Lilo & Stitch (live action) | Confira nossa crítica

Antes de qualquer coisa: sim, o Stitch continua azul. Sim, ele continua fofo, e sim, ele ainda grita como uma chaleira possuída por demônio havaiano. Agora que acalmamos os nervos dos nostálgicos de plantão, vamos ao que interessa: o live-action de Lilo & Stitch surpreende. E positivamente.

Depois de uma onda de remakes da Disney que parecem feitos por inteligência artificial em modo “ok, só entrega qualquer coisa”, finalmente temos um filme que entende que refazer não é copiar: é reinterpretar com carinho. E isso, meus amigos, Lilo & Stitch faz muito bem.

Ficha Técnica
Título: Lilo & Stitch
Ano de Produção: 2025
Dirigido Por: Dean Fleischer Camp
Estreia: 22 de Maio
Duração: 1h48m
Classificação: Livre
Gênero: Comédia, Ficção, Drama
País de Origem: Havaí, Estados Unidos
Sinopse: A versão live-action de Lilo & Stitch, que estreia em 2025, conta a história de Lilo Pelekai, uma menina havaiana que, após a morte dos pais, é criada pela irmã Nani. Lilo, solitária, adota o alienígena Stitch (Experimento 626) como seu animal de estimação, e juntos, eles aprendem o que é família e a importância de cuidar uns dos outros.

 

Entendendo a alma do original

A animação de 2002 era muito mais do que um filme “fofinho”. Falava de abandono, luto, família não tradicional, responsabilidade precoce, e claro… experimentos alienígenas que adoram Elvis. O live-action podia muito bem ignorar tudo isso e apostar só no visual. Mas não.

Aqui, o foco emocional entre Lilo e Nani é mantido com uma força admirável. As atrizes conseguem segurar a barra da dor sem cair na novela — e isso é mérito de um roteiro que respeita o peso da história original. Tem menos piada por minuto? Tem. Mas tem muito mais coração por quadro.

Stitch em CGI: o temido mascote digital

Vamos lá: Stitch tá diferente? Tá. Mas a ideia nunca foi replicar o desenho 2D com textura de pelúcia. O novo Stitch é mais… “realista”, no sentido de que parece um alien de verdade. Estranho no começo? Um pouco. Mas com o tempo, você entende: a proposta era mesmo mostrar como ele é esquisito — e por isso mesmo adorável. A estranheza faz parte do charme. E convenhamos: se o Stitch tivesse cara de emoji 3D fofinho, ia ser um desastre.

Música, Havaí e representatividade

O filme acerta também em não tentar “popificar” tudo. A trilha ainda respeita o clima havaiano, ainda temos Elvis na medida certa e — ponto importante — a ambientação continua sendo sobre a cultura local. Sim, houve polêmicas sobre escolhas de elenco e tom de pele (porque internet, né?), mas dentro do filme, a abordagem é respeitosa, coerente e sem estereótipos rasos.

Nani continua sendo uma jovem tentando ser mãe da própria irmã. Lilo ainda é uma criança excluída e intensa. E o Havaí continua sendo mais do que cenário de cartão postal — é parte viva da história.

Menos caos alienígena, mais intimismo (e isso é bom)

Muita gente vai reclamar da redução do “universo galáctico” no live-action. Tem menos cenas no espaço, menos caos envolvendo Jumba, Pleakley e cia. Mas olha… talvez isso tenha sido uma escolha acertada. Inclusive, a escolha dos atores para essa dupla também foi um acerto enorme!

O live-action foca mais no vínculo entre personagens do que em explosões coloridas. E considerando o que Lilo & Stitch representa, isso é um acerto. O que emociona aqui não é nave voando, é uma criança ensinando um alienígena a construir família a partir do nada.

Veredito final: Um ‘ohana’ que vale a pena

Se você esperava um clone digital do original, pode sair decepcionado. Mas se você entende que cinema é transformação, esse Lilo & Stitch vai te pegar de jeito. É mais contido, mais emocional e menos barulhento. Mas é sincero, honesto e — principalmente — feito com respeito.

E no meio de tantos remakes sem alma… esse aqui tem coração de sobra. E digo mais: “Ohana significa família… e aqui, até o CGI tá abraçando a gente.”