e amável com ela. E que provavelmente por isso ela tentava acreditar que ele de fato trabalhava em algo bom. Mas com a lembrança, ela também conta que na época sua mãe já estava doente e que tudo a partir dali, vinha ficando cada vez mais triste para ela.

E para tirar a menina dos pensamentos, ela ouve algo estranho no corredor…

 

Daqui para frente, é só para trás!

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Aya decide sair do quarto para descobrir o que estava causando o barulho e ela vê duas imagens sinistras vagando pelo corredor da mansão. Ambas as criaturas, estavam deformadas, costuradas e andando de forma super assustadora. E, como qualquer criança (e adulto) normal, é claro que ela sai correndo dali.

Mas este era apenas o começo da loucura… O que ela encontra nos próximos corredores, consegue ser mil vezes pior do que aquilo. E antes fossem “só” essas coisas andando por ali, mas a questão era que a cada encontro, a menina descobria um pouco mais sobre o próprio pai. Como qualquer ser humano normal, ela tenta negar a princípio, mesmo com tantas evidências. Contudo, a verdade era tão monstruosa que é difícil não querermos agarrar a menina e sair correndo com ela dali a cada vez que ela vê o quão desumano e psicopata era o próprio pai.

 

Determinação (e Burrice) de Aya

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Ainda em meio a “investigação” de Aya, ela encontra um “homem” sinistro chamado Ogre, que só serve mesmo para confundir a cabeça da menina e certamente a nossa também. Ele acaba fazendo perguntas além das que já tínhamos feito e sai felizão, nos deixando ainda mais submersos em dúvidas e… Desespero? Sem uma definição muito certeira de quem era aquela pessoa, ele dá muitoooo a entender que o que quer que fosse, não tinha nada de bondoso nele. Um “homem” que mexia com coisas como pactos e que tem olhos vermelhos não poderia nos soar de muita confiança, certo?

Porém, contudo, entretanto, Ogre esclarece que as criaturas pela casa estão por ali devido a uma maldição… Uma maldição que envolvia aquelas almas querendo se vingar do pai de Aya. Dessa forma, fica mais do que óbvio que o que quer que fosse que o pai da menina fazia naquele maldito laboratório, não estava ligado a NADA DE BOM. Mas Aya fala ao “homem” misterioso que o pai era a única família que tinha sobrado a ela e por isso, ia ajudá-lo.

Que coisa fofa, hein… Aí lá vamos nós, vagar por uma mansão horripilante cheia de criaturas bizarras para salvar um pai maluco e doentio que a cada passo que damos, descobrimos que ele é ainda pior do que imaginávamos. Felizmente, as almas que vagam por ali, em sua maioria, não têm a Aya como alvo principal. Elas apenas a deixam passar, às vezes pedem por ajuda ou até mesmo mostram… Lembranças a ela.

 

Revelando os Segredos

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Ao encontrar a alma de uma criança em um dos cômodos da sala, Aya vê pelos olhos da outra, o que passou nas mãos do pai da protagonista. Os últimos momentos antes de sua morte, tudo por o que ela passou e o que o pai de Aya fez… Aya vê e sente todo o pânico e crueldade que aquela criança passou.

E o que acontece? É “claro” que vamos continuar ajudando o pai da Aya.

Por mais corredores em que passamos, por mais almas atormentadas que nos alertem, a menina continua firme na decisão de ajudar o pai. E lá vamos nós, além de encontrar espíritos não tão bonzinhos, termos que nos desviar de monstros distorcidos bizarros e bonecas vivas que nos “picotam” na primeira trombada. Mas tudo bem, ninguém aqui se traumatiza com coisas assim, né não!?

 

O Tradicional “Leva e Trás” do Survival Horror

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Enigmas, chaves, senhas, fugas… Corremos com Aya para inúmeros locais aonde temos que encarnar no tradicional “leva e trás” de itens para evoluirmos na trama. Até mesmo o coelhinho dela acaba nos sendo mega útil, já que o bichinho pode entrar em locais que a menina não passa e coletar artigos que são essenciais para o nosso progresso.

 

Gemas: Informações Importantes

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Para galera que gosta de fuçar no jogo ou que é determinada a alcançar todas as informações da trama, saibam que durante o jogo existem as tals “gemas”. Ao adquirir todas elas, é possível desbloquear uma parte super importante do final da história, a qual te dá melhores detalhes sobre toda a loucura que aconteceu na vida de Aya e uma parte adicional do final da trama.

 

Mad Father: Finais Conturbados…

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Sim, temos mais de um final nesse jogo.

E todos eles nos fazem ficar pensando no que de fato pode ter acontecido depois. As perguntas em seu geral são respondidas, mas sabem aquelas “pulguinhas na orelha”? É difícil chegar aos créditos finais e sair feliz depois de tudo o que vemos. A desconfiança de que realmente existe algum final bom naquilo tudo, é beeeem grande.

Se você já jogou, provavelmente me entenderá.

Se você não jogou, mas aceitou ler até aqui… Já está entrando no game para dar partida?

 

Mad Father: Uma Trama Difícil de Esquecer

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Se você é um jogador que sabe simplesmente fechar um jogo e seguir a vida normalmente, parabéns, no final estará livre deste fardo. Mas se você é um pouco como eu, que quando acaba uma obra intensa dessa, decide parar para refletir um pouquinho mais a fundo… Certamente levará essa trama na sua memória para sempre. Afinal, existem seres humanos ruins, perversos e psicopatas que podem sim serem loucos o suficiente para fazer o que o pai da Aya fez.

A naturalidade, a despreocupação e a falta de humanidade que ele nos passa quando seu segredo é revalado… Além de chocante, é extremamente assustador. Porque ele acha que aquilo não tinha nada demais. Acreditava que existia algum tipo de bom senso em suas atitudes, um propósito real. E sim, sabemos que existem seres de nossa própria espécie que possuem uma maldade similar e que não veem maldade em coisas doentias que para nós, é óbvio, são inaceitáveis.

Enfim, de um RPG aparentemente simples, podemos tirar uma das melhores e mais assustadoras experiências de nossa vida como gamer. Aqui podemos ver que mesmo com toda a tecnologia atual a disposição das maiores produtoras de jogos, ainda assim nem sempre são capazes de bolar algo que nos intrigue tanto como pode acontecer com Mad Father.

E exatamente pela simplicidade e profundida, que esta trama tem um pedacinho do meu… Coração? Não, não, não. Vou dizer um pedaço da minha memória, porque certamente essa jogatina jamais vai sair do meu histórico gamer de maiores traumas adquiridos (risos).

Se você tem essa coragem, mergulha! Se não, melhor parar por aqui e manter o coração no peito, porque caso contrário, será difícil segurá-lo aí dentro enquanto explora as salas dessa mansão bizarra e com um pai maluco querendo tornar você… Em algo eterno para ele.

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